PEQUENO PAPO DE BOTEQUIM: ROYAL ASCOT - PARTE 2

O classicismo necessário para se ganhar provas durante o meeting de Royal Ascot, prenuncia, que Royal Ascot está cada vez mais importante na homologação das tribos. Se você consegue pelo menos um ganhador, you are in. Se não consegue, out. Isto não é uma opinião. Isto é o fato. O mercado segue certas regras e uma delas é não insistir naquilo que não tem dado resultados. Mas existem os casos benéficos. O crescimento por mim vaticinado da tribo Green Desert, no cenário da alta classe mundial, é um exemplo. Deixa de ser polêmico, no momento que destes dezoito vencedores, nada menos que quatro - um número a mais que o de Danehill - dele descendem? O plus é que no caso de Green Desert, seus descendentes ganharam três provas de grupo 1. Logo, estou aberto a polemicas, que esta afirmativa possa sucitar. Mas por favor, tenham como suporte, números, não apenas opiniões...

NORTHERN DANCER
.....DANZIG (08)
..........Danehill (03)
................Danehill Dancer
.....................Mastercraftsman
..........................EVEN SONG (Gr.2)
.....................QEMAH (Gr.1)
...............Kodiac
....................PRINCE OF LIR (Gr.2)
..........Green Desert (04)
...............Cape Cross
....................Sea the Stars
.........................ACROSS THE STARS (Gr.2)
...............Desert Style
....................Paco Boy
.........................GALILEO GOLD (Gr.1)
...............Invicible Spirit
....................PROFITABLE (Gr.1)
...............Oasis Dream
....................Showcasing
........................QUIET REFLECTION (Gr.1)
..........War Front (01)
...............BRAVE ANNA (Gr.3)
.....NUREYEV (01)
..........Polar Falcon
...............Pivotal (01)
....................Kyllachi
.........................TWILIGHT SON (Gr.3)
.....SADLER'S WELLS (02)
..........El Prado (01)
............... Kitten's Joy
....................HAWKBILL (GR.3)
..........Galileo (01)
...............ORDER OF ST. GEORGE (01)
.....STORM BIRD (04)
..........Storm Cat (04)
...............Berstein
....................TENPIN (Gr.1)
...............Giant's Causeway
....................Shamardal
.........................USHERETTE (Gr.2)
...............Hennessy
....................Johannesburg
.........................Scat Daddy
..............................CARAVAGGIO (Gr.3)
..............................LADY AURELIA (Gr.2)

MR. PROSPECTOR (03)
.....GONE WEST (02)
..........Speightstown (01)
...............Lord Shanakill
....................MY DREAM BOAT (Gr.1)
..........Zafonic (01)
...............Iffraaj
....................RIBCHETER (Gr.3)
.....SEEKING THE GOLD (01)
..........Dubai Millenium
...............Dubawi
....................DARTMOUTH (Gr.2)

Cinco norte-americanos, oito irlandeses e cinco britânicos, logo formas distintas de criar e elaborar cruzamentos.

E o que falar das duplicações, talvez a minha tese mais polemizada por aquetes reticentes ao que significa uma chefia de raça? Pois, a resposta atual é simples. Dos 18 vencedores, 17 apresentam pelo menos uma duplicação em seu pedigree. E 13 com um minimo de duas dupliacações. Alguém gostaria de refutar estes números? Darei o beneficio da dúvida a todos, vamos dizer pelas próximas três decadas...

Olha, eu acho que depois dos 50 anos completados, você tem o direito constitucional de não mais suportar certas besteiras. Seu ouvido deixa de ser pinico. As duplicações são tão importantes no pedigree de um elemento aspirante ao alto classicismo, que no caso das mães destes 18 heróis de Royal Ascot, 14 delas tem suas duplicações próprias. Assim sendo, desculpem aos que ainda não se vergam à realidade, mas as duplicações são hoje inestimáveis.

Existem nicks? Evidente que sim. Sadlers Wells x Danzig, é uma realidade, Quem duvidar, tente Torbillon x The Tetrarch... cujo ultimo caso verificado oficialmente, está para completar quase um centenário de aniversário.

Mas existem aqueles nicks, que não bem nicks. Seriam uma expécie de conviniencias. Vocês já notaram que 75% dos ganhadores de grupo, filhos de Kitten's Joy, possuem em sua mãe algo de Roberto? Objetivando assim um imbreed no derby winner. Quem notou, está se dando muito bem. Quem não, boiou...

A aqueles que acreditam que a produção clássica independe da idade das reprodutoras, aqui tem algo a discutir. Dos 18 vencedores, 12 tinham mães com idade inferior a 10 anos, quando foram fecundadas. O importante a se notar, é que das sete carreiras de graduação máxima disputadas, cinco foram vencidas, por filhos de éguas com idade não superior a de nove anos.

Estaria eu seguindo estas minhas "polemicas" teses? Afinal quem prega, faz.

Tese não é dogma. Tese tem a sua flexibilidade. Confesso que tenho mais simpatia por éguas fecundadas dos 5 aos 9 anos, e no caso presente, elas foram o caso de nove ganhadores em Royal Ascot. Mas eu disse simpatia, e simpatia, não é tese. É apenas uma escolha pessoal. Não vou deixar de adquirir a um elemento por ter sido fecundado quando sua mãe tinha já 10 anos de idade. A prova disto está nas sete aquisições que fiz para a Black Opal nestas vendas na Gávea, entre os nascidos em 2014. Apenas três lotes, tinham mães com idade acima de 10 anos quando fecundadas, mas tratava-se de éguas já com produção clássica e descendentes de famílias que tem provado produzir craques, independentemente da idade em que as mães vieram a ser fecundadas, como a 16-h, 2-n e 13-c.

Apenas um lote, neste item pode ser considerado de risco. O aquirido de uma égua que havia sido fecundada com apenas dois anos de idade. Mas com ela entrou na cota do instinto profissional, acho-a válida para correr no Uruguai, já que seu pedigree emana dirt. Uma coisa tenho convicção, a de que você nunca pode abandonar dentro de si, aquele seu instinto.