Passados quase 8 meses da temporada aqui nos Estados Unidos, existem certos ajustes que todos os agentes e investidores deste mercado de cavalos de corrida devem fazer. Principalmente em se levando em conta que os principais leilões da raça haverão de ser levados a efeito nos meses vindouros pressionados por uma crise mundial que afeta tanto a gregos quanto a troianos.
Rachel Alexandra, que parece que fará sua última apresentação esta temporada semana que vem no Woodward stakes (Gr.1) de Saratoga, lidera entre aqueles que mais ganharam provas de grupo nesta temporada. Ela o fez nas seis oportunidades que participou. Pode marcar no sábado seu sétimo ponto. A seguir vemos Gio Ponti com 4 vitórias consecutivas. E ai aparecem 11 elementos com 3 vitórias, entre os quais a invicta Zenyatta. Logo ganhar prova de grupo nos Estados Unidos não é uma tarefa das mais simples, outrossim fazê-lo em três oportunidades ou mais, está provado que é para poucos, ou melhor para apenas 14 até aqui.
A mais importante venda de yearlings, a de Keeneland de Setembro lidera com 62 elementos ganhadores de grupo. A de Fasig-Tipton em Julho e a de Keeneland em Novembro aparecem a seguir com 11 cada. O selecto de Saratoga em Agosto com 9, completa este grupo de quatro leilões que como os indianos diriam, são auspiciosos.
Todavia, que fique claro que o número de cavalos vendidos em cada uma destas vendas difere, logo existem percentuais que provam que a ordem do fatores altera certos produtos e que muito elementos adquiridos nestes mesmos leilões acabam migrando para outros continentes.
Nos Estados Unidos, A. P. Indy e Giant’s Causeway parecem ser este ano os reis do pedaço com seis graduados cada. Unbridled’s Song vem a seguir com 5, seguido de Mizzen Mast, Storm Cat e Tapit, com 4 cada. O que mais impressiona nisto tudo é que A. P. Indy, já demonstrou ter a capacidade de conseguir ultrapassar a barreira de pelo menos mais uma geração. Ele é a atual garantia que a linha de Seattle Slew e se manterá viva pelo menos por mais uma década. A titulo de ilustração A. P. Indy só este ano, já obteve sucesso por intermédio de seus filhos Aptitude, Jump Start, Malibu Moon, Mineshaft, Stephen got Even, Pulpit, sendo que este último por mais uma geração como pode ser visto na produção de seus filhos Essence of Dubai, Sky Mesa, Stroll e Tapit.
Teria Giant’s Causeway o mesmo papel em relação a Storm Cat? Cedo ainda para afirmar. Mr. Prospector, Seattle Slew e Storm Cat, são aquilo que chamamos dos legítimos reprodutores norte-americanos. Produzem aquilo que o calendário clássico deste pais necessita. Fappiano, via Unbridled, A. P. Indy por intermédio de Pulpit e Storm Cat via Giant’s Causeway parecem ser os dutos de manutenção das linhagens no hemisfério norte.
Contudo, Giant’s Causeway me parece um caso a parte. Totalmente fracassado até aqui no hemisfério sul, mais precisamente na Austrália, ao contrario de A. P. Indy e a descendência de Fappiano, sucede na Europa. Ele foi um cavalo bidimensional, capaz de provar classe dos dois lados do Atlântico. E o está fazendo como reprodutor: quatro ganhadores de grupo, este ano, na Europa contra nenhum de A. P. Indy e seus filhos e apenas um de Fappiano. Uma Empire Maker, que por estas contradições da vida tem como mãe uma A. P. Indy.
A Europa pertence a Northern Dancer, como já foi plenamente dissecado em outras oportunidades, e exerce esta dominância principalmente pela descendência de seus filhos Sadler’s Wells, Danzig e Nureyev, não necessáriamente nesta ordem. Logo, o que nos cabe fazer, nós sulamericanos que a exceção dos argentinos, nos contentamos com o que a Austrália rejeita?
Boa pergunta de uma difícil resposta.
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