Eu tinha 18 anos ainda incompletos e num baile de carnaval conheci a Tereza. Teve assim o início da saga entre a ativista e o alienado.
Tereza era três anos mais velha do que eu. Já era terceira anistia de uma universidade e acreditava numa revolução socialista que poria fim no Brasil com a exploração do homem pelo homem. Enquanto eu lia Machado de Assis ela já tinha lido o Capital de Marx. E no original. Em alemão língua que dominava.
Foi um romance tempestuoso passado em minha moto, que ia do por de sol visto do Arpoador e até do Maracanã com o Flamengo. Mas minha alienação e seu ativismo um dia nós separaram.
A revolução a engoliu. Nunca se ouviu falar mais dela. E a minha alienação me manteve vivo. Contudo o meu cada dia maior interesse pelo turfe, tornou-me um ativista no mercado. Deixei de ter 18 anos e um dia cresci.
Tereza me fez ver o júbilo de acreditar em algo, pois, eu até ali poucas preocupações tinha. Anos depois li parte do Capital de Marx para entender o que era ser de esquerda. Não consegui ler tudo pois é uma obra enfadonha. Mas vi que a utopia das esquerdas era pueril.
No turfe da mesma forma que você deve fugir dos dogmas, aconselho a correr das utopias. Para não dizer que elas não os levam a nada, lembraria que elas trazem a incompreensão e o infortúnio.Você tem que pesquisar e analizar e com sorte aos poucos a sua capacidade de separar o joio do trigo, multiplica-se. Você Atinge um percentual de acerto e dali para frente seu objetivo é aumenta-lo.
E a pesquisa é ainda a melhor forma que encontrei para entender do porque certas coisas acontecem. A genética interessa-me, embora não a compreenda bem. Não sou geneticista, e consigo no máximo fazer alguma correlações. Outrossim, desde cedo aceitei o fato que ela decai se não houve renovação constante. Que me parece ser um erro das esquerdas que até hoje se guiam por Marx.
Joiosa (1950) por Romney (GB)
Princess (URU)
Quiproquo (1950) por The Phoenix (GB)
Blue Grass (GB)
Adil (1951) por Epigram (GB)
Candid Lover (GB)
Timão (1952) por Swallow Tail (GB)
Nuvem (BRZ) e Colina (ARG)
Dulce (1954) por Royal Forest (GB)
Duty (ARG)
Narvik (1954) por Antonym (FR)
Cicce (BRZ( e Head Long (ARG)
Gaudeamus (1955) por Violloncelle (GER)
Gambia (BRZ), Congelada (BRZ) e Dolly (FR)
Farwell (1956) por Burphan (GB)
Marilu (BRZ) - Tower Bridge (GB)
Escorial (1956) por Orsenigo (ITY)
Escoa (ARG)
Emersom (1958) por Coaraze (FR)
Empenoza (ARG)
Considerando a amostragem destes 10 elementos, escolhidos por mim, como os de maior significância para os anos 50, constataremos que nenhum deles veio a ser gerado por um reprodutor nacional e apenas três, por éguas brasileiras. Somente um elemento possuir uma vôo brasileira, determinando assim, uma dependência quase que total do importado para a consecução de um bom cavalo de corrida.
Nos anos 60, onde a meu ver houve uma queda por demais significativa na qualidade do PSI brasileiro, este dominante genética importada coincidentemente diminuiu.
Nos nove elementos que a meu conceito foram o melhor que nos anos 60 nos deu, uma mudança substancial não só de padrão de carreira, como também o relativo a nosso padrão genético. Apenas quatro filhos de reprodutores importados e apenas dois filhos de éguas importadas.
Seria o decréscimo do sangue importado o causador desta queda na evolução do puro sangue da época?
Zenabre (1961) por Pharas (FR)
Remington (BRZ) e Sultan´s Way (GB)
Egoismo (1961) por Alberigo (ITY)
Urgência (BRZ) e Eastern Swan (GB)
Dilema (1963) por Major´s Dilemma (BRZ)
Opera (BRZ), Dambora (BRZ), Faceirinha (BRZ) e Faceira (FR)
Giant (1964) por Cigal (GB)
Unista (BRZ), Lendaria (BHRZ), Lanceta (BRZ), Bombarda (BRZ) e Insigna (ARG)
Sabinus (1964) por Hyperio (BRZ)
Truite (FR)
Haé (1964) por Zuido (BRZ)
Uja (BRZ) e Negrusa (URU)
Viziane (1965) por Coaraze (FR)
Passion (GB)
Quiz (1965) por Eviva Violon (BRZ)
Kings Fancy (BRZ) e Lady Wint (FR)
Elamiur (1966) por Xaveco (BRZ)
Vera Cruz (BRZ) e Flyshell (GB)
Não sei exatamente o que isto tudo teria a ver com a Trreza. mas a verdade é que me lembrei dela...