Gente o turfe brasileiro esta mal, mas longe de estar morto. Não o considero ainda como um doente terminal. Apenas como um, que inspira muitos cuidados. Sou realista, e nunca me conformei com o pessimismo. Estar vivo, ver o sol amanhecer e poder respirar e andar, já premeia a vida de qualquer um. Poder fazer parte de uma atividade como o turfe, é um bonus, com que sempre sonhei. e simplesmente não gostaria de perde-lo. Pessimismo apenas acelera a morte. Seja fisica, de um ideal ou de uma atividade.
Lucifer, um anjo, que achava que tudo estava errado, tornou-se um pessimista. E o que ganhou com isto? O inferno. Sei que as coisas estão confusas. Que cada vez o número de cavalos criados diminui. Mas diria, sem medo de estar cometendo uma gafe, que continuamos a criar bem, e os que sobraram, talvez tenham sido aqueles que sempre valeram a pena. Com raras exceções, sairam alguns que não deveriam ter saido. Circunstancias maiores o fizeram tomar esta decisão. ninguém é dono de seu próprio destino. Você pode escolher um modelo. Mas ele nunca será seu.
Eu acredito em uma força maior. Seja Deus, a luz ou um atomo. Pois, para mim, só uma mente superior poderia criar algo tão complexo e perfeito como nosso planeta e aqueles que o habitam. A natureza e o corpo humano, são máquinas quase perfeitas, apenas com prazo de validade. Eu, em minha maneira de ser, sei que sou parte do mundo. Uma infima parte, mas sempre achei ser a minha obrigação saber como esta força maior o construiu. Como não tenho a inteligência de Einstein, me contento, em tentar saber porque alguns cavalos correm mais do que os outros. E isto o faço desde a sua raiz: o cruzamento.
No turfe não existe combustão expontanea. Tudo nasce do fato de o utero ser fertilizado. A partir o felitro está no caixão. Você pode perde-lo, ou transforma-lo em algo excepcional. Isto se chama criação. Depois cabem a outros profissionais, pegar esta pedra bruta e lapida-la convenientemente. Isto se chama treinamento.
Por isto acho que se lamentar, não o leva a lugar algum. Ninguém pode ter dez cavalos e os mesmos serem craques. Utopia de iniciante. Existe um preço, para se participar desta festa. E este preço, não é apenas financeiro. É de paciência e persistência. Mas vale a pena, nestas horas, ser otimista do que pessimista. Como profissional, para o bem de meus clientes, sou obrigado a ser realista.
Para resolver os problemas de nosso turfe, acima de tudo deveremos ter união, pois, já dizia vó Adelina, que ela faz a força. Embora no Brasil, o povo unido é sempre vencido... Eu acredito numa pedra unica e que da união de todos os interessados em um interesse comum, poderá advir a solução maior de todos as nossas angustias. Temos que fazer a mudança de dentro para fora e depois criar um produto que atraia gente para compra-lo ou apenas desfruta-lo.
Imaginem um grupo de cegos. Não basta acender a luz para dar a eles o que realmente precisam . Você tem adaptar o ambiente as necessidades dos mesmos. Isto necessita de uma repaginação. Eu vejo a população brasileira em relação com nosso turfe, exatamente como um grupo de cegos e a gente que mexe com o turfe, está apenas acendendo a luz e achando que os cegos não só virão como permanecerão em nossa atividade. Erro crasso! Temos que repaginar o turfe, para as necessidades que os deficientes visuais exigem e esta população enxergará a grandeza do turfe. Como enxergou decadas atrás.
Resumo da ópera. A aqueles que gostam de se lamentar, diria que minha caixa de emails não é o lugar melhor para serem ouvidos e receber concelhos. Sugiro procurar a paroquia mais perto de sua casa e vá lá se confessar ao padre. Ele tem ligação direta com aquele que nos criou, e assim pode ter a solução para todo e qualquer problema.