Existem coisas cujas paternidades não são reconhecidas? A primeira delas, filho feio, a segunda feofó de bêbado, a terceira mulher que trabalha na zona e o Lula acrescentou duas mais, um triplex no Guarujá e um sitio em Atibaia. Mas nós do turfe, todos nós sabemos, que existe uma sexta, que vigora: cavalo matungo. Ninguém o criou ou adquiriu. Ele cristalizou-se do nada.
Não existe uma pior sensação, que a exaladade por um cavalo ruim. Ir ao prado e presenciar ele não passar um outro sequer, é uma das sensações mais aterradoras que existem. É o chamado cavalo que só ganha da ambulância. E o pior, ele volta para o barn, recebe sua ração e no final do mês a conta chega.
E quanto mais matungo ele mostra ser, na maioria das vezes, mais bonito ele é. Pois, aparências enganam. Porque um cavalo não tem a gana de correr, me parece uma coisa difícil de ser explicada, mas sua incapacidade de vencer, é o defeito maior em um cavalo que foi desenhado para corrida. Esta esta a opinião de John Aiscan. E de suas palavras, faço as minhas.
Recentemente me perguntaram qual foi o cavalo em que mais acreditava e que mais me decepcionou. É difícil de responder, pois, foram mais do que um. Eu diria que deszenas. Bonitinhos e ordinários. Outrossim, o último não lhe sai da memória. Lembro de Pigott, um Nedawi em uma égua Cape Cross, que foi um dos cavalos mais lindos que tive o ensejo de selecionar, e que se talvez fosse testado, até incapaz de ganhar da ambulância, o era.
Aliás este é o ponto aonde eu queria chegar. Os mais bonitos Nedawis que selecionei, foram os piores atletas. Os feios ganham, Os bonitos fracassam. Lembro-me de um outro, alazão de cara branca que selecionei para o Estrela Energia, nas vendas do Fronteira, é que era um matungo de marca maior. Lembrava-me muito as características de Dahlia, mas não corria absolutamente nada.Waldmeister também era assim, Não identifiquei entre seus melhores produtos, elementos que realmente chamassem a atenção. E a pergunta que fica é: o que fazer?
Não há nada a se fazer. Eu me dou ao direito de evita-los, pois, não me sinto capaz de capturar - entre os de pior estampa - aqueles que possam ser elementos superiores. E quando me reporto aos de pior estampa, não estou aqui falando de cavalos sem expressão, de mais aprumos, pequenos ou gordos. estou falando de cavalos que não me convenceram em seu desenho. E ai é que vem o X da questão. Certos reprodutores produzem animais que se adaptam a centros de gravidades não muito santos e nem convivem bem com um desequilíbrio conjuntural.
Vinicius de Moraes dizia que beleza não põe a mesa, mas que ele não comia no chão. Faço destas palavras, minhas também. O atletismo é básico. Duplex foi um dos maiores cavalos que vi correr. fisicamente ele me desagradava bastante. Uma exceção a regra. e o que fez reprodutivamente? Nada. E porque? Porque era um dominante e transmitia a seus filhos seu fisico, que foram incapazes de provar a mesma qualidade na arte de ganhar.
E não me venham me cobrar, quando um destes conseguir chegar lá no topo e se manter, como foi o caso de Duplex. Pois, tenho consciência que outros 99, iguais a ele, não chegaram a lugar nenhum, E comprar 100 para tirar apenas um, não me parece um percentual lógico.
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