PAPO DE BOTEQUIM: NA POLTRONA DE UM AVIÃO

No avião, não há muito que se fazer. Ou você assiste um filme, lê um livro, trabalha em seu computador ou dormi. Se bem que só ai eu tenha citado quatro opções, você passageiro de linhas aéreas, nitidamente se sente enclausurado e ciente que mais do que isto, nada há a se fazer a não ser. emgolir o que lhes servem e puxar conversa com o vizinho de cadeira. 

Puxar conversa com vizinho, não é o meu forte, mas parecia ser o forte da senhora a meu lado. Ela me viu escrevendo um texto e perguntou porque o titulo era Papo de Botequim. E justificou-se afirmando que Botequim, não era lugar para se ter um papo que outras pessoas levassem como sério. Achei importante sua observação, mas ponderei que tratava-se de uma coluna diária, de um blog sobre cavalos de corrida, e que a minha maneira de escrever nunca poderia ser considerada textualmente academica. Eu colocava no papel aquilo que vinha a minha cabeça, e que não queria de forma alguma que as pessoas encarassem como fosse a defesa de tese ou venda de minhas teorias. Era minha opinião expressada de uma maneira simples, sem subterfujos. Ou pelo menos, esta era a idéia.

Ela pensou um pouco e deu uma de vó Adelina. No meu tempo o que se discutia num botequim, não era para ser levado a sério por quem quer que seja, fora dele. Como brasileira e moradora neste pais a mais de 60 anos, ela não poderia supor que até bebum saido de botequim, no Brasil, pode se tornar presidente da Republica...Quanto mais um poste...

Não digo que a senhora tivesse a idade de ser minha vó, pois, as que tinham já infelizmente tinham morrido. Mas ela beirava os 90, logo poderia ser no minimo minha mãe. Afinal ter um filho aos 23 anos, na Rocinha é recorde mundial de atrazo sexual! Porém, talvez ela tivesse um ponto, pelo menos a se levar em consideração. Mas como toda velhinha adoravel, antes que eu pudesse responder, adormeceu. E roncou por todo o resto da viagem.

O linguajar de Botequim, nunca deve ser levado a um texto de fundo acadêmico. Concordo plenamente. Todavia, esta nunca foi a idéia desta coluna. Ela foi criada como uma expécie de troca de papo, sem maiores responsabilidades. Tenho minhas convicções, eu acredito que outros possam ter as suas. Critico, mas aceito criticas. Só não digo desaforos, pois, não os aceito também. E no mais, para mim, a voz do povo, sempre será a voz de Deus. O que difere as mesmas, são os diferentes deuses.

Dito isto, pergunto: porque o publico que se preocupa com o que acontece no turfe, não é mais participativo? Porque coisas são aceitas sem discuções? Porque não aproveita os espaços existentes para tecer opiniões. Eu disse opiniões, não fofocas. Embora saiba que nos bastidores, as reclamações são imensas, muita gente deixa a coisa no botequim, nas mesas das sociais e nas arquibancadas. Reclamar apenas não nos leva a nada. Sei disto. Porém, criticar pelo menos, sugere uma reação de quem está sendo criticado e como eu sempre afirmei, da discução sempre nasce a luz. Pode ser que o que você defenda, não convença o outro. Mas pelo menos ele fica ciente de uma nova proposição.

Defendo muito a utilização dos imbreeds em chefes de raça e duplicações em matriarcas. Acho ser este um vetor importante para que tenhamos uma genética mais competititva, já que por questões financeiras, não podemos nos utilizar de mensageiros mais fidedignos. Mas na Europa ela esta sendo utilizada para dar um plus maior dentro de uma campanha, como por exemplo ganhar o Arco.

Analisem os pedigrees dos ganhadores do Arco desta década que vivemos. Algum deles pode ser considerado um pedigree aberto?

Como vamos chegar escancarando ainda mais nosso pedigrees de forma a justificar a vinda de certos eprodutores, não aceitos em nenhum outro mercado de primeiro mundo. Seria uma gande coincidência que depois que um reprodutor seve ao Brasil, tornarem-se a seguir pastor de éguas de steplechase?

Juro que tive vontade de acordar a velhinha, para ela ser testemunha ocular de minhas lágrimas de esguincho.