Perguntado que fui por um leitor sobre o Derby Paulista, fiz questão de ressaltar que não fizera uma análise fria sobre o mesmo, e que teria que me valer da opinião de quem o fizera e naquele momento afirmara ter sido uma sólida disputa. E citei quem, no caso o Adolpho Smith de Vanconcellos Crippa.
Em qualquer embate fica fácil se apontar a qualidade do mesmo, pelos competidores que o disputam. Isto quando temos uma carreira como o Arco, o King George, o Pellegrini e até o Brasil, que apresentam cavalos já testados. Tanto para o bem como para o mal. Mas quando pela primeira vez, os três anos atingem a distância da milha e meia, é necessátio uma analise mais detalhada. Pois, quem não estiver preparado para tal, poderá levar bugalhos ao invéz de alho.
O mesmo se reflete na análise da qualidade de um animal. Fica fácil, até para o senhor LuiZ, sacar a diferença que uma Enable tem sobre os demais. Porém a que patamar este nivel de qualidade vai atingir, comparativamente falando em relação aos outros de diferentes rincões e eras distintas, é que se torna a equação a ser debatida.
O que apresento a seguir, é uma análise do Adolpho, sobre o referido Derby que na minha opinião é lucida, embora tenha uma conclusão, que reflete uma opinião pessoal, que a meu ver é abalisada e consubstanciada em fatos, outossim, não deixa de ser um opinião pessoal.
Eu conheço bem a praça do Rio de Janeiro. Creiei-me nela. Por tradição na Gávea, só no final do ano - que se aproxima - os verdadeiros tigres saem de seus esconderijos e muitos dos gatinhos selvagens passam a seguir outros rumos. Como no caso, ano passado de Emperor Roderic e No Regrets. O ganhador do derby para mim, não pode não ter ganho sequer uma prova de grupo, até o prezado momento.
Outrossim, pelo que foi exposto pelo Adolpho, no ano que vem, estes tigres necessitariam ser fortes e consistentes, pois, o que ele viu em Cidade Jardim no dia Derby assim o exige. Mas vamos aos fatos, agradecendo ao Adolpho por esta análise comparativa, a meu ver altamente necessária, para tentar se entender um pouco do que acontece em volta.
O DERBY PAULISTA SEGUNDO ADOLPHO
Quando disse que foi de bom nível não quis dizer que de lá sairá qualquer craque e sim que estava o que de melhor temos hoje no Brasil.
Veja, no início da geração Dragão andou ganhando tudo, SP e RJ. Quando chegou na milha o Gibraltar Point encerrou sua hegemonia (Dragão depois quebrou), tornou-se o líder inconteste da geração. Após, o Cash do Jaguarete tomou a posição pra si, tendo ido até no Rio e ganho por abandono o páreo.
O cavalo que secundou portanto os dois melhores potros estava no páreo: fez segundo. O cavalo que vinha de 3 vitórias seguidas no Rj, inclusive grupo 1, também estava no páreo: fez terceiro
Assim, não vejo o que de melhor teríamos hoje aqui no Brasil.
Agora sobre o nível do Derby. Cash do Jaguarete ganhou a Taça de Prata no Rio em 1:32:7. Dois páreos depois Emperor Roderic entrou na Raia e ganhou a copa em 1:59:2
26:5 segundos pros últimos 400 metros. Isso não parece ser um tempo compatível. Na verdade o tempo da milha foi tremendamente melhor e o Cash provou nos 2.000 aqui colocando 2:00 numa raia lentíssima que pega e bem os 2.000
Agora vamos ao Derby, páreo corrido em 2:28:9. Páreos seguinte correu o Ministro da Agricultura, como de costume: 2:29:0.
No Ministros tínhamos inúmeros ganhadores clássicos, ganhadores de Grupo, de grupo 1 inclusive. Lembrando que se os potros enfrentassem os mais velhos hoje teria vantagem significativa no peso
Pra dar uma base, Olympic Google do Regina, que vinha de Ganhar grupo 3 e chegar antes a 3 corpos do Emperor Roderic, chegou a 5 corpos no Ministro que correu pra um tempo pior que o Derby
Resumindo, se que nada disso é uma ciência exata, mas sigo com a opinião de que tivemos um Derby sólido, onde os primeiros colocados estarão disputando os melhores páreos no RJ e SP em 2019