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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

MINIMO PAPO DE BOTEQUIM: GLORIOUS GOODWOOD OU MAURITIUS?

Tanto estatísticas como resultados devem ser analisados. E não apenas seguidos. Vejam o caso dos passes errados no futebol. Você observa que na maioria das estatísticas, quem as lidera no tocante a passos certos é normalmente um jogador de pouca habilidade, cabeça de área que o maior risco e passar a bola para alguém que está a metros dele. Enquanto aquele que arma e arrisca lançamentos, se mantém, entre aqueles que mais passes errados fizeram. A diferença, é que o segundo quando acerta, é meio gol, enquanto o primeiro quando erra, deixa sua defesa no terror. Com todo respeito prefiro um Didi, ou um Gerson, do que um Dunga ou um Felipe Melo.

No turfe a mesma coisa. Ontem citei que uma filha de Aversion, atropelou e talvez com mais alguns metros pudesse até ganhar uma prova de graduação 3 em Goodwood, em seu meeting mais competitivo. Tanto assim que o chamam de Glorious. E hoje um leitor, gentilmente me lembrou, que este é o segundo elemento graduado desta filha de Know Heights. É verdade, enterneci-me com a lembrança, mas sendo perversamente critico, diria que não espelha a realidade. 

É um fato para se ficar animado, ver que Aviacion, pela primeira vez, em minha humilde opinião, deu uma prova de transmissão de classe. E mesmo assim está ainda para mim, devendo e muito. Até o presente momento, ela deixou um produto no Brasil por Ghadeer, sem nenhuma importância, exportou um para a África do Sul, outro, filha de Mark of Esteem, que ganhou, quatro provas de grupo, sendo duas de graduação máxima, mas nas Ilhas Maurício, que com todo o respeito, não considero nem em minhas estatísticas. É um potentado explorado por Mike de Kock, normalmente quando a caminho de Dubai. Logo, esta segunda colocação obtida por Arabian Comet em Goodwood é o ponto máximo de sua vida reprodutiva. E diria que o único que possa merecer menção. Ainda mais que o simples fato desta ser uma filha de Dubawi, evidentemente que se constituiu numa ajuda inestimável.

Temos que ter a noção exata do que é qualidade, mesmo vivendo longe da mesma. Não é pela crise crônica que vivemos em nosso turfe, que tenhamos que nos sujeitar com a falsa realidade que vivemos. Lembro que mesmo no reinado de 30 anos de terror dos Borgias, a Itália foi capaz de produzir a Michelangelo, a Da Vinci e se constituíu no berço da renascença. Enquanto isto, a Suiça, um exemplo de cordialidade e equilíbrio, só produziu relógios e chocolates. Durante a malfadada ditadura que fomos obrigados a aguentar por 21 anos, ganhamos uma Copa - e talvez a maior de todas. Assim sendo, mesmo não vivendo os melhores momentos de nossa história turística, diria isto não ser uma desculpa, para não se arregaçar as mangas e tentar dar um novo rumo para a nossa criação.

Desculpem, não me sinto ainda um diletante delirante. Tenho meus pés no chão e firmemente acredito que muito pode ser feito, sem que tenhamos que mover montanhas de dinheiro. É necessário apenas observação, conhecimento e coragem deixar de nadar contra a correnteza. Não posso garantir, mas creio que Gloria de Campeão talvez tenha sido o mais barato cavalo comprado entre os que ganharam a Dubai Cup. Garanto que Hard Buck foi o único cavalo da América do sul a ser batido por apenas um adversário em um King George. E mais certeza tenho que existem mais Einsteins criados no Brasil.