Bom dia. No sábado, tivemos uma tarde de Derby e muitas outras atrações no hipódromo de Cidade Jardim. Vamos para um bate-papo ligeiro sobre o que vi e ouvi no Jockey Club e minhas impressões sobre as duas provas principais. A situação do Jockey Club de São Paulo é muito difícil, e infelizmente senti um ar de desânimo e desesperança nas pessoas com quem falei. Desde funcionários envolvidos na operação diária até os operadores da engrenagem do turfe e criação do PSI brasileiro, todos parecem não ver saída para salvar Cidade Jardim. Mas, todos prometem continuar se empenhando para um resultado próspero, afinal de contas muitos dos envolvidos tem seu sustento e vida ligados ao cavalo. Tomara que os responsáveis consigam uma solução para a difícil equação que tentam resolver. Apesar de ontem as arquibancadas estarem bem vazias, a organização está bem bacana, como tem sido padrão após a entrada da PHD e os esforços dos aguerridos funcionários do Jockey. Vi cadeiras e mesas em frente ao padoque dando um bom espaço para a turma aproveitar as carreiras e o ambiente. Havia no entanto os resquícios da estrutura de um leilão de gado, ocorrido durante a semana, que tapava praticamente a reta inteira e bloqueava o acesso à segunda arquibancada. Com isso, especulo que não houve um esforço muito grande em atrair muito público para um ambiente que claramente não comportaria uma enxurrada de famílias.
No GP Diana, a favorita e grandalhona Veil lutou até onde pôde, mas no final se entregou à sua parceira de cocheira PERFECT PLASTIC (Goldikovic). Esta última, corrida de alcance, arrancou uma vitória bonita aqui nos últimos metros. Importante dizer que o retrospecto da turma de 3 anos tem se confirmado, com as melhores éguas se revezando na liderança. Goldikovic, filho de dois extraordinários animais, vem sempre trazendo bons elementos nas disputas e leva pra casa as taças que pode. Eu não morro de amores por sua produção, contudo respeito seus resultados e vou estudar mais as proles em busca dos mais eficientes cruzamentos com seu pedigree. Ponta e dupla para o Haras Belmont, que também é criador da vencedora. Na Live poderemos ter mais informações com o Dante Franceschi sobre suas princesas das pistas. As paranistas agora têm de confrontar a líder gaveana, Odalisca, para decisão da liderança da geração feminina.
Entre os machos no Derby, Mozart Music, que é filho de Goldikovic (ele de novo) foi o favorito do público apostador e correu um pouco abaixo, chegando apenas na quinta posição. Quem deveria ser o favorito da prova após sua excepcional exibição na Gávea era HAVANA CIGAR (Can The Man). Sua apresentação na milha e meia ontem foi soberba. Corrido com confiança, ele não deu trela para seus seguidores, não houve rival à sua altura. Importante que o retrospecto da geração também foi mantido e tivemos o surgimento do tordilhão Zandor (Synchrony) como um possível animal a apresentar evolução no restante da temporada. Eu particularmente tinha meus receios quanto à atuação do filho de Can The Man, devido a sua filiação e a possível regressão de desempenho após brilhante esforço contra Zucca Baby e o recém exportado Star do Iguassu. Entretanto, ele mostrou que sua evolução é real e se coloca na cabeceira da turma nascida em 2022. Finalizando destaco que Zandor é irmão materno da ganhadora de G1, Tweet. Eu e minha esposa acompanhamos bem essa craque. Vi a compra do citado tordilho e estive juntinho na hora da seleção do Amarone. Outro tordilho (belíssimo) que traz no sangue o cruzamento do iniciante George Washington com Nip. Quem sabe na hora de sua estreia, a matriz do Haras Santarém já terá dois produtos de ganhadores de G1. Enfim, parabéns para as conexões vencedoras, em uma tarde honesta de disputas, em que os melhores venceram e um animal diferenciado pintou na distância da milha e meia. Aguardamos agora os próximos passos das feras que vimos ontem. Uma boa semana para todos e conto com todos vocês para mais análises e detalhes das carreiras na Live de logo mais.
Abs, Baronius
