quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

PAPO DE BOTEQUIM: VANOS DISCUTIR O QUE DEVA SER DISCUTIDO,

Quando faltam argumentos e não há educação de berço, a apelação se torna na opinião de alguns, válida. Eu discordo e explico porque. 

Um dia vim a ser acusado por uma pessoa que se eu morava em um quarto e sala, não poderia dizer que tinha tido sucesso no turfe. A resposta é simples. Não roubo, não vivo as custas de um parente, não ganhei na loteria, nem tive o privilégio de nascer numa família rica. Faço o meu trabalho, moro numa aprazível praia em pais de primeiro mundo, sou casado a 41 anos com a mesma mulher e tenho os meus resultados. Porém, está parcialmente certo quem afirma que não tive sucesso que deveria ter, pois, quem sonha e se sente preparado para ganhar o King George e o Arco, e ainda não os ganhou com 68 anos no lombo, não alcançou o sucesso que almeja.

Não interessa ter ganho Breeders Cup, Santa Anita Handicap, o Pellegrini, o Latino, o São Paulo, o Brasil, o Derby, o OSAF, o Diana e Dubai Cup. Certo que ajuda,  enriquece o currículo, outrossim não resolve, se a idéia é o Arco e o King George. Mas seria impossível consegui-lo? Talvez seja, contudo prefiro morrer sonhando do que viver o resto de minha vida com a realidade de sonhar apenas com coisas que já conquistei. Não sei é se quem me criticou, consegui fazê-lo, ou sequer corre-los...

Moro em um pais que pensa em planejar para o que possa acontecer daqui a 50 anos. Infelizmente no Brasil é um pais que apenas se preocupa como resolver a desgraça acontecida no dia anterior. O que sugere que talvez seja mais seguro morar num quarto e sala em Hallandale Beach, do que num três quartos e sala na mais importante cidade brasileira, São Paulo.

Desculpem, todavia, há necessidade de se pensar grande. Mas isto não quer dizer que seus pés tenham que estar fora do chão. Suas chances são menores, todavia, longe de serem nulas. Amigos, em qualquer atividade se você tem 1%, existe pelo menos a possibilidade. A probabilidade é pequena, mas a possibilidade existe. Reconhecida esta questão passemos ao degrau seguinte.

Até que ponto poderemos viver investindo no turfe da forma que estamos fazendo? Adquirindo cavalos de listas? Deixando a grande maioria de nosso manancial ir para o Uruguai? Não apoiando um dos nossos mais importantes hipódromos? Vendendo cavalos para centros que tratam nosso produto de uma forma desrespeitosa, castrando-os e os submetendo ao jogo da pedra? Não cumprindo com nossas responsabilidades financeiras e continuando a ter crédito? E se achando ainda os reis da cocada preta? Não seriam estes problemas que deveriam ser discutidos?

Volto a repetir. Estamos onde estamos por nossa própria culpa. Olhamos mais o nosso umbigo que propriamente a macro-situação. Prefiro morar em um quarto e sala e sonhar com o King George do que viver numa mansão e achar que estou satisfeito com os resultados obtidos até aqui.