Talvez eu devesse mudar de assunto. Mais estou parecendo uma agulha que vai e vem naqueles antigos LPs. Outrossim, acho o assunto pertinente. E ainda mais que os descontentes sempre poderão mudar se página.
Passei este fim de semana trabalhando no Figueira do Lago, e não consegui responder a mais basica e simples pergunta de um comvidado como eu. Porque o turfe do Chile é mais desenvolvido que o daqui? O único raciocinio lógico é que o Chile como pais está melhor do que o Brasil.
A decadas atrás estive no Chile e não tenho medo de afirmar que Santiago não agradava. Era a era Allende. Fui assistir ao Latino Americano de um cavalo do Santa Maria de Araras chamado Latino. Tirou se não me engano terceiro. Mas isto pouco interessa para o momento. Livre de Allende e depois da ditadura Pinochet, o Chile cresceu e hoje a a mais forte economia da America do Sul. Tem um turfe de primeiro nivel, e esta semana o primeiro filho de Frankel ganhou. Sim eu disse Frankel, não Agnes Gold ou Drosselmeyer.
Hoje o titular do Haras Don Alberto é o mais respeitado criador sul-americano que se transladou para Lexington. E com um plus: ele não deixou de criar no Chile e para lá levou correntes sanguineas que nós brasileiros achamos impossível de trazer. E tudo isto porque? Porque o Chile se arrumou e o Brasil desgringolou. E com ele, nosso cada vez mais combalido turfe. Será que não temos forças suficientes para nos colocarmos novamente de pé?
Hoje perdemos no vinho, na economia e até nos cavalos de corrida. Qual será a nossa próxima derrota?
A festa do GP. Brasil foi boa, mas longe de ser aquilo que a meu ver deveria ter sido. Na pista as emoções não foram grandes pela simples falta de grandes artistas. Mas como poderemos criar um número suficiente de artistas se caimos de quase 8,000 para pouco mais de 1,800, cavalos criados ano.
Vejo poucos entrarem e muitos sairem, e a qualidade cair ano a ano. E não é culpa dos profissionais que a cada dia estão melhores. São das condições impostas. Paramos de importar matrizes e cada vez mais decaimos o nivel de garanhões importados. Penso que isto possa ser visto como o começo do fim.
O maior proprietario e criador do turfe paulista, e a quem Cidade Jardim deve sua sobrevivência, vai mandar muitos dos seus pupilos para a Argentina. O leading trainer paulista, também vai. E sabem para onde? Também para a Argentina! Quem vai ficar com a chave? Eu acho que cada um deve mandar seus cavalos para onde quizer. Mas a cada remador que perdemos fica mais dificil manter no barco em rota firme.
Volto a Miami ciente que cumpri a minha missão representando nas vendas meus clientes, mas também sei que eles deveriam ser canonizados, pelo sacrificio que fazem pela manutenção do turfe brasileiro.
SE VOCÊ NÃO GOSTA DE TURFE, PROCURE OUTRO BLOG. A IDÉIA AQUI NÃO É A DE SE LAVAR A ROUPA SUJA E FAZER POLITICA TURFISTICA. A IDÉIA AQUI É DE SE DISCUTIR TEORIAS QUE POSSAM MELHORAR A CRIAÇÃO E O DESEMPENHO DO CAVALO DE CORRIDA. ESTAMOS ABERTOS AS CRITICAS E AS TEORIAS QUE QUALQUER UM POSSA TER. ENTRE EM NOSSA AERONAVE, APERTEM OS CINTOS E VISITEM CONOSCO, O INCRIVEL MUNDO DO CAVALO DE CORRIDA, ONDE QUERENDO OU NÃO, TUDO É PRETO NO BRANCO!