
Um blog, qualquer um que seja, vive de interação e de patrocínio. Estas são as duas vigas mestras que o sustentam no mercado. As pessoas os analisam e interagem. E a interação pode vir de distintos modos. Não importa qual seja: criticas ou elogios. Para o blog tome corpo e para que este possa atingir suas finalidades precípuas, são necessários estes dois fatores.
O Ninho do Albatroz tem como finalidade a parte técnica da questão. Não a noticiosa, muito menos a polêmica das lavadeiras: Fulano é isto, Cicrano é aquilo, Beltrano não presta. São estas lavagens de roupa suja, que fazem o nosso turfe não ser apenas um. São vários, fragmentados pelas desavenças. E somando-se a isto o bairrismo inóquo, passamos a ter um belo quadro de nossa situação.
Na maioria dos centros turfísticos que milito, o que observo são participantes de idéias distintas mas de um ideal comum. Mas que para um ideal seja comum, precisariamos primeiro ter um ideal. Teriamos? Quais seriam eles?
A ABCPCC durante anos ficou a deriva. Sua importância como orgão catalizador e centralizador de idéias e medidas, simplesmente inexistiu. Não estou aqui querendo culpar suas últimas diretorias. Quero apenas citar um fato existente. Ela é uma associação de necessidade pública. O turfe sustenta milhares de bocas que não sabem fazer outra coisa do que cuidar de cavalos. A ABCPCC é o nosso elo: os de proprietários, criadores e até profissionais, com o Ministério da Agricultura. Ela deveria prestar mais serviços a seus associados e a comunidade turfística em geral. E ao invés de ser reforçada, o que se vê são clubinhos particulares serem montados por uma dúzia de pessoas, para proveito próprio deste ou daquele.
Vamos acordar para a realidade. Temos que nos unir, trazer melhores reprodutores, importarmos melhores éguas e criar cavalos de nivel internacional, usando as modernas formas de cruzamento ora vigentes. Temos potencial de fazê-lo. A crise está ai, mas quem não está afetado pela mesma tem a grande chance de enriquecer seu plantel.
A ABCPCC tem nova diretoria, novo presidente e garanto que novas ideias. Temos que de alguma forma apoiá-la. Primeiro tornando-a de dominio público. Segundo quadriplicando o seu quadro de sócios. Terceiro tornando-a um veículo de ajuda a seus associados e a comunidade turfística. Quarto, tornando-a centralizadora de toda e qualquer atividade de nosso mercado. Das vendas, as corridas. Da burocracia a prática. E assim por diante. Mas voltemos aos trilhos.
Outra coisa que tento evitar neste blog é a participação daquela de eternas táticas perniciosas, como as aplicadas pelos aduladores do óbvio. Fala bem de tudo e de todos e quanto algo acontece de positivo imediatamente toma a sela e se esquece daqueles outros que defendeu e nada fizeram. São geralmente estes descobridores da pólvora os que menos investem. Somente falam e escrevem.
Quando se quer errar menos, nega-se. Vi muitos agentes usar desta tática, a que chamo do advogado do diabo. Dez cavalos lhe são mostrados e ele acha defeito em todos e os taxam de serem inferiores. Sua chances de estar certo são grandes, já que de uma geração de 3,000 cavalos, no máximo 50 chegam à esfera clássica com sucesso. E isto se não houver um ou dois lideres destacados na mesma. Outros usam a outra tática do adulador, tudo é uma maravilha. Os 3,000 o são! E acerta em 50 oportunidades. Esquece-se que errou em 2,950.
Recebo perguntas e comentários todo o santo dia. Me dou ao direito de publicar aqueles que acho que tem fundamento, mesmo que não concorde em tese com alguns. Todavia, não se constrói um forum técnico sem todas as distintas vertentes. Pelo menos assim é como acredito que as coisas devam funcionar. Não sou o dono da verdade, mas também, com todo o respeito aos leitores, meu ouvido não é pinico... ou urinol para os mais pudicos.