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terça-feira, 1 de setembro de 2020
PAPO DE BOTEQUIM: A METRIFICAÇÃO BURRA
Tem horas que acredito que as coisas tenham que ser desenhadas, para a melhor compreensão de alguns. Parece impossível, mas é real, mesmo em se tratando de um mercado sofisticado como o de cavalos de corrida.
Retratei minha opinião sobre o que acho dos rates, ou melhor a tentativa de metrificar a atuação de um cavalo de corrida. Em um determinado momento. Logo, algo meramente pontual. Esta é a minha opinião. Se certa ou errado, trata-se de outro problema. E iniciei o artigo falando de Sea Biscuit e acreditem que teve um leitor que me perguntou o que Sea Biscuit tinha com os rates, se em sua época nem eles existiam? Pois, eu citei Sea Biscuit, na esperança que as pessoas conjecturassem que de pouco adianta você mensurar um cavalo em um determinada época, sem ter o quadro completo de sua campanha. Imaginem qual seria o rate que dariam a Sea Biscuit em suas primeiras 17 corridas, em que perdeu todas?
Rate é uma forma pueril, a meu ver, de se tratar a questão. Simplista demais! O Antonio Quintella, que como todo bom advogado, tem a tendência de ir ao âmago da questão, comentou "que esta mania de transformar pista de corridas em numerozinhos e continhas é coisa para bobos e farsantes."
Meu caro presidente, hoje esta mania parece estar nas mãos de farsantes, que gostam de dourar a pipila, na direção que mais os favorece. O romantismo do turfe, parece findo.
Vocês lembram que deram um rate maior para Pinatubo aos dois anos que a Frankel. Ok, pode até ser que ele tenha impressionado mais aos "rateadores". Independentemente de interesses nada republicanos, até a Dilma, pode ter impressionado a um analfabeto. Mas para mim, estava claro que tratavam-se de cavalos em patamares distintos. Ambos muito bons, mas de patamares nitidamente distintos. Como Pelé e Zico, por exemplo. E fiz questão de deixar claro deste o inicio, meses antes mesmo de Pinatubo vir a perder a sua invencibilidade e entrar na vala comum, este meu ponto de vista. Acho que não estava errado...
Não tenho bola de cristal e muito menos tenho a capacidade de ver a alma de um cavalo. Outrossim, assisto corridas e quando visualizo um verdadeira champion, procuro me fixar nas características de desempenho do mesmo. Aquele que repete a dose, seja meses ou anos depois, passa a gozar de minha maior atenção. Não preciso de um fita métrica muito menos de um cronometro. Prefiro seguir meus instintos.
Erro? Evidente que sim, mas muito menos que a maioria, sedenta por rotular imediatamente este ou aquele. E erro pelo simples fato que me deixo levar as vezes pelo mesmo erro daquele que metrifica. O lado pontual da coisa. Um dia um cavalo apresenta uma atuação deslumbrante e o cativa. E nesta hora que você tem que usar seu conhecimento e experiência para trazer a tona as imagens que pululam em sua mente. Muitas esquecidinhas, mas todas existentes em algum lugar de seu celebro.
Vocês se lembram que a Enable nunca davam o mesmo rate de Cracksman, - por razões evidentes que expus - e seu treinador sabia que quando se enfrentassem o resultado fatalmente penderia para a fêmea, e não para o macho. Por isto nunca os confortou. E mais a seguir com um outro parelheiro seu feito champion europeu na grama, optou por escreve-lo no dirt, na Breeders Cup Classic do que enfrentar a mesma Enable na grama da Breeders Cup Turf.
Perguntem a Gosden que era o melhor dos três. Ele vai mudar de assunto.
A única metrificação que aceito em cavalos de corrida, e o handicap de peso, e assim mesmo tenho minhas reservas. Por exemplo porque Enable terá que dar sete pounds a Love no Arco, sendo as duas fêmeas? Não é uma vantagem maquiavélica?
O Nelson Rodrigues dizia que o video tape e a unanimidade eram burras. Eu acho a metrificação de um cavalo pelo que ele fez um dia, em uma determinada corrida, uma asneira. Sei que não são muitos que possam usar seus instintos , sua experiência e seu conhecimento para sentir a qualidade de um cavalo de corrida. Mas sei também que são muitos os que usam este poder de metrificar cavalos de corridas e carreiras, para ter saciado certos interesses próprios, quase sempre nada republicanos.