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sábado, 24 de setembro de 2011

NOTA DE UM LEITOR


Renato, 
no último dia 16 o Aron Correa postou no seu blog o seguinte comentário: " Desferrados -  No decorrer destes mais de três anos de Turfemania, fiz algumas postagens no blog, alertando que correr desferrado na grama é doping consentido pelas Comissões de Turfe. Por que razão permitir que um animal melhore  sua performance, em carreira,  cerca de meio segundo? É a mesma coisa que correr de agarradeiras na areia em um páreo que ninguém vá de agarradeiras. Dá vantagem e, se dá vantagem, não devia ser permitido. Uma barbaridade consentida sei lá por quem e que se perpetra por décadas (ou seria século?). Poucos chiam e se rebelam contra esta insensatez.
Bom, retornei ao assunto porque o Renato Gameiro escreveu sobre isto de uma forma bem mais categorizada do que a minha. Leia no Jornal do Turfe, ou aqui neste link direto. "
 
O Blog do Aron é democrático, onde todos podem participar expressando a sua opinião, alguns se identificando e outros como o seu conhecido sr. LuiZ, no anonimato ou utilizando-se de pseudonimo.Como esse tema é polêmico, houve várias manifestações, mas duas que seguem transcritas abaixo, me chamaram muito a atenção,
 
Anônimo  disse...
Uma colocação: só corre desferrado o animal que tem bons cascos. É aí que ele rende tudo que sabe. Os que vão ferrados é porque têm algum problema, casco fino, rachaduras, imperfeições, sei lá. Será que é justo o animal de casco bom ficar restrito a correr menos do que pode para se igualar a outros menos favorecidos? Sinceramente, não vejo isso como doping consentido.
 
Anônimo  disse...
Imagine o Usain Bolt correndo a final dos 100 metros rasos descalço e os rivais com tênis. Ele ganharia. Agora imagine o contrário: ele de tênis e os outros descalços. Ele também ganharia. Quem pode, pode. Se um cavalo nasceu com ótimos cascos, é porque foi fruto de uma ótima seleção de cruzamento, que deu mais certo de outras e gerou um produto mais perfeito. Ou não será a perfeição, ou o mais perto que se possa chegar dela, que os criadores procuram ao selecionar seus cruzamentos? O artigo do Gameiro não apresenta nenhum motivo relevante para que se nivele os animais por baixo. Ele baseia muito seu comentário nas leis do turfe norte-americanas, mas na maioria dos hipódromos de lá as corridas são na areia. E na areia ninguém corre desferrado.
 
Com base nessas manifestações hoje o Aron postou no seu blog um conto titulado como "NO REINO DOS DESFERRADOS", um texto inteligente e divertido, que segue transcrito abaixo
 
NO REINO DOS DESFERRADOS
 
Era uma vez um reino cavalar que vivia em harmonia desde quando o Rei Casco Perfeito e a Rainha Socorro Desferrada pararam de correr. A vida da tropa era apenas correr e competir e após a aposentadoria dos monarcas das pistas, as corridas, razão única da raça dos Purinus Sangus Englandius, estavam cada vez mais disputadas. Os regulamentos buscavam atingir o perfeito equilíbrio. Foi assim que se fizeram as chamadas. Ganhadores com ganhadores, perdedores com perdedores, fêmeas contra fêmeas, os mais novos disputando com os mais novos, os craques "versus" os craques, e os menos aquinhoados no poderio locomotor, tentando a vitória com animais de igual nível técnico. Aos que tinham algum problema, eu disse problema, era permitido que se usasse algum artifício que o corrigisse. Assim, para os que gostavam de abrir na curva, ou não conseguissem correr em linha reta, fez-se a roseta. Para os que se afogavam , uma simples imobilização da língua e o animal podia respirar plenamente como os outros, quando em ação. Antolhos, arminhos, algodão nos ouvidos, enfim acessórios que não melhoravam performance, mas que podiam ajudar aos cavalos a encontrar seu potencial. Todos eles eram permitidos.

