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Sei que tenho que respeitar Etapa Vencida, ela que é a lider inconteste desta geração. Mas até quando esta liderança será exercida? Até sabado no final da tarde? Não sei, o resultado da milha em terreno gramático, a disputar-se na Gávea, o Grande Premio Mariano Procópio, há de dizer. E que a melhor seja coroada, independentemente de quem for.
Evidente que tenho que analisar friamente a questão, mas isto não me impede de torcer. Aliás, isto não me impede de entender porque duas potrancas invictas de um mesmo proprietário, se enfrentam. Apenas por serem de treinadores diferentes? Esta pode ser a razão. Mas acredito que exista uma ainda nuito maior. A vontade de vencer. Dois, até que me provem ao contrário, é o dobro de um, e isto cria uma possibilidade maior. E ai afinal, isto é o que chamo desportividade. Nunca ficar escondido atrás do toco. Isto é o verdadeiro turfe. Proteger, aquilo que não precisa ser protegido, para mim, é excesso de zelo. E vocês sabem qual é a minha posição, em relação a todo e qualquer excesso.
Invencibilidades caem todos os dias. Eu mesmo tenho a dúvida de qual das duas possa ser a melhor. No haras, dei as mesmas notas máximas, assim como a outros dois produtos, em uma geração de 40 animais. Tanto é verdade, que incumbido que fui de escolher quem treinaria quem, pelo casal Biba e Alvaro Magalhães, as dividi, entre o Venâncio e o Guignone, de forma que o peso da balança se mostrasse equilibrado. Você tem que ser justo com os profissionais que compartilham com você, de um mesmo objetivo. E, penso que é assim que deve ser. Que vença a melhor, ou outra qualquer inscrita na carreira que se mostre apta a tirar destas duas, suas respectivas invencibilidades. Qualquer que seja, receberá meus aplausos. Porém, se for uma das duas do Figueira do Lago, as palmas serão ainda mais eloquentes...
Desculpe se tenho escandalosas preferências por aqueles que comigo trabalham. Sou assim também com Famous Acteon do H e R, com Rey del Sur da jovem Black Opal, com o Figueira do Lago, com o Santa Rita da Serra, com o Flamengo e o Salgueiro. Coisa de carioca, que mesmo extraditado para Miami, nunca perde as suas raízes. A diferença, é que este sábado estarei na Gávea.
Sei que devo prestar a devida atenção ao magnifico embate, horas depois, entre California Chrome e Arrogate. A corrida de Flintshire, de Tepin, de Noted and Coted, de Catch a Glimpse, de A. P. Indian, de Gormley, de Found, de Wavel Avenue e de tantos outros grandes nomes que estarão em Santa Anita, neste final de tarde, inicio de noite, esbanjando classe e competitividade.
Este é o mundo do turfe em que vivemos. Uma no cravo, nove no casco, mas esta uma, o faz esquecer das outras noves. E isto é o que importa. estamos neste mundo de passagem e não custa nada ser feliz, com as pequenas coisas.
Mas confesso, que nada me alegraria mais que um vitória de Famous Acteon, de Rey del Sur e uma dobradinha do Figueira do Lago no Mariano Procópio. Seria pedir demais?
