Ao mesmo tempo, juro a vocês que não tenho o poder de criar absolutamente nada dentro de um processo de dialise interna. As coisas pintam e as vezes a idéia vem do nada, ou de algo que me sensibilizou e que me obriga extravasar aquilo que sinto. Como o concernente à esta nova coluna, recém concebida, que sempre que possível escreverei: a das janelas para o futuro.
Imagine que quando você abre uma janela, cria à sua frente a visão de um novo mundo, que se modifica a cada segundo. Poucas são as coisas que permanecer rígidas em seu lugar. Elas, para mim, são as molduras de uma vida pulsante que se renova constantemente.
No turfe, criadores brasileiros estão abrindo novas janelas, cuja profundidade é proporcional ao investimento e resultados obtidos em pista, por aqueles que ele cria. Criar é um ato divino, que no caso de cavalos de corrida, funciona como uma poesy in motion.
Um cavalo de corrida não é apenas um pedigree e um monte de músculos. Ele é produto de alguém que cria a possibilidade de um cruzamento e faz dele uma nova vida. Em cavalos de corrida, os cruzamentos não são produto do amor entre dois equinos, e sim de um projeto de se criar algo melhor, à luz dos que os seus pais fizeram em pista e poderão fazer no breeding-shed.
Depois de uma visita ao Figueira do Lago, me veio a idéia. Afinal eu que tenho o privilégio de rodar nossos principais centros de criação e desfrutar da dádiva de viver dias em contacto com outro mundo, o da criação de cavalos de corrida, tenho como obrigação, compartilhar meus sentimentos e aprendizado.
Espero que gostem, quando passarem seus olhos.