Tudo ia bem, mas eis que o filho de Casco Perfeito e Socorro Desferrada, o Príncipe Desferrado É Assalto, completa dois anos e começa sua jornada nas pistas. Pelas leis da monarquia, os herdeiros do sangue real eram os únicos que podiam correr sem ferraduras, se assim o quisessem.

De fato, Desferrado É Assalto honrou o nome e depois de três vitórias seguidas,  transformou-se em líder de geração.

Houve  revolta naquele mundo equino, tanto que uma comissão  de três cavalos pensadores, responsáveis pela elaboração dos páreos,  pediu audiência ao rei. O mais destacado dentre eles, o cavalo Handicapeur, se encheu de coragem e falou de forma direta ao rei:
- Majestade, seu filho por correr sem ferraduras, vem levando vantagem sobre os adversários.
-  Você tem razão, Handicapeur. Mas que culpa temos nós se somos sangue azul e nossa conformação física nos fez com cascos perfeitos que permitem ao nosso filho atuar desferrado em todas as provas. Concordo que é uma vantagem, mas é uma vantagem que a própria natureza nos deu. Se proíbo os outros de correrem desferrados é para o próprio bem deles, pois em assim o fazendo, deteriorariam seus cascos  não tão nobres quanto os nossos, a ponto de causar lesões irreversíveis.
- Tudo bem, Majestade. Concordo com sua assertiva, mas  se os cascos do Príncipe Desferradinho são naturalmente tão superiores, gostaria que ele atuasse assim, no próximo Clássico do nosso calendário, programado para uma milha na areia.
- Não me faças rir, caro Handicapeur. Todo mundo sabe que o Desferradinho e todos os outros de nossa estirpe, gostam de atuar descalços apenas quando a grama está propícia. A grama leve é nossa predileção, mas uma grama um pouco macia também nos dá prazer. Não gostamos de grama pesada, por isso ferramos quando necessário. Quanto a areia, nem sei como mantemos corridas nesta pista, decididamente falta pompa e circunstância. Onde está o glamour? Se permito provas em tal pista é porque sou um rei justo, mas é preciso que se diga que neste Clássico, o único que irá com agarradeiras será meu filho.
- Queria que Vossa Alteza entendesse, que desse jeito quem se ferra somos nós. Se corrida de cavalos fosse um prova de armas diria que seu filho Agarradinho É Barbada.. perdão excelência, que seu filho Desferradinho É Assalto está com a metralhadora na mão, ou melhor nos pés, enquanto seu súditos competem com tacape e machadinha.
- São coisas da monarquia, Handicapeur, coisas da monarquia...

Quis o destino que neste clássico na milha estreasse Pegasus, filho de Avião na Voa Condor. Foi o primeiro revés de Desferrado É Assalto, mesmo de agarradeiras chegou a vários corpos de seu oponente. O Rei incontinenti, obrigou a Pegasus a participar de um desafio na pista de grama leve, contra seu estimado filho. Aí sim veremos quem é o melhor, dizia ele.

O duelo não aconteceu, ou melhor aconteceu mas na partida já estava decidido. Enquanto um pegava muito bem a grama leve, o outro pegou muito melhor, na verdade nem tocava os pés na mesma, pois tinha raiva do chão, parecia flutuar, de tanto que corria.

Depois deste duelo, a população equina, desconfiada, se rebelou e depôs rei, rainha e príncipe. Um dos revoltosos e encarregado de levar a Família Real para interrogatório, o cavalo Domingus Fratius, gritava:
- Eles nunca foram sangue azul, o que eles são é gasolina azul.
Mas chamando o príncipe ao pé do ouvido, disse:
- Não liga, não. Existe uma Cidade em que na grama do seu Jardim não pode competir cavalo com asa, e onde você voltará a ser o que sempre foi, o líder. Se tudo der certo, eu também farei a minha fama neste local e serei conhecido como o Rei dos Desferrados, quem sabe até Papa do Turfe.
 
