É publico e notório que pessoas são escolhidas para exercer certos cargos publicos, por uma maioria de votos ou por um processo revolucionário. Não importa, se acabou no mundo a herança monárquica. Aqueles que eram considerados descendentes dos Deuses, estão em baixa e praticamente se extinguiram. Vivem apenas dos títulos nobiliárquicos. A exceção da Inglaterra, Espanha e um ou outro pais, que quer manter a tradição por mera exploração turística, o mundo coloca para gerenciar, na verdade aquilo que quer. Ou melhor dizendo, o que a maioria quer. Se esta é a pessoa certa para o lugar certo, é outro problema. E o que você espera daquele em que votou, ou colocou lá via processo revolucionário? Um mínimo de clareza, de discernimento, a retidão de princípios, e principalmente a serenidade de julgamento do escolhido. Porque? Por que sem as quais, nenhuma decisão de importância pode ser adotada para salvaguardar a paz e o bom entendimento.
No Brasil a coisa é peculiar. Escolhe-se palhaços, atores, figurinistas, domésticas, faveladas, torneiros mecânicos, terroristas e até jogadores de futebol, para cargos para os quais, não estão preperados. Mas isto é uma característica nossa. Quando desaprovamos, levamos para o lado da pilhéria. Penso de forma distinta.
Penso que decisões bruscas ou impensadas, baseadas apenas em reações de âmbito pessoal, quase sempre acarretam soluções drásticas e estas nem sempre tem um conteúdo, o que em outras palavras quer dizer, que existe uma grande probabilidade de não o levarem ao final que se almeja, aquele que tomou. Quem almeja, nem sempre alcança. O mundo está cheio de sonhadores, que não conseguiram chegar a lugar algum. Aliás este é o grande mundo do cavalo de corrida, onde existe ainda gente que acredita no acaso, na sorte e o pior de tudo na moda.
Vocês já pensaram no que é a moda? Eu pensei e cheguei a seguinte conclusão: coisa de louco! Hoje saia acima dos joelhos. Ano seguinte, não. Vão até os tornozelos. Esta primavera o amarelo. Na próxima, tons de rosa. Saia justa ou sem cintura? Alta ou baixa? Como os estilistas fazem, já que toda temporada existe uma visão comum? Se reúnem, tomam um porre e pensam, o que vamos fazer estes idiotas vestirem neste verão? Pô, vai mudar de idéia e concepção lá na China!
Outrossim, muito disto está acontecendo em cavalos de corrida, principalmente nos mercados menos fadados a investimentos financeiros. As pessoas vão pela moda e estas são ditadas pelas estatísticas mal analisadas. Ou simplesmente tomadas ao pé da letra. Alguém, seja um cavalo ou um estadista chega lá por alguns motivos. Eu diria que uma conjunção dos mesmos. Logo eles devem ser entendidos, para então, se for o caso, copiados. Colocar uma metralhadora armada na mão de um guri de sete anos, e tão perigoso como uma estatística na mão de um criador de cavalos de corrida que não tem aptidões analíticas. Gente vai se machucar, tenham certeza.
Houve uma época que fui interpelado aqui nos Estados Unidos, por um colega analista que achava incompatível a condição jornalística com a de agente de compra e venda de cavalos de corrida. levantava a velha tese de conflito de interesses. E eu perguntei porque, haveria um conflito de interesses? Ai, antes que eu pudesse retrucar ele me veio com aquele velho chavão aplicável a aqueles que não possuem caráter: "o jornalista tem campo de manobra para fazer a cabeça das pessoas e agenciar e favorecer-se". Respondi que da mesma forma, um policial, poderia pegar sua arma e ao em vez de caçar bandidos, sairia atirando em velhinhas de 80 anos. Mal é mal. Seja policial, ou jornalista.
O que este meu incauto e ineficiente doente cerebral tinha na verdade, era inveja de embora poder falar de pedigrees como gente grande, não ter a minima noção da diferença de uma vaca para com um cavalo de corrida. Conheceu sua vocação numa novena, e tinha inveja de quem pode fazer duas coisas e separa-las com dignidade.
Quando se fala, muita coisa pode ser dita. É de graça e no muito cansa as cordas vocais. Um dia perde-se naquele famoso, disse me disse. Ao contrário de quando se escreve, pois, isto fica gravado para todo o sempre e um dia aquele rato de biblioteca vai lá atrás e descobre que você falou bem de A e usufruiu da benesse de incautos para o seguir. Vamos deixar uma coisa clara. Existem erros honestos. Você acredita e o cavalo o desaponta. Aliás esta é a coisa mais normal neste nosso mercado. Você erra mais do que acerta, todavia, ainda assim erra muito menos que os outros. E existe gente que nunca acerta... E evidentemente existe a má intenção. Fica a cargo de cada um julgar caso por caso.
