viver o hoje
e acreditar no amanhã.”
Não acredito que seja fácil se trazer um reprodutor de primeiro nível para o Brasil. Mesmo Royal Academy, não era considerado deste nível, quando aqui aportou por duas temporadas. Desta forma, igualmente não tão tenho dúvidas em afirmar, que Elusive Quality é o primeiro neste padrão a fazê-lo, já o sendo de antemão e não apenas em um continente. Arriscaria a afirmar que Elusive Quality, é uma das poucas unanimidades, entre as existentes, pelo menos até aqui entre os que entraram para nosso convívio. E ao contrário de Giants Causeway, até o presente momento, não apresentou um tendão de Aquilles.
Ele não foi o cavalo que Royal Academy foi em pista. Muito menos um Giants Causeway. Outrossim, longe de ser um cavalo médio, embora, não tenha ganho prova de graduação máxima. Na verdade, em seu curriculum, suas únicas vitórias graduadas, foram em provas de grupo 3. Porém, diria, sem o menor medo de estar exagerando, que quando ele corria, na verdade não corria. Voava!
Era equinamente impossível bate-lo, quando ele estava naqueles dias. Tanto assim que aos quatro anos, estabeleceu em Gulfstream em um allowance, o novo recorde da pista, para a distância de 1,400m. Parou os cronômetros em 1'20" cravados. E no ano seguinte, quando da disputa do Poker Hcp. (Gr.3) de Belmont Park, bateu o recorde mundial da milha, com a marca de 1'31"63.
No mais, fisicamente nada pode lhe ser tirado ou posto. Em termos de pedigree, trata-se de um Gone West, em uma 13-c, descendente de Vagrancy - sua quinta mãe - com Rasmussen Factor 4x5 em Somethingroyal e com duplicações no nick Princequillo-Nasrullah, o que viabilizava acreditar, desde o inicio, em chances positivas de sucesso.
Gone West é para mim, um sire of sires. Entre seus filhos, acredito que devam ser destacados, o próprio Elusive Quality, Grand Slam, Mr. Greeley, Proud Citizen, Speightstown e o fenômeno Western Winter na África do Sul. Nota-se que Elusive Quality é pai de um já comprovado bom reprodutor, o champion 2yo Elusive City, do acreditado ganhador da Breeders Cup Classic, Raven's Pass, e com aquele que eu creio que as fichas podem ser jogadas, com ainda maior chance de acerto: Quality Road. Para mim, um dos maiores cavalos que tive o privilégio de acompanhar.
Quality Road, outro 13-c, não corria. Ele, como seu pai, voava! Apenas que de uma forma ainda mais constante. E isto porque teve que conviver com sérios problemas físicos, à troca de treinadores, a doença de seu criador e proprietário, e mesmo assim, além de ganhar sete provas de grupo, sendo quatro delas de graduação máxima, arrumou três recordes: aos três estabeleceu a marca de 1'47"72 nos 1,800m de Gulfstream e o de 1,300 metros de Saratoga, estabelecendo para este último a marca de 1'13"45. Acreditem é raro, bater-se os recordes de 1,300 e 1,800m, principalmente numa mesma temporada. No ano seguinte, ele volta e bate o seu próprio recorde em Gulfstream, agora com a marca de 1'47"49. E o fez nesta última oportunidade, quando da disputa do Donn Hcp., uma carreira de graduação máxima.
Desta forma, Elusive Quality, além de ter provado ser um reprodutor de primeiro nível, é daqueles que pode produzir ao elemento de exceção, já que Sepoy o foi na Austrália, onde também ganhou quatro provas de graduação máxima, Smarty Jones, que pelo menos por um breve período deu sintomas de ser um diferenciado e Raven's Pass, que pegou pela frente, uma das turmas mais enjoadas já aparecidas na Europa, Henrythenavigator, Twice Over, Tamayuz, etc. mesmo assim ganhou provas de grupo 1, dos dois lados do Atlântico. A exceção do Smaty Jones, todos fisicamente irrepreensíveis.
Arrisco a afirmar, que com duas gerações estreadas, como Royal Academy, ele possa não só fazer uma grande figura, como o filho de Nijinsky o fez, como inclusive suplanta-lo. O tempo, aquele que responde a grande maioria das perguntas, se encarregará de dizer se estou certo ou errado. Quem viver, verá!