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sexta-feira, 16 de julho de 2010

ALCEU ATHAIDE, SUAS HISTÓRIAS - SUA VIDA - TERCEIRA PARTE



Vou abrir meu primeiro parêntesis, antes de dar continuidade àquela que poderia ter sido uma das mais fantásticas tardes na profissão de meu pai. Dona Conchita era uma outra potranca do grupo de elementos doados pelo velho Linneo e ela veio cair nas mãos de Luiz Valente, que a rebatizou como Dona Negra por sua pelagem escuro e sem marcas brancas. Dona Negra conseguiu o difícil feito de ser segunda colocada para elementos da chamada “fábrica” do Haras São José e Expeditus, no caso a turma da letra F, dos quais contavam Fontaine, Favinha, Fla Flu, Fandango entre outros. Na décima segunda tentativa, nossa incansável negrinha, finalmente ganhou. Cabe-se ressaltar sem nenhum integrante da “fábrica” no páreo. Era quase impossível enfrentar-se as máquinas da família Paula Machado e tomamos conhecimento do fato muito cedo. Existiam na época outras grande “fábricas” , como as dos Seabras, dos Peixoto de Castro, dos Rocha Faria e outros grandes nomes do turfe do após guerra. Fecho este parênteses.

Voltando a tarde de Estadista, Tocandira e Omário Reichel, perdemos o Diana pela nojenta diferença de focinho em uma pista ainda mais nojenta de tão encharcada que estava. Mas o que me vem imediatamente à mente foi a fúria que tomou conta de meu pai, que nunca aceitou o fato da outsider Mabel, montada segundo ele, pelo pior jóquei que tivera o ensejo de colocar seus olhos, ir lá e estragar a festa que ele sentia como só sua. O jóquei em questão era J. Ulhoa. Não o de grande classe chamado Oswaldo - que juntamente com Albenzio Barroso, em minha humilde opinião foram os dois bridões que mais me encantaram - e sim seu irmão.

Que como a irmã de Marylin Monroe, não era do riscado, como a famosa irmã (nota do autor).

Quero deixar desde logo uma nuance que a mim me afeta. Fica difícil para mim dar opiniões sobre profissionais da mesma atividade em que atuo, mas arriscaria em afirmar que Luiz Rigoni e Antônio Bolino, se mostraram pelo menos para mim, os mais perfeitos no extinto regime de freio. Assim como Barroso e Ulhoa no bridão.
Mas voltemos ao assunto. Não deixo de pensar quão difícil deve ter sido para meu pai, ter que abandonar o Rio de Janeiro, onde estava obtendo incrível sucesso. Para se ter uma idéia do que foi a sua meteórica ascensão profissional, em menos de oito meses ele havia obtido 36 vitórias, numa época de pouco mais de 16 páreos por fim de semana. Seu sucesso era tanto, que até o ministro Armando de Alencar, turfista de primeira linha, o quis contratá-lo. Abriu o verbo. O oferecimento feito olho no olho foi na base do qualquer preço. Para quem não conhece, o ministro Armando de Alencar tinha uma das mais importantes coudelarias cariocas, com mais de 80 cavalos em atividade. Em um tempo que os grandes políticos amavam o turfe. O ministro Armando Alencar era homem de não perder uma carreira sequer. Logo, sabia não só o que queria, como também a qualidade de tudo que se passava no hipódromo da Gávea. Um convite seu era uma honra, para qualquer profissional.
Mas os motivos que levaram meu pai a abandonar a Gávea e voltar a Curitiba, eram maiores que financeiros; eram de ordem familiar. Coisa que dinheiro algum poderia comprar. Minha mãe adoeceu, com problemas pós parto assim como minha irmã recém nascida no Rio de Janeiro, Sonia Maria. Elas foram obrigadas por ordem médica a voltar ao Paraná. E vocês sabem quem era o médico? O não menos conhecido, criador e futuro senador Alô Guimarães, cujo haras Paraná de sua propriedade, foi por meu pai fundado da mesma forma que o haras Valente o havia sido. Ressalto que o primeiro gerente do haras Paraná foi igualmente selecionado por meu pai. Chamava-se Heitor Berleze, igualmente famoso por ter gerado a incrível figura humana de Duílio Berleze, meu colega de profissão e amigo de paixão.

