Vejam o quão importante foi o que escreveu, o Nilsinho, dentro daquilo que acredito ser a importante missão de um profissional correto e atento a realidade que o cerca. O de criticar o que não funciona e identificar a aberração presente.
Sábado (31/10) em San Isidro, a potranca KRYSIA ganhou prova de G.1, mantendo-se invicta em 3 apresentações. A mãe dela é BRASILEIRA! Crioula do Faxina e filha de Most Welcome. Quer dizer, a criação nacional...
Agora, veja a diferença de turfe: tenho um cavalo na Argentina, de nome OBVIOUS. Bom cavalo, mas cheio de problemas. Domingo ele reapareceu em Palermo de uma ausência das pistas de 16 meses. Correu bem, foi 2º. O trato lá está ao redor de 1.000 pesos e a dotação para o primeiro colocado $ 16.000. Ou seja, faturou 4.000, pelo segundo lugar e ficou prontinho para recuperar o meu investimento no tempo em que ficou parado. Fosse aqui, trato de 1.000 reais e prêmio de R$ 3.000,00, fora o aluguel de box, transporte, etc, e “obviamente” ele já teria encerrado campanha! Pior, talvez tirado mais um proprietário (fosse outro) do “game”.
Ah! Só para lembrar: Lá o Turfe é Único! Como você sabe, corridas em só um hipódromo, por dia e todo dia!
Ou seja, aqui estão destruindo o que temos. E olha que já estamos ficando com pouco.
Em tempo: domingo (1º/11) em Palermo, 16 páreos e movimento de cerca de $ 1.200.000,00, com média de $ 70.000 por páreo. Se fizéssemos isso, para Gávea e Cidade Jardim, estaria muito bom. Não vejo maiores dificuldades, com a pedra única! Abraços,
Como sempre o Nilsinho disse tudo o que era necessário, com poucas palavras. Que nossos dirigentes reflitam onde estão colocando o nosso turfe, pois, nesta semana que passou, muita gente investiu forte em Keeneland acreditando que possa existir um dia no Brasil um turfe melhor. São aqueles a quem chamo de visionários. Gente com dinheiro para correr cavalos de corrida em qualquer parte do universo, mas que o fazem no Brasil, principalmente pelo simples fato de serem brasileiros. Mas até que ponto temos que pagar pela coincidência geográfica de aqui termos nascido? Até que ponto os clubes e seus associados recreativos terão a palavra final, sobre uma atividade e um mercado que gera importantes divisas para o país? Até quando teremos que aturar dirigentes que nada entendem do pesado e que tornam o fardo a carregar ainda mais pesado? Resta, a estes dirigentes que gostam de aparecer muito e produzir pouco, não desapontá-los. Ou quem sabe pedir licença e tentar outra atividade em algum Country Club alhures.
Eu como o Nilsinho, colocamos o nosso naquilo que acreditamos. Outros agentes não. Preferem comprar para clientes que não cobram deles participação no mercado. É mais seguro para as suas respectivas sobrevivências de "profissionais". Sabem pouco, não conseguem resultados, mas falam mascio, principalmente aquilo que muitos gostam de ouvir. Por isto, tornam-se enciclopédias anãs, detratores do óbvio, douradores da pilula alheia, enfim, tudo que você possa imaginar, menos proprietários de cavalos de corrida.
Gostaria de afirmar que neste caso não existe conflito de interesses em um profissional ter um cavalo de corrida. Existe sim interesses e amor na atividade que você contribui com a sua "expertise" seja ela a que for, e que lhe trás sobrevivência.
Não é possivel, o Brasil com a potencialidade que tem, ainda tenha que conviver com um turfe tão despreparado e tão mal administrado. Quando na vizinha Argentina, um pais que parece ser hoje uma nau sem comando e cerca de entrar à pique, as coisas estejam funcionando da forma que estão.
Parabens ao Nilsinho por suas observações e principalmente pela coragem de expo-las em um mercado cheio de milíndres e disse me disse.