Plagio é coisa de quem tem admiração. Eu cito muito, em minhas notas, vó Adelina, Albert Einstein, Paulo Francis e Nelson Rodrigues. Não necessariamente nesta ordem. E sabem porque? porque eles sempre foram os meus favoritos. Os admirava. Tinham a capacidade de colocar os pingos nos is. Sem subtefujos. Na lata!
A verdade nua e crua, é que somos um povo sem história, e a pouca que temos, muitas vezes foi inventada ou adaptada a versão que seria de maior agrado de quem lê. Paulo Francis, que coadunava da mesma opinião, em uma oportunidade exclamou com rara veemência Rinocerontes a la Ionesco que passam por historiadores em nosso país. Francis estava certo, forjamos nossos heróis e apenas aos perdedores imputamos os defeitos. Você escuta um politico do PT falando, é como todos eles tivessem decorado uma cartilha bolivariana. Os ricos são vilões, os pobres vítima. Quando um rico faz algo de bom, havia um interesse por trás do ato. Já os pobres são sempre vitimas das elites. No caso de países, os que sofrem, são sempre vitimas das potências imperialistas. E quem rouba são apenas eles...O que não deixa de ser um fato a se pensar...
Temos uma estrutura simplista de ver as coisas em torno de nós. Caricatas em todos os sentidos. O passado é contado como num jogo de interesses. Só é ensinado o que é politicamente correto e transmitido aquilo que interessa ao contador da história. O rinoceronte tão conclamado por Paulo Francis, ainda impera em nosso patio intelectual. Só não admito esta transposição perversa para assuntos relativos a atividade em que milito, seja passivel de existir.
Mas mesmo assim, no turfe, escuto verdadeiras barbaridades a respeito desta ou daquela tribo. Desta ou daquela familia. Deste ou daquele reprodutor. Tudo em prol de quem escuta. Nada de se pisar em calos. Tudo dito sem nenhuma base técnica em que se apoiar. Apenas o interesse de agradar a aquele que escuta e paga por seus serviços. Precisamos acordar para a realidade. A crua verdade pode doer, mas dor passa. A mentira, e o mal que ela gera, fica para sempre. Ademais, ninguém é mais um incauto. O investidor hoje, sabe melhor o que quer e só procura aquilo que lhe interessa.
Temos uma geração inteira de estreantes de Holy Roman Emperor. E ano que vem uma de Rock of Gibraltar. Em sua grande maioria criados no Estado de São Paulo. Era o grande passo que aquele centro criatório teria que dar. Poderiam estas duas gerações criar uma espécie de alento, que nos faça chamar a atenção do mercado externo? Há de se convir que São Paulo não parece ser o centro de criação forte que um dia foi. Caiu muito, depois do fechamento do Posto de Monta do Jockey Club. Com raras exceções, não houve uma renovação grande, de plantéis eprincipalmentede turfistas.
Holy Romam Emperor continua a nivel internacional, uma produção numerosa de ganhadores de grupo, sem contudo produzir aquilo que poderiamos rotular do grande cavalo. Não possui nesta temporada, até o presente momento, sequer um ganhador de grupo na Europa e apenas um de graduação 3 nos Estados Unidos. Seu foco principal de ação são centros secundários, tais como Hong Kong, Dubai e Singapura, não estando efetivamente presente, no Japão, entre estes paises do lado oriental do planeta.
No Brasil, produziu aquele que parece ser o lider da geração paulista, Maraton e a uma potranca que creio ser a futura lider de sua geração, a até então invicta, Ixquenta
.....Holy Roman Emperor
..........BEAUTY ONLY (Gr.2 - HK)
..........DESIGNS ON ROME (Gr.1 - HK)
..........EMPEROR MAX (Gr.3-SIG)
..........MARATHON (Gr.1-BRZ)
..........PARVAVEH (Gr.3 - USA)
..........RICH TAPESTRY (Gr.3 - UAE)
Rock nunca conseguiu provar a fé nele depositada pelos grandes haras europeus. Chances teve, mas a resposta não foi aquela que todos esperavam. Porém em sua passagem pelo Chile, deixou uma geração, que esta temporada, parece dominar as ações. Tem os líderes e se mantém naquela toada de produzir pouco, mas o que produz pode tranquilamente suplantar as expctativas. O que fará no Brasil? Espero que algo, pois, fisicamente seus produtos me agradaram mais que os de Holy.
.....Rock Of Gibraltar
..........ADMIRAL (Gr.1 - CHI)
..........CASCADA SURENA (Gr.1-CHI)
Não somos estudiosos em nossa essência. Não nos preocupamos com os números e isto delimita a base de nosso conhecimento. Refuse to Bend, teve duas gerações nascidas no Estados de São Paulo e a mais velha acaba de virar os quatro anos. Seis são os seus individuais ganhadores de grupo, porém, nenhum, de criação do haras que o sitiou e cedeu o maior número de éguas a serem cobertas por este filho de Sadlers Wells. Um verdadeiro mistério?
Até aqui diria que Refuse to Bend, pode ser considerado um reprodutor honesto, mas longe de ser um sucesso. Com um perfil idêntico, mas sediado no Paraná, Amigoni, não é muito diferente. E se levarmos em consideração todos os dois terem pedigrees refinados e nas tribos em voga hoje no mundo, a pergunta que fica no ar, é: porque eles não vingaram? Nos haras em que foram sediados, os resultados foram ainda piores. Como explicar? Cataclismas da natureza? Os rinocerontes do Francis? O complexo de vira-latas, versão equina, tão defendido por Nelson Rodrigues?
O próprio Roderic O'Connor, que esteve servindo em Bagé, só produziu até agora, a um elemento ganhador de grupo entre os dois anos que compoem sua única geração em solo brasileiro. É cedo, concordo, mas tanto ele como Holy já deveriam apresentar um curriculo mais forte, afinal, ambos - Holy mais ainda - demonstraram nas pistas grandes performances aos dois anos. Numa criação insipiente em precocidade como a nossa, tinham que fazer valer suas superioridades genéticas. Nada digo em relação a Soldier of Fortune, pois, este nunca me agradou, ao contrários dos anteriormente citados.
Volto a perguntar, como explicar? Trouxemos os reprodutores errados? Nosso padrão de éguas está ultrapassado? Nossos campos cansados? Ou existe um enguiço em nossa criação, como um todo?
Temo em responder, pois, no turfe quando se explica, mais se complica...
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