O terrorista Ravachol, gritou Ninguém é inocente, no momento em que lançou uma bomba na direção dos fregueses do cafe de La Paix. E mesmo não concordando com os métodos do senhor Ravachol, eu acredito que ninguém, a exceção da mais pura alma brasileira, acredite que possa ser inocente de tudo. Confesso, não sou inocente ,as também não acredito que tudo possa ser resolvido amigavelmente. Oferecer a outra face pode ter uma sublime moral, mas na grande maioria das vezes, carece de eficácia, principalmente no relacionamento com mentes pouco abertas. A lógica diz que mesmo em relação ao óbvio, você tem que pressionar a mente alheia, para que ele seja aceito.
É óbvio que Invasor, garantiu por pelo menos uma década, a imagem do cavalo corrido em Maronas. Outrossim, o fato de sua pista, juntamente com a de palermo, serem as mais similares ao dirt norte-americano, ajuda para burro! Dirt não é areia e areia é o que temos em nossos principais hipódromos.
Evidente que se aumentarmos as dotações e criarmos mais provas de grupo na areia, como foi proposto ontem por um leitor, teremos um melhor desempenho de certas linhas. Principalmente naquelas advindas do dirt. Eu, vejo o macro quadro da situação. O que a Gávea deveria fazer transformar uma de suas duas pistas de areia em dirt. E eu optaria pela de dentro com curvas e retas mais parecidas com a dos hipódromos norte-americanos. É caro? Evidentemente que é. Porém, isto mudaria nossa imagem perante o mercado dos Estados Unidos, que até que me possam provar ao contrário, não só são os que mais compram de nós, como os que mais vendem. E sempre será mais fácil se achar um lugar para o cavalo brasileiro ganhar lá, do que na Europa. Hoje os investidores estão mais de olho no Uruguai que no Brasil, embora eu ainda acredite que temos um turfe mais forte.
A primeira coisa a fazer é trazer o cara responsável pela melhor pista norte-americana de dirt, Churchill Downs. E isto não seria um bicho de sete cabeças, pois, se gastamos tempo e dinheiro trazendo anualmente alguém de cargo administrativo de Keeneland, para selecionar cavalos para o leilão da ABCPCC, porque não trazer um técnico em pistas, para dar uma idéia do que poderia ser feito, tanto em Cidade Jardim, como na Gávea, e imaginar um ball park do quanto nos custaria.
Duas correntes vão se degladiar nas próximas eleições para gerenciar o Jóckey Club do Rio de Janeiro. Leio fofocas e acusações. Nada de realmente produtivo. Ambas já gereciaram o clube. E eu pergunto: alguma das chapas está preocupada com este aspecto? Poderiam ver este investimento, como algo a dar lucro a médio prazo? Que influência isto teria em nossas exportações? Pelo menos chegaram a pensar no assunto? Hoje temos um forte aliado, a PMU. Sei que dirt não é o jogo deles, mas o crescimento da atividade sim. Não poderiam eles nos auxiliar? Sei que a melhor situação seria se discutir isto antes. Quando se negocia o poder de barganha aumenta. Logo, fica aqui para que São Paulo aproveite quando for escolher a empresa a gerenciar seu jogo.
Outrossim, o simples fato do Rio de Janeiro ter implantado um cronometro da Longines, e o sistema não nos trazer os paciais da carreira, me deixa surpreso. Hoje nenhum investidor abre mão de sentir o pace de um elemento no qual vai investir. espero que São Paulo não cometa este mesmo erro quando for negociar o seu.
Desculpem mas a lógica e o óbvio são veredas de uma só direção. tentar atalhos ou vias paralelas, não resolvem o nosso problema. Pelo menos não resolveram até aqui.