
Fica difícil se analisar resultados, quando não se está in loco e não se pode sentir a pulsação, mas creio que o primeiro grande Leilão da temporada não surtiu o efeito esperado pelos organizadores. Houve um excesso de inscrições. Mais de 180 para três dias em Curitiba é suicídio consentido. Ainda mais que vários dos inscritos estavam igualmente inscritos nos leilões de São Paulo e de outras datas. Ninguém é cego e nosso mercado não nasceu ontem.
Fala-se em 70% de reservas não atendidas e de desavenças entre vendedores e agentes internacionais. Os ânimos parecem que ficaram alterados. Uma pena. Mas colhe-se o que se planta.
As sociedades de criadores e proprietários não podem se deixar levar pelo sonho de uma demanda, que nos dias de hoje dificilmente iguala-se a oferta. Ainda mais que nossos cavalos exportados pouco estão fazendo, o que sugere que haverá uma desaceleração de investimentos vindos de fora. No frigir dos ovos, o que tem real valor, acaba por ser vendido. Mas o resto, que na verdade é a grande maioria, fica abandonado a seu próprio destino.
Ainda mais que pelos preços que anotei, eles estão altos em relação ao que pode se comprar em Keeneland, com o mesmo peso qualitativo físico, mas com um muito maior potencial genético.
Vender cavalo no Brasil está cada vez se tornando mais difícil.