Nunca, em momento algum, no turfe você deve impetrar a si próprio, aquilo que conceituo como verdades messianicas, pois, neste esporte, meus caros, tudo pode acontecer. E o pior, elas acontecem!
Nas vendas de Setembro do ano passado, em Keeneland, um cliente - estudioso do assunto - me mandou uma lista de potrancas para eu revisar, dos quais 70% das relacionadas estavam em minha lista própria. Fiquei impressionado. Contudo nesta mesma lista, constavam quatro ou cinco, que não pertenciam e todas filhas de um mesmo garanhão, o que em outras palavras queria dizer que um reprodutor que não estava em meu radar, estava no do cliente.
Expliquei minhas razões, ele aceitou, compramos outra potranca mas aquilo ficou na minha cabeça, pois, tratava-se de um reprodutor ainda em começo de campanha e filho de Tapit, que a seu tempo, não gozava também de minha confiança e vejam no que deu. Vamos a outra história.
Em Novembro de 2013, marquei uma égua de 13 anos, que não é muito o meu feitio, pois, não vejo vantagem em se adquirir para o Brasil, algo neste sentido com mais de nove anos. Fui até US$50,000 e ela foi adquirida pela Calumet Farm por US$55,000 cheia deste reprodutor que estava no radar do cliente citado e nunca estave no meu.
Ranter, era uma Storm Cat numa irmã de Pulpit, cheia do tarde, da linha materna consagrada internacionalmente de Feola (2-f), em seu mais produtivo veio em território norte-americano, e ainda por cima cravejada de duplicações por todos os lados. E entre os importantes chefes de raça da modernidade: Northern Dancer, Bold Ruler, Native Dancer, Nasrullah e Princequillo. E havia algo mais, pois, sempre existe algo mais, quando se trabalha neste nivel genético: o produto que estava na barriga era duplicado fortemente em Preach, a mãe de Pulpit.
No dia do Kentucky derby, o tal filho de Ranter e Trappe Shot ganhou a milha do Pat Day Handicap (Gr.1). Não sei se Trappe Shot, como seu pai, irá queimar a minha lingua, mas creio que a razão deste sucesso de Wild Shot, é a estrutura genética de cruzamento e a qualidade do pedigree.
Não existem verdades messianicas, mas posso garantir que a lógica das coisas que acontecem no turfe, principalmente na esfera clássica. está muito perto delas. E isto você só tem condição de aquilatar com certo conhecimento e muita imaginação.
SE VOCÊ NÃO GOSTA DE TURFE, PROCURE OUTRO BLOG. A IDÉIA AQUI NÃO É A DE SE LAVAR A ROUPA SUJA E FAZER POLITICA TURFISTICA. A IDÉIA AQUI É DE SE DISCUTIR TEORIAS QUE POSSAM MELHORAR A CRIAÇÃO E O DESEMPENHO DO CAVALO DE CORRIDA. ESTAMOS ABERTOS AS CRITICAS E AS TEORIAS QUE QUALQUER UM POSSA TER. ENTRE EM NOSSA AERONAVE, APERTEM OS CINTOS E VISITEM CONOSCO, O INCRIVEL MUNDO DO CAVALO DE CORRIDA, ONDE QUERENDO OU NÃO, TUDO É PRETO NO BRANCO!