No futebol, isto está cada vez mais claro, e esta é a razão desta leva de novos treinadores, que estão substituindo aos mais antigos medalhões, que só pensavam em resultados, pois, isto é o que garantia seus empregos. Futebol, como uma peça teatral, é espetáculo. E bom espetáculo, é o que o publico quer.
Outra coisa não se vive mais de nome. O peso da experiência é importantíssimo, porém, se não houver performance, não há resutados e não haverá jeito de justificar o que está sendo feito, se aa vitórias escacearem. É o caso por exemplo do São Paulo Futebol Club, que por ter sido tricampeão a uma determinada época, se imbuiu na posição de que era um clube superior. Hoje, sem performance e muito menos resultados, é na verdade a quarta força do futebol paulista. E não o Corinthians, como tentaram impingir, que eu acho que briga com o Santos pela segunda posição.
No turfe a performance sugere a possibilidade de um bom resultado mas para que isto venha a acontecer é necessário um planejamento. No futebol hoje chamamos de modelo de futebol. Quando o time se encaixa ao modelo os resultados florescem. No turfe tem que se ter um modelo - que chamo de projeto - e uma equipe para coloca-lo em pratica. Com tudo isto alinhado, procura-se o cavalo, pois, sem ele, não há modelo que possa sobreviver.
Da mesma forma não adianta ter o modelo perfeito, se não houver o cavalo que possa preenche-lo, pois, a verdade nem sempre é verdadeira. Melhor performance, vitória na certa. Isto não é uma verdade. O que no máximo pode ser garantido é mais chance de vitória.
Abro um parênteses. Não sou de ficar encima do muro. Sempre tomo uma posição, e tenho total consciência que poderei estar certo ou errado. Também não sou Freud, que acreditava que se o filho gosta da mãe, é porque quer possuí-la, se a odeia é porque foi rejeitado e esconde sua paixão. Desculpe mas assim não dá. Esta história de pão, pão, queijo, queijo, é para ingês ver, pois, na teoria de Freud, não haveria relacionamento entre filho e mãe que pudesse sustentar aquilo que pensamos ser uma relação normal. A verdade pertence a cada um. Não é universal. Fecho parênteses.
Precisamos estar cientes do que é necessario para se atingir performance e consequentemente resultados positivos. E quando isto se torna evidente. Temos que ter a perfeita noção do tamanho do pulo. Ou como diria um grande amigo, a admissão da circuferência do buraco.
Alguém leu Stendhal? Ei li dois de seus livros e justamente aqueles que são considerados pela critica, como seus maiores best-sellers: o Vermelho e o Negro e o excepcional Cartuxa da Parma. Neste último existe um personagem chamado Frabizio não sei das quantas, que de repente se vê no meio de numa tremenda confusão. Sobreviveu e só tomou conhecimento dias depois, que participara da batalha de Waterloo. Não é fantástico. Pois é, não podemos ser no turfe algo como o Frabizio e simplesmente não saber reconhecer a importância de certas carreiras e principalmente de uma verdadeira performance. Porque isto é importante? Isto define aquele que terá mais chance de transmitir no breeding-shed, aquilo que você precisa, para se manter no baile. Dificilmente um cavalo transmitirá aquilo que não foi, já dizia Atualpa Soares.