Pois bem, esta semana mais um Refuse to Bend conseguiu atingir com sucesso a esfera de grupos no Brasil, ao ganhar a milha do GP. Presidente Antonio Correa Barbosa (Gr.2) em Cidade Jardim. O tempo de 1'34"57 foi considerado bom. Por minhas contas, se trata do quarto ganhador de grupo produzido por este filho de Sadlers Wells, que para mim tanto fisicamente como na forma de transmissão, me parece mais um Gulch, seu avô materno, que propriamente um Sadles Wells, seu pai.
Não considero Refuse to Bend sucesso. Mas longe de poder ser considerado um fracasso. Afinal são três individuais ganhadores de grupo oriundos de sua primeira geração, e até aqui apenas 1, de sua segunda, porém dois, de graduação máxima. Isto para um total de 142 produtos registrados, lhe afere o regular percentual de 2,81%. Que não é propriamente bom, mas longe também de poder ser considerado ruim. Inclusive estes números, o colocam num patamar médio entre os elementos trazidos no regime de shuttle, que já tenham filhos de três anos, corridos no Brasil.
O que me chama mais atenção em sua performance, até o presente momento, é seus quatro filhos, todos sem exceção, trazerem, em seus pedigrees, pelo menos uma duplicação. Iniciemos por seus dois ganhadores de graduação máxima, Frisson é Natalma 4x6, Mr. Prospector 4x4 e Nearctic 4x5 e Xic New é Mr. Prospector 4x4. Seus dois outros ganhadores de grupo, Gastroquet é Mr. Prospector 4x3 e Native Dancer 5x5 e o mais recente Jazz Band, é Lalun 5x5. A diversidade de duplicações, apenas atesta o número de pontos de força existentes no pedigree deste reprodutor.
Reparem no detalhe. A mãe de Jazz Band, Starina foi colocada em grupo 3, e ela própria é imbreed na égua Banshee na razão 6x6 e no chefe de raça Tourbillon 5x4. E assim um pedigree que a primeira vista poderia parecer abaixo da média, ganha para mim maior importância, com a constatação destas duas duplicações em matriarcas. Outra explicação? Gostaria de conhece-la.
Mudando de hemisfério, outro detalhe que a meu ver não pode passar a desapercebido. No Canadá, na disputa dos 1,200m do Ontario Fashion Stakes (Gr.3), a ganhadora Cactus Kris apresenta em seu pedigree aquele tripé mágico, sem na verdade o ter. Como isto pode vir a acontecer? Simples. Basta apenas prestar uma maior atenção. Ela é imbreed em Mr. Prospector 4x4. E não mais do que isto. Esta é na verdade a única duplicação em seu pedigree. Mas, os mais atentos notarão que seu pai Cactus Ridge, é imbreed em Northern Dancer 4x5x4, enquanto sua mãe, a sequer colocada Highest Ground, é imbreed em Seattle Slew 4x4 e Buckpasser 5x5. Logo, por linhas tortas, são escritas certas, as combinações que realmente funcionam, - duplicações em Northern Dancer, Mr. Prospector e Buckpasser - no aumento da capacidade clássica de um cavalo de corrida. Esta é uma outra forma de se atingir um objetivo, usando-se as armas disponímeis às suas mãos.
LEVANTEM ESTES DOIS PEDIGREES
E NEGUEM QUE O QUE FOI DEFENDIDO
POSSA SER A RAZÃO DOS RESULTADOS.
EVIDENTEMENTE APRESENTANDO
QUAL EM SUA OPINIÃO, SÃO AS
OUTRAS RAZÕES
Podemos garantir ser isto a razão deste recente sucesso? Evidentemente que não. Porém dentro de um pedigree, que a meu ver, só com muita boa vontade poderia no máximo ser considerado honesto, estas combinações de uma forma, como já disse tortas, funcionaram, da mesma maneira que as elaboradas de maneira direta. Isto nos obriga a aceitar o fato que os gens ali estão, comensurados de uma forma distinta.
É aquela história, só perde penalty, quem tem coragem de ir lá bater.