PEQUENO PAPO DE BOTEQUIM: MAN O'WAR

Um leitor, me interpelou achando que pelo que escrevo e comento, eu demonstro ter mais afeto para com Secretariat do que em relação a Man O'War. Correto, tenho sim.

Disse e repito, entre os que vi correr, aqui nos Estados Unidos, não tenho dúvidas que o que mais me impressionou foi Seattle Slew. Era um cavalo que demonstrava uma vontade imensa de correr. O fazia com raiva. Dos que vi em filmes, sem dúvida alguma foi Secretariat. Sua corria como uma máquina perfeita. E diria que entre os que li e tomei conhecimento de suas histórias pela pena e oratória dos outros, Man O'War, Citation e Count Fleet. Mas sempre é distinto ver de apenas ouvir ou ler. Pelo menos é o que acontece comigo.

Espero que isto satisfaça a aquele que me cobrou, embora volto novamente a repetir que grandezas não podem ser medidas e muito menos comparadas. Todos os citados são cavalos que chegaram ao cume máximo de suas campanhas, pela imensa capacidade locomotora. Não cabe a mim, ou a ninguém querer imaginar quem poderia ser o melhor, sem que um embate direto entre os mesmos pudesse ser travado, dentro de uma condição considerada ideal para ambos os lados.

Man O'War foi sublime. Numa época em que era travado o primeiro conflito mundial. Não tenho o menor resquício de dúvida a este respeito. Ele realmente captou a atenção de tudo e de todos. E assim o fez, dentro e fora das pistas, já que seu proprietário, Samuel Riddell, tentou de todas as maneiras afogá-lo reprodutivamente. Imaginem que Man O'War, apenas cobria égua de sua propriedade - que diga-se de passagem, deixavam bastante a desejar - e seu book, não era superior a 25. Mesmo assim, em 22 temporadas de monta foi capaz de produzir  a 64 stakes winners de um total de 349 produtos registrados. Um altamente significativo percentual de 17%. Somando-se a isto, o importante feito de ter produzido a 8 champions. Com tudo contra, sua força de transmissão era tanta, que ainda assim, sua linha continua viva até os dias de hoje. Mas voltemos ao grande corredor que foi.

Em pista correu 10 carreiras aos dois anos, vencendo 9 delas. Chegou a carregar nesta idade o peso de 130 libras. Aos 3 anos correu 11 e ganhou as 11. Não foi tríplice coroado, pois, não fora nominado por seu proprietário. Ganhou o Preakness e o Belmont, sendo este último por 20 corpos em recorde. Uma vez defrontou-se com um triplice coroado, Sir Barton, e o tratou como a um claiming horse, o batendo por 7 corpos, em Kenilworth Park, estabelecendo desta feita, uma nova marca para a distância de 2,000 metros  neste hipódromo canadense, em nada mais, nada menos que 6 1-2 segundos. O que tornaria licito afirmar, que ele ganharia de qualquer outro cavalo ali corrido por 40 a 42 corpos.

Aliás, este filho do temperamental Fair Play, corria apenas para recordes. Em 8 oportunidades ele estabeleceu recordes, que foram da milha aos 2,600 metros. E o fez em hipódromos de primeira linha, como Belmont Park e Saratoga. Foi sacrificado no dia 1 de Novembro de 1947, aos 30 anos de idade. Foi enterrado na Faraway farm onde serviu e um dia seus restos foram transladados em 1970 para o Horse Park Center, onde hoje descansam, sob as vistas da estátua de bronze, erigida em sua homenagem.