mais uma vez não consigo me omitir sobre SP, não vou entrar em detalhes consigo pois acredito que sabe mais que eu dos fatos "escabrosos" de SP!!!! Me perdoe vc ainda acreditar que vai dar a volta por cima é crer em papai noel. Os fatos de hoje são coisas que não tem a mínima explicação! !!!! Vou ficar por aqui e imitando vc são coisas do Brasil na cor do céu de anil.
Abraços Cláudio Pragana. Vergonha! !!!!!!
Querido Cláudio
Esperei o dia de segunda-feira para lhe responder, pois, você é um dos poucos amigos que acredito ter feito depois que me tornei profissional na área do turfe e tenho certeza absoluta, que como eu, nosso interesse seja comum: um turfe melhor. Algo que nos empolgue e nos encha de orgulho mesmo que apenas nos confira, fazer uma parte minima, do processo do mesmo.
Entendo o seu e-mail, embora confesse que uma das grandes fazes de minha vida, era quando em Papai Noel acreditava e esperava esperançoso, contando cada segundo. a chegada do dia 25 de Dezembro pela manhã, por aquele velocipede ou aquela bola de futebol, de tamanho oficial, que certamente garantiria meu lugar no time de minha rua. Afinal eu seria o dono da bola!
Hoje estudo e procuro entender o que possa estar acontecendo, com a certeza que as coisas nem sempre acontecem da forma que eu sonhava que pudessem acontecer. Não há mais uma bola, que garanta a minha posição. Tenho que ano, após ano, selecionar cavalos que transcedam a imaginação alheia, na vã expectativa de que pelo menos deixe na memória de alguns, que existo e continuo produzindo aquilo que sempre produzi. O tempo é tirano. Passa e as pessoas esquecem... O aparecimento de cavalos que valem a pena, é que realmente fazem pessoas como nós, ficarmos atrelados a atividade. Isto pauta minhas ações e uma delas é acreditar que nem todos nascem sabendo, muitos aprendem e que mesmo em situações calamitosas, sempre existirá uma luz no fundo do tunel. E passa a ser minha obceção, chegar até ela.
Fui arquiteto e portanto nada consigo pensar que não seja parte integrante de um projeto. E desde muito cedo aprendi, que quanto mais incompleto um projeto for, mais fácil se torna aumentar seu custo e menos produtiva tenderá a ser a solução. Cidade Jardim, é um exemplo de um projeto incompleto, - ou talvez da falta de um - graças a administrações do passado. Mas independentemente dos acontecimentos que vivemos nesta última semana, me dá imenso prazer - quase sexual - ver um cavalo como Halston, ganhar um Derby da forma que ganhou. Se mais uma vez foi produto da Procaína ou não, veremos em algumas semanas. Todavia para mim, ser filho de um reprodutor nacional, descender da 13-c e ter mostrado até aqui em pista, tudo que acredito que um cavalo possa ter, para mim faz uma tremenda diferença.
Vejam desperdicio de tempo e dinheiro em muitas coisas que são feitas no turfe brasileiro. E esta sensação do já visto, alimenta o tédio, o descaso e incita, na minha modesta maneira de ver, a possibilidade de manobras manipuláveis de baixa valia. Um erro o leva a outro e este outro quando constantemente repetido, a desistência. Não acredito que seja, o que está acontecendo nos dias de hoje em Cidade Jardim. Medidas duras estão sendo tomadas, numa canoa frágil, cheia de furos e que ainda por cima tem que enfrentar, rio acima, as duras conrretenzas que a querem tragar as cataratas, rio abaixo.
Acredito que a maioria das iniciativas que vigoram hoje com sucesso no turfe moderno, fazem parte de uma estratégia consensual. Estatrégia esta consubstanciada em lógica, e aceita por uma importante faixa do mercado. Não me foi explicado com detalhes qual seria esta por parte das pessoas que hoje lideram Cidade Jardim, mas acredito que pelos nomes que lá figuram, que exista uma e nela tenho o dever como amante desta atividade, em acreditar.
Concordo que para muitos o simples mencionar da palavra estratégia já aniquila o pensamento, em se tratando de nosso Brasil, varonil com o céu cor de anil, manchado pelo passado deixado por Lula e seus aceclas. E consensual, é algo impossível de seque conceber sua existiências, numa sociedade que nivela por muito baixo, o diálogo, politico, social e religioso. Somos hoje uma nação de rotulos internéticos. temos coxinhas, facistas, homofóbidos, mortandelas, comunistas e eu sou do tempo que eramos apenas rubronegros, alvinegros e tricolores. Mas acredita meu caro amigo, a estrategia consensual quando bem aplicada, funciona. Ghadeer, o único reprodutor que teve seu sindicato formado pelos três mais importantes haras da época, Mondesir, Santa Ana do Rio Grande e Santa Maria de Araras, é o exemplo mais eloquente daquilo que rotulo como uma estratégia consensual. Os leilões de reprodutoras importadas levado a efeito décadas atrás pelos criadores paulistas, é outro exemplo bem sucedido desta estratégia. O antigo posto de monta do Jockey Club de São Paulo foi um marco de uma estatégia consensual, nos moldes ingleses e irlandeses. E por ai, vai. Porque, não repetimos estes exemplos? Será que a idéia de que a união faz a força esvaiu-se por nossos poros na direção dos ralos da vida? Ou o confronto de egos, acaba por falar mais alto?
Continuo acreditando. Continuo sonhando, não mais com a bola de tamanho oficial, mas por cavalos como Much Better, Itajara, Duplex, Immensity, Riboletta, Bal a Bali, Flight Time e por que não por Halston? E acrescentaria que com um pouco de paciência e sorte, de uma Cidade Jardim com o mesmo potencial de décadas passadas.
Um grande abraço, do ainda sonhador e esperançoso, seu amigo de sempre.
Renato Gameiro