
Renato, primeiramente obrigado por nos presentear com o seu Blog, além dos livros já publicados. Que Deus sempre te abençoe e ilumine.
No Brasil, principalmente em São Paulo , o turfista é um sujeito em extinção.
Aqui o turfista é um pouco solitário, pois é muito raro vc encontrar pessoas dispostas para trocar idéias sobre esse mundo maravilhoso que é o Turfe.
Mas eu faço a minha parte, toda vez que corre um animal de minha propriedade, procuro convidar parentes e amigos, principalmente aqueles que nunca ouviram falar de Turfe, para prestigiar as corridas, ação que a entidade Jockey Club, na época áurea, não deu a importância devida.
Tenho o hábito de recomendar o seu Blog, aos amigos turfistas e aos profissionais ligados aos meus animais (treinadores, veterinário, jóqueis, etc), pois acredito que a informação é um ingrediente de suma importância para as grandes conquistas.
Embora apaixonado pelo Turfe, não me tornei proprietário para brincadeira, tenho objetivos e se Deus permitir, com um pouco de Sorte e muita atenção e informação, hei de alcançá-los e quem sabe um dia não nos encontraremos aí.
Apaixonei-me pelo Turfe na década de 80, a partir dos meus 11 anos de idade, época dos craques como Clackson, Derek, Off The Way, Kigrandi, Kenético, Immensity e minha grande paixão Full Love, que inspirou o nome de meu Stud “Figuron & Varanda” (gostaria que em dia vc escrevesse sobre esse fabuloso garanhão - Figuron, pai de inúmeros ganhadores clássicos).
Como vc deve ter acompanhado na época, o Full Love foi sempre vice, pois ganhava as preparatórias para as grandes provas, mas na hora “H” era surpreendido (Immensity – Derby Paulista, Às de Pique (GP São Paulo), Rabat (Copa Brasil-Estados Unidos), Old Máster (GP. Cruzeiro do Sul) e Alinite (GP Brasil), isso me fazia sofrer. Também o que me marcou muito nesta época foi a vitória da Immensity no Derby Paulista e logo em seguida no GP. Carlos Pellegrini; Antonio Bolino, sempre fabuloso. Por causa dessa magnífica égua, minha primeira aquisição como proprietário, foi uma égua de nome Jogada Bela (Deliquent Type e Vinícola, por Midnight Tiger), um pequeno pedaço da Immensity. Hoje a Jogada Bela encontra-se alojada no Haras Vale Verde, prenha do First American, com parição prevista para Julho/09, será meu primeiro produto como criador. Quis o destino me presentear no mês de maio de 2008, semana do GP São Paulo, com um animal promissor de nome JO DANCER (Fantastic Dancer e Binoche), irmão materno da Indochine, linha materna da Immensity, que na época por estar encabulado, levou seu criador a vendê-lo no leilão de animais em treinamento realizado na segunda-feira, após o GP São Paulo, estando inscrito para correr no ultimo páreo do mesmo dia. Após o seu arremate o veterinário do criador me cumprimentou, parabenizando-me pela ótima aquisição, pois na sua opinião aquele animal tratava-se da melhor compra da noite, o que venho a confirmar no mesmo dia, pois o JO DANCER ganhou o páreo em que estava inscrito de forma avassaladora, assinalando uma ótima marca, embora a turma não fosse das mais fortes. Inscrito 30 dias depois ganhou novamente, ambas na distancia de 1.300 e levado no final do mês de julho de 2008 para correr uma milha, foi terceiro perdendo nos últimos metros para Resende e Bain Douche, o primeiro freqüentador dos principais clássicos na milha e o segundo ganhador de Grupo, um dos primeiros lideres da geração 2004. Em virtude de ter sofrido uma pequena lesão no tendão da mão direita, tivemos que interromper sua campanha para a devida reabilitação, estando hoje recuperado e em plena forma, devendo ser inscrito para correr na semana do Latino. Renato, segundo opinião do referido veterinário, o que compartilho após observar suas corridas, a iniciação do JO DANCER, quando potro, não foi das mais racionais, pois o mesmo apresentava características de velocista (contrariando sua linhagem), muita explosão inicial, o que fazia falta no final (correndo para o seu criador obteve 4 placês em 5 corridas, sempre perdendo no final). Sempre foi tido como animal de primeira linha, pois segundo declarações de profissionais que estiveram ligados à ele, assinalava ótimas marcas nos matinas, o que não confirmava em corrida. Junto com sua reabilitação, fizemos um trabalho visando modificar o seu comportamento em corrida. Se o JO DANCER aprender a empregar a sua velocidade para o arremate final, se a referida lesão não voltar a incomodá-lo, tenho plena convicção que ele freqüentará as principais provas clássicas do país, pois o mesmo trata-se de um elemento diferenciado, opinião essa compartilhada por todos os profissionais que hoje trabalham na sua recuperação. Otimismo e esperança é o que não falta, ele merece essa chance de provar que é um grande cavalo. Desculpe ter prolongado este meu depoimento, mas a qual foi a minha intenção? É de expressar a minha tristeza com relação a falta de profissionalismo que impera no turfe brasileiro, que por falta de informação, quer por acomodação dos profissionais e até dos proprietários, pois muitos animais que poderiam ter trilhado o caminho de grandes campeões, tiveram sua campanha ceifada pela mal iniciação empregada desde a doma até os primeiros trabalhos; quantos potros quebraram antes da estréia; o amadorismo também proporciona bons negócios, ficarei sempre atento, pois se um outro JO DANCER aparecer, não terei dúvida em arrematá-lo. É por isso que sou grato a vc por nos brindar com ótimas informações do Turfe em geral, principalmente as entrevistas com profissionais de primeira linha, pois tenho certeza que o conteúdo do seu Blog colaborará com o meu sucesso. Um Abraço
Marcelo Augusto
Stud Figuron & Varanda