segunda-feira, 6 de maio de 2024

PAPO DE BOTEQUIM: HÁ BEM DA VERDADE

Meus caros navegantes, por favor, nesta altura do campeonato, não confundam alhos com bugalhos. Nunca fui e nunca serei contra a aquisição e uso reprodutivo das chamadas éguas clássicas. Muito pelo contrário. Porém, há de se convir que é uma parcela ínfima do mercado que possa adquiri-las. E quando o classicismo de uma linha provém de sua participação ímpar em pista, em uma linha que pouco ou nada produziu de útil neste setor, até então, tenho o direito de colocar minhas barbas de molho. 

Conheço pelo menos, dois casos de haras brasileiros, que tinham como norma, adquirir tão somente éguas para a reprodução que tivessem sido em pista éguas clássicas, isto é, ganhadoras de provas de grupo ou listadas. Onde estão eles? Eu diria que basicamente em lugar algum. Diferentemente, de por exemplo do Araras, que desenvolve linhas clássicas e cria suas próprias famílias, tendo como âncoras, segmentos consagrados como a 13-c e a 14-c. E de vez em quando cria um, como a linha 3, de desenvolvimento próprio.

O Kentucky Oaks deste ano, apresentou como vencedora, uma potranca que indubitavelmente provou ser a líder de sua geração. E esta, que o fez vencendo a augusta prova de fio a cabelo, sem nunca dar bola a quem quer que seja, vem de mãe e avó, incapazes de correr e uma bisavó ganhadora de pouco mais de US$18,000. Entenderam ou vão me obrigar a desenhar? 

Outrossim, no presente caso de Thorpedo Anna, sua linha materna é a 2-d, consagrada por entre outros fornecer ao mercado, nomes ilustres como Northern Dancer, Danehill, Machiavellian, Halo e ai por diante. Linha tronco de outro patamar. Apenas a titulo de ilustração, a trifecta da mais importante carreira da geração norte-americana feminina, foi composta por potrancas descendentes de linhas maternas que estiveram entre as 25 primeiras que produzirão, o maior número de individuais ganhadores de grupo, da temporada anterior. 

Fica igualmente bastante claro, por constatação, que 75% das éguas chamadas clássicas, são advindas de linhas tronco consagradas. O que por si só, determinam uma redundância inequívoca, que não deve passar a desapercebido sequer do mais bisonho analista da questão. E que quando da utilização da outra gama, as clássicas que compõem os 25% daquelas que não tem uma base de classicismo comprovada, seu rendimento qualitativo no breeding-shed, cai consideravelmente, evidente que com raríssimas exceções. Não sou eu que o digo. São os números que o provam, dia após dia.

Meus navegantes, acreditem nos que vos falo, pois, não se trata de uma mera opinião. É uma informação, baseada em pesquisas que realizo a décadas. Ainda mais vindo de alguém como eu, aberto a possibilidade de aceitar que o tiro pode vir de qualquer lugar. Todavia, neste caso, em mais de 75% vem de uma determinada direção.