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quarta-feira, 29 de junho de 2016

PONTO CEGO: O PERIGO DE NÃO SE TER UM PARÂMETRO DEFINIDO

Fui cobrado, por alguém que se diz leitor diário do blog, por não ter até hoje tecido comentários sobre the Very Nice Moon, indubitavelmente a lider de sua geração feminina, em São Paulo. Descendente direta da extraordinária triplice coroada Be Fair - sua avó - e filha do controvertido Nedawi - que quando quer dar, dá - ela coleciona até hoje quatro vitórias em um igual número de apresentações, sendo três de vulto clássico e uma de graduação máxima.

Eu acho que a situação de Cidade Jardim, é perigosa. Analisar algo que está agora acontecendo lá, neste momento de queda, não me parece ser uma ação legitima, já que muitos dos melhores profissionais, proprietarios e mesmo cavalos, tiveram seu exôdo decretado, por um politica de não pagamento de prêmios, exercida pela atual diretoria. Éuma faca de dois gumes. Sei que a mais linda e pura flor pode nascer no deserto, mas também sei que em um ambiente escuro, com pouquíssima luminosidade, um gato marrom, pode passar por negro. Este é o perigo de não se ter mais um parâmetro definido. E ai aquele parecer de quem alguém tem que ganhar, se torna mais sonoro, aos ouvidos de muitos...

Um bom cavalo de corrida pode estar no meio de matungos. Apendi isto muito cedo em minha vida profissional. Aquilatar sua verdadeira capacidade sem um parâmetro, é que complica a situação. E tempo para mim, nunca foi parâmetro. É circunstancial. Eu desculpo-me, mas não tenho subsídios para garantir que Very Nice Moon é um fenomeno, ou apenas uma grande potranca que cresce aos olhos nossos, por não estar enfrentando ninguém. As grandesmpotrancas do Sta. Maria de araras, ainda não disseram ao que vieram. A única coisa que sinto, é que os 200 metros finais, de Very Nice Moon, quando levada pela primeira vez a milha, deixou a desejar. O tempo dirá, o porque.

Lembro-me que Be Fair, que hoje creio estar no Japão, fez parte de uma trinca que formavam um lote, nas vendas de potros do São José e Expedictus, e foi a rejeitada das três, já que o comprador do lote, fez questão de exercer seu direito em apenas duas das potrancas que a compunham. Foi um ato de total ingenuidade mental, embora Be Fair não tivesse um fisico tão apurado como a de sua irmã materna, a também triplice coroada Virginie.

Portanto, me dou ao direito de esperar que em um confronto com as potrancas sediadas em Gávea, um dia certas dúvidas sejam dirimidas, assim com no caso de Maraton, que assumiu a liderança paulista. O que realmente me cativa, nesta situação toda, é que ambos, descendem de triplices coroadas brasileiras, já que o potro advém de Emerald Hill, talvez uma das cinco melhores três anos já produzidas no Brasil. Creio ser um avanço de nosso modo de pensar e agir.

Misty Moon, a mãe de Be Fair e Virginie era uma Baronius, numa égua importada por Dancers Image. Recordo-me de ter um dia comentado com o dr. Linneo de Paula Machado,  ao fato de Affectation, a terceira mãe de Misty Moon, ser duplicada em Selene na razão 4x3, e de como o São José e Expedictus, pouco explorava a duplicação de estruturas repetitivas, como a de Maki em mães Dragon Blanc, que juntas nas linhas baixas de um mesmo pedigree - em seu pai e em sua mãe - propiciou o aparecemiento de algo chamado Siphon. Era um técnica distinta, mas de objetivo comum. Duplicação de qualidade. Mas voltemos aos trilhos.

Vivo recordando a aqueles que teimam em se esquecer, que opinião é que nem nariz. Cada um tem o seu, em diverentes tamanhos, cores e desenhos. Eu tenho minhas opiniões e como não me considero formador de opiniões, exerço o livre direito de expressa-las em meus comentários. Se pessoas pensam diferente - que é um direito de qualquer sociedade civilizada - que o faça. Monte um blog, crie um publico e defenda suas idéias e teses. Da troca de idéias, sempre há de vir a luz. Da discussão, nem sempre.