A cultura conteporânea do turfe em vez de mobilizar o espirito critico do turfista brasileiro e sua vontade de combater o estado atual em que se encontram as coisas, faz que tudo isto seja percebido e vivido com resignação e fatalismo, como se fossem fenomenos naturais, com a chuva, a neve e o frio. Não vejo reação e sequer uma vontade de exercê-la. Estariamos vivendo uma ópera bufa? um cataclisma de idéias parvas? Um tsunami financeio de largas proporções? Estou quase certo que sim. De tudo um pouco.
Vocês já atentaram para a chamada do Esporte TV da Globo? Ela cita e mostra rápidas imagens de atletismo, basquete, ciclismo, futebol, ginástica, hipismo, iatismo, judo, maratona, natação, remo, surf, tenis e voley. E ainda frisa de A a Z. Quatorze esportes, e nada de turfe. Isto apenas demonstra como nossa atividade é considerada no maior meio de comunicação brasileiro: um zero bem mais a esquerda, que poderiamos supor. No mesmo nivel de bocha, sinuca, xadrez, purrinha e sabe lá o que... Desculpem, mas eu acho isto o cumulo.
O abandono que passamos é grande, pois, quando pequeno me acostumei e por isto passei a me interessar pelo turfe, já que as carreiras da Gávea eram apresentadas na televisão, nas tardes do fim de semana. Por mais leigo que você possa ser, a simples apresentação da imagem cria a curiosidade e meu passo seguinte, - quando pude fazê-lo - foi ir a Gávea. Lá me apaixonei por tudo em torno, desde as sedas vibrantes ostentadas pelos jóckeys, como pela nobresa dos cavalos e porque não assim igualmente dizer, do publico, altamente bem vestido. Esta era a forma antiga de se atrair uma geração de novos turfistas.
E funcionou comigo e com uma geração. Isto depois de Janio Quadros aprontar das suas e muitos ciadores-propietarios como os Seabras, terem abandonado a atividade. Com 15 anos compareci a meu primeiro Grande Prêmio Brasil, e um cavalo nacional venceu: Zenabre. Houve torcida e vibração intensa.
A cidade parava, durante a semana que antecedia a carreira jornais, revistas e a própria televisão, mantinham o interesse no evento com notas e flashes, pricipalmente dos cavalos argentinos, chilenos e uruguaios que a este evento compareciam com regularidade.
Para onde foi isto tudo? Não sei. E não culpem a Internet, o surf e o que quer que seja. pois o que você quiser que for, existe - muma ainda maior escala - nos Estados Unidos, na França, no Japão e até na Austrália. Perdemos o interesse popular, por nossa própria culpa. De um lado elitizamos demais e de outro achamos que não precisava manter a marca em evidência, que o publico continuaria a jorrar da terra e encher todas as arquibancadas e jardins. Hoje, nem uma somos capazes de encher.
A promoção dos grandes e mesmo pequenos eventos turfisticos, rola solta nos Estados Unidos, na Europa, no Japão e em qualqier lugar que seja. Menos no Brasil. Algo é feito, não posso ignorar, mas em comparação ao que é feito nos Estados Unidos, diria ser simplesmente ridiculo.
Torço,veementemente para que as coisas mudem seu rumo. Acho que tudo poderia acontecer de diferente, se conseguissemos trabalhar as massas jovens. De 100 que comparecessem, talvez cinco se mantivessem na atividade. Mas não vejo muitos filhos que queiram seguir os passos dos pais. E netos, menos ainda.
SE VOCÊ NÃO GOSTA DE TURFE, PROCURE OUTRO BLOG. A IDÉIA AQUI NÃO É A DE SE LAVAR A ROUPA SUJA E FAZER POLITICA TURFISTICA. A IDÉIA AQUI É DE SE DISCUTIR TEORIAS QUE POSSAM MELHORAR A CRIAÇÃO E O DESEMPENHO DO CAVALO DE CORRIDA. ESTAMOS ABERTOS AS CRITICAS E AS TEORIAS QUE QUALQUER UM POSSA TER. ENTRE EM NOSSA AERONAVE, APERTEM OS CINTOS E VISITEM CONOSCO, O INCRIVEL MUNDO DO CAVALO DE CORRIDA, ONDE QUERENDO OU NÃO, TUDO É PRETO NO BRANCO!