
Ambas são disputadas no mesmo dia, com horas de diferença e isto sempre me obrigou a fazer uma verdadeira ginástica. Quando morava em Lexington, eu assistia a prova inglesa na Juddmonte farms e dali me mandava para Churchill Downs. Fiz isto, durante anos. De uns tempos para cá, isto não foi mais preciso, pois tenho outros meios de assistir a prova de Newmarket sem precisar de favor de quem quer que seja.
Este ano, não vejo muita necessidade de assistir a prova da milha. Ela me parece destituída de um campo que a credencie como algo especial. Sem o programa ainda em minhas mãos, acredito que ela não venha a ter mais do que 20 competidores. Embora ainda existam 29 pre qualificados e uns dois ou três prontos a serem suplementados. E o mais interessante de tudo. Os cavalos por quem tenho certa estima, não ganharam o Dewhurst stakes (Gr.1) muito menos o Grand Criterium (Gr.1), que para mim de uns anos para cá, foram os maiores balizadores para os Guineos.

Em Newmarket, Delegator (Dansili-Indian Love BIRD por Efisio) foi quinto a menos de um corpo, Ashram chegou uma posição a seguir a um corpo e Rip van Winkle (Galileo-Looking Back por Stravinsky) foi o sétimo a cabeça. Intense Focus (Giant’s Causeway-Daneleta por Danehill) ganhou, brindando Jim Bolger com o seu terceiro consecutivo Dewhurst. Outrossim, não vejo em Intense Focus a mesma qualidade de um Teófilo ou mesmo de um New Approach. E ele denotou isto em Longchamp sendo terceiro a mais de sete corpos de Naaqoos (Oasis Dream-Straight Lass por Machiavellian), dois corpos a frente de Mastercraftman (Danehill Dancer-Starlight Dreams por Black Tié Affair). Teve um ponto a seu favor. Voltou em três semanas e ganhou o Dewhurst. Mas trazido de volta este ano foi segundo a três corpos de Recharge (Cape Cross-Rebelline por Robellino) nos 2,000 Guineas Trial (Gr.3) em Leopardstown.
Mastercraftman, que perdeu sua invencibilidade de quatro carreiras no Gran Criterium (Gr.1), deixou a impressão que fora da Irlanda, talvez não seja o mesmo. E desde aquele fatídico 5 de Outubro não mais correu. Naquoos correu e foi segundo no listed, Prix Djebel para o total desapontamento de suas conexões, o Sheikh Hamdam al Maktou e o treinador Freddie Head. Até ontem era dúvida para Newmarket. E a dança das cadeiras não teve fim este ano.
A segunda colocação de Westphalia (Danehill Dancer-Pharapache por Lyphard) no Prix Fountainebleu (Gr.3) em Longchamp para Silver Frost (Verglas-Hidden Silver por Anabaa), simplesmente deixou claro aos experts que ele talvez não seja artigo para o 2,000 Guineas e sim para a Poule d’Essai des Poulains. Seu companheiro de barn Set Sail (Danehill Dancer-Ahdaab por Rahy), quinto no Fountainebleau a mais de dois corpos, com um rate de 108, deve ficar para seu próprio bem, para a Poule. Westphalia que foi segundo na Breeders Cup Juvenile turf para Donativum com um final excitante, estabeleceu em suas três últimas carreiras um consistente RPR de 112. Mas este é um rate que não garante a seu dono um bom fim de semana em Newmarket na principal carreira do primeiro sábado de Maio. Isto deixaria Aiden O’Grien ainda com duas fortes opções: Mastercraftman e Rip van Winkle.
Outrossim, para mim, impressionante me pareceu Delegator (foto), treinado por Brian Meehan. Convenceu-me no Craven stakes (Gr.3). Outrossim, há de se convir que ele não ganhou de ninguém, o que deixa o campo dos Guineos, cada vez mais aberto. Mas esta história de não ter ganho de ninguém igualmente vi acontecer com Itajara, Emerald Hill e outros. Não me pega mais. Cavalos que quando bem corridos fazem de seus adversários verdadeiros ninguéns.
E qual será o destino do invicto Silver Frost? Ele ganhou o Prix Omnium e agora o Prix Fountenebleu, com rates de 112 e 113. Logo é consistente, mas abaixo do limite. E ainda por cima terá que ser suplementado para correr em Newmarket. Acredito que a melhor solução seria correr a análoga carreira de Longchamp e cruzar o canal apenas para Royal Ascot e o St. James Palace stakes (Gr.1). Isto seria o racional. Mas a racionalidade nem sempre impera nesta atividade.

Porque? Não sei exatamente porquê. Arazam, que me lembra bastante seu avô materno, foi terceiro para Mastercraftman nos 1,400m do National stakes (Gr.1). Chegou a 2 ½ corpos. Outrossim 14 corpos a frente de Intense Focus que ganhou naquela oportunidade de apenas um contendor. Arazan fez 112 de RPR. Logo, está abaixo do limite, mas fez isto aos 2 anos e creio que tenda a evoluir por pedigree e por ser treinado por John Oxx, que não exige de seus pupilos em sua primeira temporada. E olha que Azaran era invicto até ali em suas duas primeiras saídas.
Quanto a Sea the Stars, quem não gosta de um cavalo que é filho de uma ganhadora do Arco e irmão materno de Galileo? Ademais que ele correu três aos 2 anos, ganhou as duas últimas, sendo uma delas a milha do Beresford stakes (Gr.2). Prova em que deixou Recharge a ¾ de corpo. Se Recharge evoluiu e bateu a Intense Focus este ano, porque o mesmo não pode ter vindo a acontecer com Sea the Stars?
Quanto as femeas, muita gente fala em Fantasia (Sadler's Wells-Blue Symphony por Darshaam). Com um pedigree deste, um nick deste e tendo corrido quatro carreiras e tendo ganho três, sendo a última o Nell Gwyn stakes (Gr.3) de forma contundente, o que se pode a ela negar? Pois bem, com todo respeito a esta potranca eu acredito que o One Thousand Guineas (Gr.1) tem dona. Afirmei isto no dia 28 de setembro, um dia depois de Raibow View (Dynaformer-No Matter What por Nureyev) bateu a esta mesma Fantasia em Ascot no Meon Valley Stud Fillies Mile (Gr.1). Rainbow View ganhou por 2 1/2 corpos, estabelecendo naquela opotunidades um RPR 117. Para mim ela tem carreira suficiente para ganhar dos meninos.