Renato segue aí um puxão de orelha: ao invés de vc ficar dando pitacos no ferrageamento do nosso turfe tupiniquim, vc poderia estudar mais um pouco sobre o turfe Europeu e aproveitar para pesquisar para nós porque lá é proibido correr desferrado.
Caro Marcelo, 
Inicialmente obrigado por me repassar estas noticias e por suas considerações. E parabens ao Aron  pela inventiva história que certamente tem um fundo moral e de verdade. Sobre o demais  exposto em sua nota, tenho algo a ressaltar.
Um longo processo de debate e negociação, seja qual for a seara de disputa, geralmente amplia a distância entre intenção e realidade. Em se tratando isto, entendamos os argumentos dos contra e os a favor do desferramento de cavalos em corrida. Acreditem a coisa piora, pois, você passa a lidar com parâmetros, a meu ver, distintos. Aqueles que são contra, versam sua defesa tendo como base a sanidade dos cascos. Permitem-se a afiançar tratar-se de uma barbaridade consentida, quase como um doping, o desferrageamento, já que melhora em segundos a perfomance de um animal. Os que não concordam apelam para que o animal de casco são e perfeito, é penalizado quando obrigado ao uso de ferraduras. Juro que esta eu realmente não entendo. Afinal, porque em outros esportes é obrigatório o uso de chuteiras, tennis e luvas. Teriam algo a ver com a conformação de mãos e pés, ou existe uma necessidade para uniformização dos mesmos?
Nos Estados Unidos e na Europa, os cavalos tem que correr ferrados. Os jóqueis não podem se utilizar de chicotes com pontas elétricas. Existe uma balança que confirma o peso que cada animal deve carregar. O uso de selas é obrigatório. São colectadas amostras de urina, para se certificar que substâncias não permitidas não foram usadas. Os equipamentos de ajuda, tais como antolhos, arminhos, bridões, cilhas, tem um determinado padrão. Enfim, uma série de cuidados para que todos possam ser tratados sem vantagens particulares, pois, só assim, na visão daqueles que nos primórdios do esporte o inventaram, poder-se-ia aquilatar a real capacidade locomotora de cada animal, para fins reprodutivos. Acredito que em outras centros desenvolvidos também devam estar sendo obedecidas estas regras. Portanto, deve haver uma razão.
Não é a minha praia e muito menos meu interesse polemizar sobre esta situação. Sou daqueles que quando entro em um jogo, obedeço as regras impostas e acima de tudo analiso o depois. Confesso que não tenho conhecimento de nenhum cavalo daqueles que costumavam voar sem ferraduras no Brasil, ao ser exportado, tenha  demonstrado a mesma capacidade locomotora. A tríplice coroada Colina Verde pode ser um exemplo. Não me lembro, mas acho que Bandido Secreto chegou a correr em Dubai sem conseguir editar o que era capaz de fazer no Brasil. Pelo menos é o que vem imediatamente a minha mente. E ademais não estou mais na idade de levar puxões de orelha por dar pitacos nisto ou naquilo.
Se os mentores do turfe brasileiro aceitam esta situação vista pela grande maioria como inusitada e que certamente não é aceita nos centros mais desenvolvidos deste esporte, que sigam defendendo a tese e quem sabe se transformem nas pitonisas  revolucionárias de um esporte criado a séculos. Talvez até um dia sejam reconhecidos pelos historiadores como gênios pelas grandes mudanças impetradas no mesmo. Que aqueles que criam e acreditam que o ferrageamento não faz diferença alguma na melhora da performance de um animal, que se utilizem destes elementos que “supostamente” levaram vantagem pelo fato de correrem desferrados. Afinal pode ser que o mundo turfístico esteja errado e apenas o turfe brasileiro certo. Apenas a titulo de opinião – ou pitaco -, penso que o Usain Bolt  sem tenis talvez ganhasse sua primeira eliminatória. Mas para a final poderia ter seus pés feridos. Fique aquele que escreve como mandando um bilhete para a lavadeira.
Um grande abraço,
Renato