Duílio Berleze, a quem igualmente tenho o privilégio de conhecer e interagir profissionalmente, é hoje agente na comercialização de cavalos de corrida na área do Estado do Paraná e reconhecido por sua competencia dentro deste métier . É igualmente criador, proprietário e figura humana irresistível de nao simpatizar. No mais come qual um leão... e dos famintos!(nota do autor).

Graças a Deus, a mudança foi benéfica para minha mãe e irmã. Ambas sobreviveram, ainda vivem, sendo que a Sonia é a mãe deste grande menino chamado Beto Feltran, que em seus tempos de moleque, como eu, acompanhava o senhor Trajano Ataíde, seu avô e meu pai, todas as manhãs. Não como tio, mas sim como turfista, creio que o Beto, tanto como seu primo Paulo, é um treinador de primeira linha. O Beto por seus pais foi intimado a nunca abandonar os estudos. Formou-se advogado e neste mesmo dia entregou seus diploma a seus pais, os avisando que iria começar a partir daquela data a ser treinador. Cumprira a sua parte, e realizara o sonho dos pais. Agora iria viver o seu próprio sonho. Tinha o cavalo de corrida nas veias e hoje é sucesso.

Beto Feltran é um atuante treinador igualmente na área do Estado do Paraná, de onde viaja com sucesso seus cavalos para os hipódromos de Cidade Jardim e Gávea. Igualmente atua na área de seleção de potros com fins de corrida. Tenho o igual privilégio de interagir profissionalmente com ele, que como seu primo Paulo Lobo, possuem aquele algo a mais que diferenciam os bons treinadores dos melhores. E o que se segue é seu depoimento sobre o que foi comentado por seu tio no parágrafo acima (nota do autor).

Comecei a acompanhar o "Vô Trajano", quando tinha seis para sete anos de idade. Durante as férias escolares eu mudava-me para a sua casa, a fim de acordar cedo e ir ao Jockey. Lembro-me que passávamos antes das 6 horas, próximo à linha do trem para darmos carona ao então jóquei Ivo Nogueira. O Vô tinha o costume de fazer a lista dos animais que iriam trabalhar, ao chegar na cocheira, após revisá-los. Ao irmos para o Padock, eu já estava com o cronômetro na mão. Eu sentia que ele confiava nas minhas "marcas". O jornalista, ainda na ativa, Raphael Munhoz da Rocha é testemunha destes fatos.

Após voltarmos para casa a fim de tomarmos o saboroso café da Vó Dina, retornávamos à cocheira. Eu ralava cenoura, caminhava o Madrigal montado (com o cavalariço Didi puchando), dentro dos cochos, via o serviço dos cavalariços. Acompanhava em cima dos fardos de alfafa o Vô preparar a ração dos seus pensionistas (milho inteiro, aveia e cenoura) e lá pelas 11 horas voltava, geralmente para casa de carona com o Dr. Epaminondas Ribeiro (proprietário de Atlândida – tio Selmar Lobo era o jóquei, - e de outros como Aramenda, Poseidon... ) que também gostava do cafezinho da Vó.  Almoçavamos. O "sono" até as 15 horas era sagrado para o Vô.

Ao voltarmos para a cocheira 17, o cheiro das folhas de eucalipto queimado era delicioso. Ver os animais caminhando, andar de bicicleta (a Barra Forte do Tio Nino – também treinador e irmão da Vó Dina).

Quando os primos Zé Luís e Júnior - os filhos do Selmar Lobo - estavam em Curitiba, corríamos em cabos de vassoura. Era nosso Derby particular. Todos devidamente fardados, com chicote e capacete (o Paulinho Lobo era ainda muito pequeno). E nos domingos, o verdadeiro prêmio: acompanhar as corridas e tirar fotos com os vencedores (Xenoso, Miatã , Poseidon, Azalindo ...).

Ir de carona com a caminhonete dos seguradores para assistir o larga de perto ou na estaca dos 500 para ver a entrada da reta era outro prêmio. Assim foi meu início no Turfe.