Não coaduno, de forma alguma, com a corrente ideológica que defende a tese que o mundo tenha sido desenhado para os expertos. Aqueles que querem levar vantagem em tudo. Diria, que eles podem se aproveitar temporariamente de uma situação, mas não podem se manter para sempre. O que defendo é que Deus quando bolou esta coisa toda, não o fez para os trouxas, que é uma história - ou ainda vigora o estória? Nunca sei - diametralmente oposta. A quase todos foi dado a possibilidade da utilização de um cerebro, e por mais díspares que possam ser as oportunidades de cada um, sempre haverá um chinelo, para um pé cansado. O que se tem é que procurar. Eles, os chinelos, não caem do céu, diretamente para a lateral de sua cama.
Vejo nas vendas ações que não entendo. Ok! Eu não entendo, mas elas podem até estar certas. Não é este o ponto. Tudo a principio é um questões de ponto de vista. Mas o pior de tudo são aqueles pedidos irracionais. Fico imaginado uma cara chegar para o profissional da área que for e sorridente pedir. Por favor, me de um tiro no meio dos olhos, pois, quero abafar na próxima festa. E para piorar mais a situação, têm "profissional" que pelo dinheiro atende a seu cliente!
No turfe não se chega a lugar nenhum no grito e apenas com o auxilio de seu saldo bancário. Tem que se usar os neurônios. Você pode ter suas predileções e afinal de contas se o dinheiro é seu, porque não seu gosto? Aceito, mas não coaduno. Todavia, você tem que estar ciente que a decisão é sua e mesmo que o agente contemporize, a responsabilidade do fracasso será igualmente sua. Se o agente concordar com tudo, como vaquinha de prezépio, e depois você tiver insucesso, não aceite como justificativa do mesmo, aquele velho bordão: mas foi o senhor que quiz assim...
O dolar irreal amordaçado por nosso governo está subindo. O teatro não pode encenar uma pe;a para sempre. Tem horas que é necessária a mudança do cartaz. As vendas de cavalos no mundo inteiro também. Logo ficaremos cada vez mais acuados. Tivemos ai três ou quatro anos para nos fartamos. uns o fizeram, outros não.
Mas aí vem a pergunta chave: como as vendas de um superfulo chamado cavalo de corrida cresce em um tempo em que os grandes mercados e as importantes economias estão caindo cada dia mais? Simples meu caro Watson. Apenas uma questão de distintas filosofias. O que para o brasileiro é tratado como um supérfluo, para uma significativa parcela de investidores internacionais de cavalos de corrida, é um investimento. Investimento sério e que dá lucro. A Coolmore que o diga.
Quem poderia afirmar até os anos 80, que a Irlanda seria o pais hoje, a congregar os mais importantes reprodutores da raça PSI do planeta? Concordo que, nos anos 40, ninguém pensasse que um dia os Estados Unidos da América, roubariam esta hegemonia até então de posse de ingleses e franceses. Erraram aqueles descrentes que a jovem economia norte-americana seria capaz de tudo. Ou pelo menos o foi, até o efeito little George. Ou até então a Coolmore e os árabes refletirem e criarem condições viáveis de assentamento, de forma a manter aqueles que melhor correram no velho mundo, ali alocados com funções reprodutivas.
Logo, o que eu quero deixar bastante claro, é que não me sinto um conhecedor do mercado, afinal ele me surpreende em enumeras oportunidades. Eu apenas tento tomar conhecimento de sua linguagem temporal. E a uso a meu favor. Outrossim, meu sucesso até aqui - se algum tenho - é de me antecipar ao mesmo. Como o faço? Sólidos conceitos de base.
Mercados mudam, mas conceitos são mais lentos para aceitar mudanças, principalmente aqueles consolidados em dados estatísticos bem analisados. As linhas baixas, os tipos de cruzamentos - que alguns batizaram de nicks, eu prefiro afinidades - os imbreeds em chefes de raça e importantes matriarcas, as linhas maternas, enfim, conceitos que não são e nunca foram dogmas, mas que há séculos vem norteando a mente daqueles que estão dando certo na arte de criar e possuir um cavalo de corrida. Que não são poucos.
Novembro está batendo às nossas portas. Uma nova Breeders Cup e a seguir a chance de fortalecer seus planteis em Keeneland. Diria, sem medo de errar, que talvez uma das últimas, dentro das condições propicias que tivemos estes últimos três anos. Mas quem assim o quizer, leve como papo de vendedor...