Engana-se todo aquele que acreditar que dou a mínima bola ao valor que o mercado dá a este ou aquele individuo. Sea Girl custou yearling US$1,000, Much Better o referente a US$3,000 e Da Hoss, apenas o dobro deste valor, e isto não lhes impediu de serem os cavalos que foram em pista. Para os de memória curta, lembro que sempre defendi que o tiro pode vir de qualquer lugar e não o faço usando apenas palavras. Levo a sério, no dia a dia.O fato de White Abarrio ter custado aos bolsos de suas conexões US$7,500 quando desmamado e efetivamente ter mudado de mãos em apenas 58 segundos, - o tempo que ficou no palco da OBS - não o desmerece de maneira alguma, pois, até então era visto como um filho de nada com porra nenhuma e ainda por cima tordilho. Vou mais longe ainda, apenas o engrandece e premeia a coragem daqueles que nele investiram.
Preço é um acaso de um momento em questão. O real valor é aquilatado anos depois, em pista. Continuo achando White Abarrio, um muito bom cavalo, mas longe de poder ser considerado um diferenciado. Ganhou duas Pegasus ridículas e uma Breeders Cup Classic que a meu parecer foi bastante fraca em termos de conteúdo.
Alias desde a vitória de Arrogate em 2017 e Gun Runner em 2018, que apenas em 2022, a Classic voltou a ter um ganhador de direito, Flightline. Durante este período, foi povoada de ganhadores vitimas da continência como Accelerate, Vino Roso, Authentic, Knights Go, o citado White Abarrio e mesmo este ano Sierra Leona. Das 41 edições, creio que as citadas, logo acima, podem tranquilamente serem vistas, como no plano de baixo. Nunca o turfe norte-americano se viu alinhado tão abaixo.
Razões? Muitas, que me levariam bastante tempo e grande paciência dos leitores em simplesmente cita-las. Veja que antigamente para um castrado ser considerado um horse of the year, tinha que lamber lama como Kelso e Forego o fizeram. Hoje, um não castrado, de conexões certas, pode ser considerado cavalo ano, com apenas uma apresentação, e mesmo sendo esta obtida fora do circuito Europa-Estados Unidos. Deu para se sentir a diferença, ou terei que desenhar?
Isto não é papo saudosista de velho com dores nas articulações. Isto é uma visão sincera de quem viveu o suficiente, para saber que em pasto que pasta um Secretaria, um White Abarrio, não deve sequer pisar...
Querem um exemplo do que digo? Considero Into Mischief um reprodutor de grande qualidade, outrossim em momento algum, o vejo no mesmo patamar de Bold Ruler, Nasrullah, Danzig, Alydar, Mr. Prospector, Seattle Slew, A.P. Indy ou Storm Cat. Há de se notar que neste atual período de alta calmaria nos ventos do turfe norte-americano, Into Mischief venceu seis estatísticas consecutivas de reprodutores por prêmios ganhos por seus filhos. Não seria um indicio de alta fragilidade por que passa o turfe norte-americano?
NÃO TENHO O MENOR
RESQUÍCIO DE DUVIDA
QUE CAVALOS COMO WHITE ABARRIO,
KNIGHTS GO E CALIFORNIA CHROME
ESTEJAM IMBUÍDOS DE UMA TREMENDA
VONTADE DE VENCER.
MAS DE QUEM?
Obteriam os mesmos resultados caso fossem obrigados a enfrentar, animais de outro quilate, como Secretariat, Forego, Kelso, Ruffian, Slew, Spectacular Bid ou Affirmed? E mesmo mais recentemente a Arrogate, Gun Runner e Flightline?
O que foi feito do brilhantismo do cavalo aqui nascido? Extinguiu-se? Entrou em recesso parlamentar?
Lembro novamente aos navegantes, que em períodos de calmarias, até o Brasil foi descoberto...
Hong Kong Classic Mile (01/31)
Gauteng Guineas/Fillies Guineas
(02/01)
El Derby
Indian Derby