Existe um total desatino entre o que vimos no Woodward stakes (Gr.1) e o que foi comentado pela mídia norte-americana após passados alguns dias do desfecho da carreira. Parece que ninguém da imprensa se preocupou com o trem da prova, impetrado pelo pouco clarividente Calvin Borel, à Rachel Alexandra e muito menos as 21 chicotadas nos 200m metros finais, desnecessárias para que a mesma ganhasse a carreira. Sim desnecessárias sim.
Ele deveria ter trazido a potranca no braço, já que ela estava dando tudo de si. Será que se ele não batesse ela teria se entregue? Passaria este hipótese por alguém em sã consciência? Me perdoem, mas duvido que um animal do gabarito de uma potranca que todos vêem como favorita ao titulo de cavalo do ano e que muitos enaltecem como sendo a maior de todos os tempos, não tenho brio de ganhar uma carreira, se não levar uma surra.
Vejam o vídeo. Em momento algum ela manheirou ou diminuiu a velocidade. E mesmo assim ele iniciou a saraivada de assíntes com o chicote, usando-os nas duas mãos, e nas partes que mais causam dor a um elemento na plenitude de seu esforço.
Estaria Calvin Borel tentando trazer para si os louros de um vitória, que a meu ver foi só dela? Estaria este pobre mancebo imaginando que esta é a forma de se defender uma carreira? Desde quando uma surra faz um cavalo correr mais?
Talvez com Roberto, um cavalo conhecido por não dar tudo de si, a coisa tivesse sido necessária em Epson, e Piggott assim o fez. Mas na oportunidade lutava com Rheingold, uma cavalo do dobro do tamanho de seu pupilo, centímetro a centímetro. E mesmo assim Piggott por muitos anos foi criticado pela atitude assumida.
Gostaria de lembrar que Lester Piggott era gênio. Falava pouco, raciocinava muito. Um natural. Basta se estar três segundos ouvindo uma entrevista de Calvin Borel para se sacar que não há genialidade alguma em si. Ao contrário, fala muito, não raciocina e tudo nele me parece imposto.
Na disputa do Woodward, Macho Again voava por fora, sem que seu jóquei o estivesse espancando.
Esta experiência pode marcar a vida desta potranca para sempre. Que me desculpem aqueles que assim não coadunam da ideia, mas tanto El Gran Senor em seu Derby, quanto Nijinsky em seu Arco, perderam suas respectivas carreiras pelo uso do chicote de seus jóqueis e apenas uma oportunidade. cavalo de brio não gosta de ser tocado, quando está certo que está cumprindo seu dever. Não consigo sequer imaginar Much Better recebendo uma saraivada de chicotadas de Ricardinho para garantir uma corrida. Ele seria capaz de derrubá-lo de seu dorso.
Espero que o senhor Jesse Jackson, que demonstra ser tão diligente pela imagem e defesa da integridade dos mesmos, tenha igualmente notado e avalie as consequências dos atos deste pouco convincente jóquei. Igualmente anseio de ler em algum espaço da mídia norte-americana, algo semelhante do que acabo de escrever.
Cavalos são atletas e não podem estar sujeitos ao que foi visto no sábado em Saratoga. Passamos do tempo das corridas das bigas em circo romanos. Por muito menos Christophe Soumillon está sendo destituído de seu cargo junto a écurie HH Aga Khan. Acusam-no de usar por demais o chicote, e vejam que tentar se fazer um paralelo entre Soumillon e Borel seria o mesmo que se assumir que Mozart e um autor moderno de funk, fossem farinha advindas de um mesmo saco.
Revolta-me a falta de sensibilidade.
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