quinta-feira, 7 de março de 2019

PONTO CEGO: O CUSTO DA PACIÊNCIA

Ontem o jogo do Flamengo, me lembrou aquele que o Internacional venceu seu campeonato mundial contra o Barcelona de Ronaldinho. Não que o time que enfrentava tivesse o menor resquício de qualidade do time espanhol. Longe disto. Mas jogar numa altitude de quase 3,800 metros, é um fator significativo. Seu pulmão exige por um oxigênio que não existe e a bola sai mais rápida do que você está acostumado. Outrossim, mesmo sendo alhos e bugalhos, a alegria demonstrada pelo Abel - treinador naquela data do Inter e hoje do Flamengo - foi a mesma. Isto se chama, a conquista ao meio ambiente.

O meio ambiente intervém de forma decisiva na participação de uma atleta em qualquer competição que venha a disputar. No caso da criação de cavalos de corrida, mais ainda. Esta é uma das razões que explica o mal ou bom desempenho de um reprodutor em hemisférios distintos. Mas dentro do mundo da criação, não é apenas o meio ambiente que influência sua performance. Existe o tipo de criação, o perfil das éguas oferecidas e num futuro a médio prazo o calendário, o desenho das pistas. Culpar apenas o meio ambiente é total falta de conhecimento. A não ser que seja considerado como meio ambiente todos estes fatores citados. Logo, o meio-ambiente, como no jogo contra o San Jose, na noite de ontem, é um fator importante, ma como o próprio resultado refletiu, não imperativo.

Tenho alguma experiência com a seleção de éguas para a nossa criação. E mesmo que não tivessem, os resultados demonstram o que vou afirmar. Uma égua importada leva três anos para se adaptar ao meio ambiente nacional, bem como a lida e os cruzamentos a que será sujeita. As primeiras crias, principalmente a que vem em sua barriga, tem percentuais de êxito em pista, mínimos. Conta-se no dedo da mãe esquerda de alguns presidentes sul-americanos quantos deram certo. Isto não é uma opinião. Isto é um fato.

Assim, explica-se muitas das coisas que acontecem e porque elementos geneticamente superiores no Brasil aportam e custam a se consagrar. Não confundir, com aqueles que tiveram sucesso estrondoso no hemisfério norte e fracassaram redondamente no hemisfério sul, como Giants Causeway que foi trazido para a Australia e depois Argentina e muito pouco produziram.

Isto já havia acontecido com Cyllene, Northfields, Cambremont e alguns outros. Evidente que o conceito de sucesso e fracasso varia conforme a cabeça que os estuda.

O que quero dizer? Primeiro que seria mais fácil para nós a utilização maciça dos elemento já adaptados as nossas condições.  este é o segredo do sucesso da Australia, Japão e África do Sul. Segundo que precisamos renovar constantemente nossa genética, melhorando-a se possível, mas tendo em mente que não será apenas o custo despendido vetor da diferença. Sua paciência de esperar também.