Sucesso em cavalos de corrida, são como pegadas na areia de uma praia. Por mais fortes que possam ser, tem uma hora que a onda vem, e apaga tudo. E isto nada tem a ver com sorte ou azar. Isto depende da competência de cada um. Você tem que deixar outra marca mesmo sabendo que ela irá com o tempo desaparecer. E de marca em marca você determina o seu caminho.
Gente, por favor não me entendam mal. Nada tenho contra a sorte, muito pelo contrário, adoraria que ela se mantivesse em torno de mim, como diriam os norte-americanos, 24/7. Que ordenassem direitinho meus números, esta semana no Power Play. Que a Gisela Budchem me ligasse aflita. O que não acredito é que ela - a sorte, não a Gisele - seja o fator que determina os resultados no turfe. São duas coisas distintas. Quem merece e quem tem sorte.
Com pouca sorte, você é atropelado por um caminhão na Av. Nossa Senhora de Copacabana, ou mesmo entala-se com um picolé. Outrossim, você no turfe, não chega lá, apenas contando com a sorte. Ou será que Galileo é um sortudo? Tanto o cientistra como o reprodutor, foram e são, produtos de seus próprios méritos.
A prova que mais me impressionou na tarde de sabado na Gávea, foi o Cordeito da Graça. Este cavalo Thunder Cat, corre demais. Cinco corridas, cinco vitórias e com a simplicidade de um pensamento de Flaubert. Há de se notar, que se trata de um filho da primeira geração de um garanhão nacional, que tinha que ter suas coberturas ofertadas gratuitamente, para poder exercer as suas funções. Outros fato que não pode passar a desapercebido, é ele ser imbreed de forma audaciosa, no maior sprinter que já deu entrada em solo nacional, Royal Academy. Aquele 2x2 nele, não pode ser a razão de tanto brilhantismo por parte de Thunder Cat?
Ganhou sua primeira prova graduada, mas da forma como fez, tem que ser visto como a grande força para a disputa do Major Suckow (Gr.1) a realizar-se em Junho. Desde de Wenzel Blade que um velocista não chama tanta atenção ao turfista brasileiro.
Mas as coisas não ficam por ai. Gargalo´s Hill´s ganhou a milha do Gervásio Seabra de ponta a ponta, e passa a ser um cavalo a ser notado daqui para frente. Ele conta com um dos melhores pedigrees que possam existir no Brasil, pois, além de uma estrutura genética impecavel, formada por Roderic O´Connor (Irish 2,000 Guineos), Unbridled´s Song (um dos maiores avôs maternos da atualidade) e os chefes de raça em sequencial Storm Cat, Mr. Prospector, Herbager e Court Martial, trás em seu pedigree aquele binômio mágico de que tanto escrevo e louvo. Ele é Mr. Prospector 5x5x4 e Northern Dancer 4x4x5 e de quebra descende em linha direta a maior matriarca da história do turfe norte-americano, La Troienne. esta bom, ou precisamos de mais?
Este binômio mágico não seria também a razão de Enólogo ter produzido uma das mais instigantes atropeladas vistas últimamente no hipódromo da Gávea? Afinal, como seu pai, Enólogo vem de trás, mas contrariamente a ele, tem uma quinta marcha, que seu pai não tinha. Era um cavalo de uma só velocidade e por isto sempre teve um descredito por parte do mercado norte-americano. Eu creio piamente na influência deste binômio, aqui formado na equação Mr. Prospector 4x3 e Northern Dancer 5x5x5x5. E de quebra existe um terceiro imbreed no champion e chefe de raça, Storm Bird. Foi outra carreira memorável com diversos exemplos de resiliência.
Domenica é filha de outro reprodutor nacional, nosso querido Redattore e com sutilezas de imbreeds e duplicações, que podem ser a razão de sua elevação do seu patamar clássico. Ela possui a junção de imbreeds que vem se formando como uma especie de Doublé Mágico 2, já que possui em sua estrutura Northern Dancer 5x5 e Buckpasser 4x5 e de quebra um imbreed no chefe de raça Native Dancer 5x5 e uma duplicação na matriarca, canadense Victoria Regina, por seus dois melhores filhos, Vice Regent e Viceregal.
A pergunta que não deve se calar, na realidade são duas: Não seria válido um melhor aproveitamento do reprodutor nacional? E a segunda, será que os imbreeds, e duplicações, estão contribuindo por uma melhora de performance em nossos animais?
Passo a palavra aos defensores dos pedigrees escancarados.
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