Nunca me esqueço de um dos ditos de vó Adelina. Nunca ajude quem não quer ajudado, pois, quem trabalha de graça, entra em desgraça.
E não é que a nobre senhora estava certa. Confesso que levei alguns anos para ter certeza disto, e é por isto não dou palpites. Dou consultoria. Mas para não perder o hábito observo coisas, escrevo sobre elas, coisas que para um bom entendedor, servem como útil informação. Na última carreira de Very Nice Moon, comentei que não gostei de seu final. Vozes do além imediatamente clamaram que eu estava exagerando. A todos que consultei em São Paulo - e tenho o hábito de não consultar desavisados e abobados - senti que todos tinham o mesmo temor. Logo naquele angu, havia um caroço... Afinal, o desenlace da carreira fora aquém da égua que ela aparentava ser. Pois bem, ontem pela manha, voltando de minha caminhada na praia, recebo a noticia, não oficial que Very Nice Moon quebrou o joelho em trabalhos para a Taça.
Será que ela mancou no treino, ou fissurou na última carreira? Foram feitas chapas após a última carreira?
Abro um parênteses. Houve por parte de nós profissionais ligados a Black Opal, uma certa hesitação, pelo final de English Major em sua última carreira. Foi um certo temor. Ele era a nosso conceito para passar de viagem e ganhar de El Shaklan. Um bom potro, mas que não nos metia medo. English Major dominou a carreira e venceu não deixando dúvidas ser ele o melhor potro da geração. Mas a pulga ficou atrás da orelha. Teria sido o estado da grama? No dia seguinte chapas radiograficas demonstraram um pequeno problema no joelho que foi imediatamente sanado, mas que vai lhe custar alguns meses de campanha. Esta é a atitude profissional de quem tem um bom cavalo de corrida em suas mãos. Fecho parênteses.
Não se brinca com cavalo de corrida. Ainda mais aqueles poucos que são considerados bons. O profissionalismo tem que existir sempre em qualquer equipe. E o mais importante, de baixo para cima. Do proprietario ao escovador. Nada pode passar a desapercebido. Ou então a vaca vai para o brejo, pois, o craque chega a seu limite. O matungo, não, está sempre se defendendo, por isto se transforma num cinco anos sem vitória.
Quando fiz o comentário sobre Very Nice Moon, naturalmente posso não ter agradado a gregos ou a troianos. Não me importo. Era apenas uma observação. Outrossim, que me desculpem aqueles que me acham metido, uma observação de quem acompanha muitas carreiras pelo mundo, e não digo que tenha visto de tudo. Porém, diria que quase tudo.
Uma observação pode ter um recado embutido. Não foi o caso, mas se houver interesse, dos interessados, a coisa a fazer seria examinar Very Nice Noon, da orelha direita ao casco do posterior esquerdo, depois daquela carreira. Pois seu final, não foi condizente com o que ela havia apresentado até o momento. Se na equipe dela, ninguém notou ou achou um exagero de minha parte, um preço tem que ser pago. E se for veridica a noticia que recebi - e que muito me deixa triste - a conta já foi mandada. E o preço é bastante alto...
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