Em todo pais, em toda situação, sempre existirá a nefasta presença do Cretino Fundamental, tão bem definido pelo Nelson Rodrigues.
Para mim, o Cretino Fundamental, nada mais é que o irmão gêmeo do Idiota da Objetividade, produtos que são do cruzamento entre o Quadrúpede de Vinte e Oito Patas com a Granfina de Narinas Cadavéricas, que ao adentrar pela primeira vez no Maracanã, foi logo perguntando com seu ar monárquico que tanto a diferenciava da plebe ignara; quem é bola? Todos personagens do Nelson.
Que saudades tenho do Nelson...
Imaginem como ele seria visto nos dias de hoje pelos esquerdopatas: misógino, racista, terraplanista, reacionário, machista, retrógrado, quando na verdade não passava de um conservador, com uma rara capacidade de detectar e descrever, aquilo que todos teriam a capacidade de ver, se não se escondessem por trás do politicamente correto da vida. Sua forma de apresentar a questão era apenas castalítica.
Não tenho a verve de Nelson, mas entendo suas aflições. Principalmente quando presencio discussões acaloradas sobre cavalos de corrida e corrida de cavalos. Afinal, o turfe brasileiro está repleto de cretinos fundamentais, que preferem passar pano a enfrentar aberrações que apenas levam nossa atividade, ladeira abaixo. Execro-os, mas infelizmente me sinto um para raios para os mesmos. E ainda por cima fui inventar de ter um blog...
Dizem que ser mãe, é padecer no paraíso, Acrescento que ter um blog, é torrar no inferno ! De uma hora para outra, você passa a ser o alvo intestinal de todo frustado que necessitados de um palanque para expelir suas nauseantes frustrações freudianas, o tiram para Cristo.
Se você caracteriza um Frankel, como um possível Ribot, imediatamente uma legião de cretinos fundamentais instituem uma torcida contra, na esperança que você tenha errado em sua conceituação. Se você por sua vez não conceitua um bom cavalo de craque, logo, outra legião de idiotas da objetividade, o acusam de não gostar do proprietário ou de alguns dos profissionais que o administram. Se ficar o bicho pega. Se correr o bicho come...
Não tenho culpa se na Europa exista atualmente um City of Troy e deste lado do Atlântico, simplesmente ninguém. Não vou inventar que Fierceness ou Sierra Leona são craques, quando os acho apenas bons cavalos, em uma geração patética. Ou vocês em sã consciência seriam capazes de utilizar na reprodução Mistik Dan, Seize the Grey ou Dornoch? Se forem, expliquem o porque. E aconselho a não usar a triplice coroa como explicação.
Cavalos existem muitos. Bons cavalos, creio que poucos. Porém, craques dá para se contar nos dedos, da mão esquerda do Lula. Logo, reservo-me ao direito de manter meus conceitos e patamares. Sorry, se a altura de meu sarrafo, priva muitos de o ultrapassarem, mas como arquiteto que um dia fui, "menos sempre será mais".
Ou será que alguém acredita que Baffert tem ainda um as escondido em sua manga? Que Fierceness vai um dia engrenar e ganhar duas corridas em sequencia? Ou que Sierra Leona, possa definitivamente ganhar uma prova de graduação máxima correndo em linha reta? Helooooo !!!
Cavalos de corrida de alguma forma, funcionam como vinhos. Certas castas sobressaem, outras não. E as vezes precisam de tempo para maturar. White Abarrio, parecia ser o caso, mas o tempo provou que ele era aquilo que sempre suspeitei: apenas um bom cavalo, com mais "abaixos que acimas" e muito suco na via. Até City of Troy esteve sujeito a seu dia, de Negueba.
A dura verdade é que poucos são os Frankels os Flighlines, que mantém uma constância. Todavia, muitos são aqueles que veem em toda aquele que ganha por boa margem, um novo craque em potencial. Desculpem, mas não é assim que a banda toca.
Tivemos sorte que num curto período alguns elementos de primeiro patamar pintaram no horizonte. Nem toodos tiveram sucesso no breeding-shed. E sempre haverão os Into Mischiefs e Tapits da vida a demonstrar o mesmo potencial reprodutivo que um Frankel ou um Justify. Isto ]e o tiro pode vir de qualquer lugar. Isto se chama turfe. Aonde dois mais dois, nem sempre é quatro.
Portanto, não preciso perder meu tempo - que passou a ser juntamente com a saude, minhas duas necessidades fundamentais - e me desgastar a tentar provar o óbvio, a aqueles que teimam em não aceitar. Se suas excelentíssimas mães são incapazes de descobrir quem é a bola, num jogo de futebol, não serei eu a acender a luz. Afinal, o que então esperar de seus filhos?
Esta geração norte-americana, não me agrada. Sorry ! Talvez apenas Thorpedo Anna, se salve. Mas mirem o pedigree da coitada. O mapa do inferno virado do lado do avesso. Desculpem, os que assim não pensam, mas é o que penso. Então, o que fazer? Talvez, esperar pela outra.