Já aqui contei, acredito que em mais de uma oportunidade, como fui conquistado pelo turfe norte-americano. Até os anos 60, para mim só existia Europa em termos de corridas de cavalos. Os Estados Unidos, era uma expécie de Paraguai turfistico. Na época, tinha tanto conhecimento do mesmo como tenho hoje do Alcorão. E nos anos 70 tive a oportunidade de ir morar por um período na Europa.
O primeiro a me dar uma luz, aquela que visualiza no fim do tuvel, foi Habitat, No ano seguinte, em 1968 Sir Ivor ganharia o Derby, coisa que veio a ser repetir três anos em sequência, a partir de 1970, com Nijinsky, Mill Reef e Roberto. E finalmente em 1973, Secretariat se fez notar.
Nas quando morei na Europa, nos jornais, impressionei-me com a coluna de um senhor que assinava sobre a alcunha de William Hickey. Era uma coluna de fofocas e não hºa nada melhor do que uma coluna de fofocas para se aprender e treinar um novo idioma. Depois, vim a saber que foraa primeira coluna social, quando da morte daquele que a escrevia, Tom Driberg.
A coluna social, por mais futil que possa parecer, é o espelho de uma sociedade. Ela cria e derruba não só governos, como a moda e os costumes. Por que ela existe? Tem gente que gosta de aparecer e outros de ler. É como você andar na praia, à beira do mar, e ver na água o reflexo de algo real, ali transmitido em forma de imagens.
Comenta-se entre as más linguas, que Driberg era um homossexual desinibido, e um esquerdista ferrenho. Que deu inicio a sua coluna decadas antes, e com isto transformou-se numa figura influente e até deputado conseguiu ser. Numa de suas colunas, li algo que nunca me esqueci. Todos os plebeus são pecadores. Vide as escrituras A virtuosidade está no sigilo pecaminoso daqueles mais abastados. Vide o parlamento britânico.
Eu achei aquilo de uma coragem desmensurada.para a época. Inicio dos anos 70. Pensei que ele seria processado ou preso. No Brasil, na era militar, com certeza talvez desaparecesse no mar. Porém, nada aconteceu com ele na velha Albion. Continuou a ter uma vida social intensa, já que continuou sendo convidado a todo e qualquer evento. O aceite do convite ficava por conta de sua discrição.
O Brasil teve colunistas desta mesma área: a das fofocas. Ibrahim Suede foi a meu ver, o mais importante de todos, porém Jacinto de Thormes e Zozimo Barroso do Amaral o seguiram e obtiveram igualmente notoriedade.
Um parêntes. Estou lendo a biografia de Zózimo Barroso do Amaral, escrita por Joaquim Ferreira dos Santos - e penso, quem quer saber da história do Brasil, mais detalhadamente do Rio de Janeiro capital e depois cidade, vale a pena. O titulo da mesma tem glamour: Enquanto houver champanhe há esperança. Fecho parênteses, já que não bebp.
Tudo que acontecia no hipódromo da Gavea, principalmente em seus dias de maiores festas, saia nas colunas sociais com amplo destaque. E talvez por isto a alta sociedade brasileira, comparecesse em massa ao Grande Premio Brasil, pois, esta seria uma das formas de ser comentado na coluna. Hoje, além das colunas sociais não terem a mesma força, as corridas de cavalos perderam sua magia, perante a alta sociedade.
Não digo que isto seja a solução, trazer de volta a sociedade carioca e paulista para os hipódromos. Mas creio que ajudaria. E se não faz mal, porque não tentar esta vereda também? Trazer o Renato Aragão ou aquela apresentadora que dialoga com um papagaio de plástico, indubitavelmente gera publico, mas não aquele publico que necessitamos, o que possa jogar e influenciar de forma significativa nosso movimento de apostas. Faz sim, com que a locomoção no hipódromo se complique, e que o número de empadas tenha que ser triplicado.
Moro desde 1987 nos Estados Unidos e já tive a oportunidade por três vezes de morar brevemente na Europa. Vi os dois lados da moeda. Hoje, não é o publico presente que faz o movimento de apostas crescer. A grande massa de jogo é via internet. Os hipódromos norte-americanos em dias normais, - a exceção de Keeneland, Churchill Downs, Saratoga e Del Mar, ficam as moscas e mesmo assim, não apresentam uma queda substancial, em seus movimentos de apostas.
Não sei se conseguiremos vencer o lobby das maquinetas e implanta-las em Gavea e Cidade Jardim. Aqui nos Estados Unidos, elas ajudam a certas classes de hipódromos. Não vejo muita força politica, em nosso mercado, perante a quem vai decidir. Espero estar errado. Em Palermo a coisa fluiu positivamente e de forma rápida, pois, dizem que o presidente da Republica estava por trás do grupo que assumiu. Li isto numa coluna de fofocas portenha.
Algo tem que ser feito, Vocês não acham?
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