Não adianta forçar a barra, pelo simples fato de você querer algo que o satisfaça. Talento, por exemplo, é algo nato. Você nasce ou não com ele. Como disse, não adianta forçar a barra, pois será tempo perdido.
Lembro-me o que foi a estréia do Ricardinho na Gávea. Era o filho do Antônio Ricardo. Ansiedade total ! E mesmo, a principio sem demonstrar o talento do pai, ele pouco a pouco, provou que dominava a situação e acabou se tornando o que se tornou: o recordista mundial de vitórias no mundo. Teria, por acaso, o talento natural do Juvenal ? Talvez não, mas fez de sua vida profissional um exemplo a ser seguido.
O João Moreira foi um caso, de um talento que não foi imediatamente reconhecido. Quando indiquei-o como jockey do projeto Estrela Energia, o fiz ciente que tinha um diamante bruto em minhas mãos. Muitos foram os que riram. A grande maioria simplesmente zombava. E vocês virão no que deu. Custou mas hoje o Moreira, talvez seja o maior deboche profissional que produzimos até aqui. Quanto ao Sylvestre de Souza, confesso que não imaginei aquilo que ele poderia ser. Aliás, eu e toda a acida do Flamengo, mas casos como estes acontecem. Temos que reconhece-los e respeita-los.
Hoje o mundo passou a ter conhecimento do filho de Ryan Moore, que acaba de vencer sua primeira corrida, aos 17 anos de idade. E montando um animal da Godolphin. Para os fans do pai, eis que surge um novo diamante, amparado pelas boas companhias e um sobrenome que ajuda. Seria errado se ansiar por talento adquirido ? Penso ser válido, embora o filho de Pelé, tenha sido um fraco goleiro e do Nelsom Piquet deixou-se envolver num escândalo sem precedentes.
Vamos dar o devido tempo que todos merecem. Sejam filhos eles do Ryan Moore ou do Zé da Esquina. Talento não se cria. No máximo podemos moldar um existente e ainda não cintilante. E o polimento da pedra preciosa bruta, se dá de diversas formas, Porém todas regidas com uma mesma atitude: paciência.
