Bom dia, meus amigos do turfe. Enquanto os brasileiros se apegam à essa Copa da FIFA e eu me revolto com a entrada criminosa do goleiro do PSG no meia no Bayern, falemos de turfe.
Semana mais calma nos hipódromos mundiais e locais. Tivemos duas provas de grande relevância, uma em Sandown (UK) e outra em Deauville (FR). Aspectos diferentes, uma em meio-fundo e outra, um confronto em reta que compara os chamados flyers, categoria um pouco esquecida nos dias de hoje. Antes de seguir com as duas provas, vou lançar um desafio para o leitor: O que existe em comum entre Wings of Eagles, Workforce, Masar, Harzand e Golden Horn??? Pensem, reflitam e logo mais volto com a resposta.
Para começar, o qualificadíssimo Eclipse Stakes, em 2.000 metros, com chegada em subida e campo de 6 excelentes competidores, sendo 5 já ganhadores de G1. Não havia bobo na grama de Sandown. O plano da Coolmore para DELACROIX (Dubawi), após seu fracasso em Epsom, era trazê-lo para a vanguarda e brigar contra tudo e contra todos para vencer a prova. O objetivo final foi atingido, mas o enredo da carreira foi completamente diferente. Nas palavras de Ryan Moore (novamente genial): “Tive que mudar meus planos ao menos 4 vezes.” Após a partida, sem contar com favores alheios, a montada de Moore ficou para último, em uma dupla fila indiana, que era liderada por Sosie e Hotazhell. Em um ritmo de corrida para fazer os adversários dormirem, a prova foi morosamente chegando à seta do quilômetro com o tempo de 64 segundos. Uma eternidade! Tudo mudou na segunda metade da disputa quando a aceleração foi a tônica! O filho de Dubawi ficou encerrado boa parte da reta, contudo, quando Ryan Moore conseguiu passagem livre, o castanho, enfurecido, acelerou como um carro de F1, sacando pescoço de vantagem sobre o favorito Ombudsman. Seiscentos metros finais percorridos em 36,25 segundos e DELACROIX desfez uma vantagem de aproximadamente 2 corpos em duzentos metros. Mais uma obra magna de seu treinador, Aidan O’Brien, que vem se notabilizando por fracassos inexplicáveis e ressurreições que fazem a mais bela fênix corar. Indo para a ficha do animal, temos seu pai Dubawi, excepcional reprodutor, e a mamãe Tepin, craque das pistas. Ela foi uma excelente milheira, ganhadora de G1 em Royal Ascot e produtora de 2 ganhadores de G1 em 4 produtos. Dubawi tem 2.220 animais registrados, com 14% de ganhadores clássicos e AEI de 2,50. Líder entre os ativos na Europa. Bernstein como avô materno tem 2.672 netos registrados, com 4% de produção black-type e AEI de 1,35. Fica algumas prateleiras abaixo do topo da categoria, mas é um avô bem acima da média. Como era esperado de um cruzamento entre reprodutores que habitavam ambientes distintos, só houve um produto, o vencedor do Eclipse Stakes. E vamos agora de ponte aérea para a cidade costeira de Deauville, França.