Trabalho para poucos, mas poucos que anseiam em sonhar e conseguir ganhar em esferas acima da média. Sem sonho, a vida é insosa. Não tem graça. Não tem tempero. Meus clientes apoiam este blog. O patrocinam. E sabem onde podem chegar, como seria e a que custo. Sem surpresas. Sem mi-mi-mi.
As vitorias honrosas que animais brasileiros por mim selecionados em provas como o King George, Dubai Cup e Santa Anita Handicap, não foram merito meu. São meritos daqueles que acreditaram, colocaram seu tempo, seu dinheiro e sua confiança em jogo, para tentar viver um sonho. Sonhos que se transformaram em realidades.
Sempre afirmei aqui e no Jornal do Turfe, que o bom cavalo pode nascer em qualquer lugar. O problema crucial na verdade e achar aqueles que acreditem que isto possa ser feito. E profissionais que acreditem no projeto, pois, a primeira reação é invariavelmente de incredulidade.
Temos uma genética inferior. Paciência. Porém isto não é fator de inibição para mim. Sou daqueles "metidos" que ainda acreditam que possam separar o joio do trigo. E trigo é trigo em qualquer lugar do mundo. A diferença, é o percentual de acerto de um determinado mercado. O nosso é baixo, mas existe e penso que poderia ser melhor explorado.
Neste fim de semana Energia Halo, deu um show. Surpreendeu a muitos e inclusive a mim. Sabia que ela correria bem, mas não que correria tanto. Fui avisado que ela estabelecia no Itajara marcas semelhantes a de Ixquenta e sei do que o Beto Feltran é capaz quando tem algo de valor a seus cuidados. Não gosto de comparar tempos de provas distintas, ainda mais as disputadas em outros dias e com condições de pista distintas. Mas há de se convir que o tempo estabelecido por Energia Halo, não é todo dia que é alcançado.
Este ano tivemos um Outono Inverno excessivamente chuvoso, logo fica dificil qualquer tipo de comparação, mas acredito que não foram muitos, se é que houve algum que para os 2,000 metros, meteu esta marca. Todavia o que mais me impressionou foi a forma com quem ganhou. Me fez lembrar seu pai, Gloria de Campeão, um cavalo de apenas uma marcha, mas que não se entregava em momento algum. Dolemite, que para boba não serve, quando avançou parecia que ia passar de passagem. Ledo engano. Quando entrou no raio visual de Energia Halo, não coseguiu sequer ganhar mais um milimetro em sua arremetida.
Muitos podem achar que a carreira não reunia o melhor que ha por aqui. Eu penso que a carreira era forte e acima da média, mas ao mesmo tempo penso que foi uma pena que o melhor - segundo alguns - não lá estivessem, pois, perderiam da mesma forma. Ninguém ganharia de Energia Halo naquela tarde. E sabem porque? Porque entre outras coisas ela trazia na manta o número sete, que tem cheirinho de hepta...
Falei do Beto Feltran e imediatamente Beto Solanes veio a minha mente. Outro jovem de grande talento, que tem a dificil tarefa de treinar a Perfectly Associat, uma cavalo que considero de primeiríssima linha, que só não ganhou o São Paulo e o Brasil, por adversidades vividas. Não sei treinar cavalos, mas reconheço um cavalo bem treinado e as dificuldades que alguns cavalos representam. Perfectly Associat não me parece ser um cavalo fácil de ser treinado. Mas pode ser apenas impressão.
E já que falamos de dois elementos cujas mães foram por mim adquiridas, não vou deixar barato de um terceiro cuja a vitória me pareceu igualmente decisiva. Huber, sempre foi visto pelo Guignone e suas conexões como algo diferenciado. Só não imaginava que fosse tão diferenciado. Filho de um garanhão cuja produção prima em melhorar na distância e com a idade, ele já demonstra uma qualidade extra normal, antes do tempo de maturação dos Acteon Mans. Estariamos a frente de um novo derby winner? Mas já falei sobre ele anteriormente. Sigamos adiante.
Os chilenos estão sendo processados pelos bolivianos, pois, no jogo entre as duas seleções, cantaram quem não pula, não tem mar. Aludindo evidentemente a guerra que estas duas nações tiveram decadas atrás, ganha pela primeira, que com isto assumiu a faixa litorânea que teoricamente pertencia a Bolivia. Eu parodio a frase, dizendo quem não sonha, não tem mar. E tenho dito.