Tenho muito apreço pela história. Ela foi a grande professora de minha vida. Ela esculpiu parte de meu perfil. Contudo, entendo que a história não é apenas uma descrição de fatos. A história é bem mais do que isto. Ela é o mais poderoso instrumento de que a humanidade dispõe para saber viver o dia, dia e projetar o seu futuro. Afinal, nela reside um grande ensinamento: aprende-se com os erros cometidos e nos enriquecemos como seres humanos, com o simples fato de reconhece-los.
Se ninguém escreveu o que coloquei em italicas acima, tomo posse dos direitos deste pensamento. Se alguém o escreveu algo parecido, faço dele minhas palavras.
Não se aprende nada a respeito do turfe, se não se conhece o passado. Não cometer erros e acima de tudo reconhece-los, de forma a não mais repeti-los é uma norma a se adotar. Pois errar é humano, mas repetir o mesmo erro, é burrice. Eu errei muito no inicio. Hoje ainda cometo erros, todavia, muito menos do que no inicio, e o que sobra de ensinamento disto, é que se é inevitavel errar, que o número de acertos, seja bem maior.
Quando você acerta mais do que erra, pelo menos no turfe, você tem que ser considerado um vencedor. E vencedor foi John Galbreath. Sua visão global, propiciou que ele trouxesse, para suas lides, Ribot comprado integralmente, Sea-Bird, arrendado por 5 anos ao preço de 1,5 milhões de dolares e adquirisse 50% dos interesses de Swaps. Errou em Swaps e Sea-Bird. Acertou em Ribot. Mas creio que ter criado Roberto, foi seu maior goal.
Sob a sua tutela, foram criados cavalos sublimes na Darby Dan farm, entre os quais, cabem ser citados, Chateaugay (Kentucky Derby de 1963), Proud Clarion (Kentucky Derby de 1967), Roberto (Derby de 1972), Little Current (Preakness e Belmont Stakes de 1974). Proud Thruth (Breeders Cup Classic de 1985) e os irmãos His Majesty e Graustark, ambos filhos de Ribot.
Para chegar até eles, Galbreth errou muito, mas poucos são os criadores norte-mericanos que podem se dar ao luxo de ganhar o Kentucky Derby e o Derby de Epson. Lembro de Paul Mellon que ganhou estas duas provas e mais o Arco, e não consigo me lembrar de mais ninguém.
Creio que Roberto, como já disse, tenha sido sua obra maior. E a construção de seu pedigree, é uma das mais bem urdidas que já tive o ensejo de por meus olhos. Se foi obra do acaso, não sei. Sei que funcionou. Ele tem imbreed na grande Plucky Liege, por três de seus filhos, Sir Gallahad III, Admirak Drake e Bull Dog, assim como o é também, em Mumtaz Begun, a segunda mãe de Royal Charger e mãe de Nasrullah. E se isto só não bastasse era a junção do leading sire Hail to Reason, na ganhadora do Kentucky Oaks, Bramalea. Uma estrutura genética que teria orgulho de dizer que foi por mim bolada. Infelizmente não o foi...
O pedigree de Roberto é simplesmente um absurdo! Pois além do que foi descrito acima, ele igualmente era imbreed nos chefes de raça Nearco, Blue Larkspur, Pharos e Teddy. Não seria esta vasta apresentação de 6 imbreeds, uma salada, como bem caracterizou um leitor semanas atrás, a razão de seu grande sucesso? Acredito que sim, e uma que propiciou a seu criador a ganhar o Derby em Epson.
Por isto que quando você duplica Roberto em um pedigree, você nas gerações do fundo do pedigree, se fortalecem ainda mais. E o que os Ramseys estão fazendo em profusão com o seu pupilo Kitten´s Joy e os resultados servem como resposta a um sucesso premeditado. Já ressaltei aqui minha admiração para com esta familia, que age qual gente tonta, mas que na verdade deixa todos em torno de si tontos, com seus resultados.
O primeiro passo para se acertar, é definitivamente perder o medo de errar. E dentro destas perdas de medo, está o de se montar saladas genéticas. Como esta no pedigree de Roberto, e que dificilmente o induzirão ao erro.