HARAS SANTA RITA DA SERRA - BRASIL

HARAS SANTA RITA DA SERRA - BRASIL
HARAS SANTA RITA DA SERRA - CLIQUE NA FOTO PARA CONHECER NOSSO PROJETO

HARAS REGINA

HARAS REGINA
JOLIE OLIMPICA BRAZILIAN CHAMPION 2YO - HARAS REGINA - CLIQUE NA FOTO PARA CONHECER NOSSO PROJETO

HARAS FIGUEIRA DO LAGO

HARAS FIGUEIRA DO LAGO
NEPAL GAVEA´S CHAMPION 2YO - HARAS FIGUEIRA DO LAGO - São Miguel, São Paulo

HARAS SANTA MARIA DE ARARAS

HARAS SANTA MARIA DE ARARAS
Santa Maria DE ARARAS: TOQUE NA FOTOGRAFIA E VENHA CONHECER O BERÇO DE CAMPEÕES

HARAS ESTRELA NOVA

HARAS ESTRELA NOVA
Venha nos conhecer melhor no Instagram @haras.estrelanova.

HARAS NIJU

HARAS NIJU
toque na foto para conhecer nosso projeto

HARAS FRONTEIRA

HARAS FRONTEIRA
HARAS Fronteira

HARAS ERALDO PALMERINI

HARAS ERALDO PALMERINI
HARAS ERALDO PALMERINI a casa de Lionel the Best (foto de Paula Bezerra Jr), Jet Lag, Estupenda de Mais, Hotaru, etc...

STUD MY DAD HERO

STUD MY DAD HERO
Objetivo Maior - Winner's Circle

HARAS CIFRA

HARAS CIFRA
HARAS CIFRA - HALSTON POR MARILIA LEMOS

HARAS RIO IGUASSU

HARAS RIO IGUASSU
HARAS RIO IGUASSU A PROCURA DA VELOCIDADE CLÁSSICA - Foto de Karol Loureiro

HARAS OLD FRIENDS

HARAS OLD FRIENDS
HARAS OLD FRIENDS, vendendo diretamente toda a sua geração

HARAS SÃO PEDRO DO ALTO

HARAS SÃO PEDRO DO ALTO
HARAS SÃO PEDRO DO ALTO - Qualidade ao invés de Quantidade

HARAS PARAISO DA LAGOA

HARAS PARAISO DA LAGOA
HARAS PARAÍSO DA LAGOA, UMA ESTRELA A MAIS NO UNIVERSO

STUD YELLOW RIVER

STUD YELLOW RIVER
STUD YELLOW RIVER - Criando para correr

JOCKEY CLUB BRASILEIRO

JOCKEY CLUB BRASILEIRO
JOCKEY CLUB BRASILEIRO

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

PAPO DE BOTEQUIM: SHUTTLE EM NOVA VERSÃO


Passar uma semana em Bagé vendo cavalos, não é para quem gosta de turismo ou badalação. Mas acredito que possa ser bom para a mente e por que não dizer, para aumentar seus conhecimentos. E digo, uma semana é pouco, se você for para rodar nos pastos e tentar ver o que vem por ai, em termos de criação. Acabo de completar 62 anos, porém, em Bagé me sinto como uma criança. E como sempre acreditei, que a cada dia um ensinamento você tem que adquirir, caminhar pelos campos de Bagé e Aceguá, são enciclopédias vivas do mundo dos cavalos de corrida. 

Vi Bagé crescer, pois, fui um dos primeiros a visitar o recém montado Haras Sideral. Escrevi um artigo para a revista Hippus, que intitulava-se, Bagé a Kentucky Brasileira. Foi uma afirmativa arriscada, mas hoje, penso que o tempo provou que Bagé é um consolidado centro criatório, e isto é o que realmente interessa.

Nesta minha última visita a Bagé, um centro brasileiro de criação que tem igualmente adotado a prática do shuttle, fui mais de uma vez perguntado, sobre minha opinião sobre certos aspectos desta forma de se intriduzir reprodutores em uma criação. Estava no haras Niju, na presença de seus proprietários, e o veterinário Raul, me veio com esta. Não é uma pergunta simples de se responder, mas eu não sou uma pessoa de deixar perguntas sem respostas, nem que esta resposta seja um simples, eu não sei.

Para mim o shuttle tem suas vantagens e desvantagens. A primeira desvantagem, e com certeza a maior de todas é o fato do cavalo ser obrigado a cobrir, em alguns casos até mais de 250 éguas anos, em condições distintas e intercaladas por viagens longas e mudanças drásticas de meio ambiente. Não creio que seja fácil para o cavalo e talvez por isto, poucos, mas muito poucos mesmo, conseguiram sucesso em ambos os polos.

Danehill, é sem dúvida alguma o exemplo bem mais sucedido. Numa escala menor, citaria Royal Academy, More than Ready e Encosta de Lago. Agora como explicar por exemplo que garanhões consagrados como Montjeu, Galileo e Giants Causeway, não tenham conseguido se firmar na Austrália? Que Spend a Buck, só o tenha conseguido no Brasil? E teriamos aqui exemplos intermináveis, de elementos que constaram de shuttles, e quando muito, só conseguiram sucesso em uma das extremidades. Na verdade quando o conseguiram, pois,a lista daqueles que não chegaram a lugar algum, é interminável.

Eu teria apenas uma explicação básica, para o pouco sucesso do shuttle: meio ambiente. E o que conceituo como meio ambiente? Tipos de éguas, forma de criação de seus produtos, lida com si próprio, adaptação as condições climáticas locais, calendários turfísticos e condições de doma, treinamento e disputas com aqueles que este referido reprodutor irá produzir.

O segundo ponto negativo do shuttle, é o fato de que se o reprodutor funcionar bem em ambos os hemisférios, ele não volta a um deles. Até aqui, sempre prevalesceu o do norte como opção final. Por sua vez, se ele funcionar bem em apenas um, em qualquer situação fica caro adquiri-lo de forma definitiva. E o terceiro ponto negativo é que ele cria uma rotatividade grande nas opções da éguas - principalmente naquelas de maior valor técnico - que a meu ver, na maioria dos casos, minimiza a capacidade da sedimentação de linhas maternas.


MELLON MARTINI

Entre os pontos positivos, citaria como o principal, a chance de se trazer cavalos que dificilmente poderiam ser adquiridos de forma definitiva. Como segundo ponto, uma sempre importante “mexida” no mercado, sempre a procura de novidades. E terceiro a possível formação de um rebanho de éguas, filhas de um ser presumivelmente superior. Mas para tal tem que se ter critério, conhecer a fundo o elemento que está sendo trazido e acima de tudo saber o que se está fazendo e com quem está lidando.

Mas sou ainda da velha guarda. Daqueles que acreditam que a aquisição de um elemento conceituado, a longo prazo lhe trará mais benefícios e cito Mellon Martini, como um exemplo. No conjunto pedigree, conformação e campanha, em minha maneira de ver, sobresai entre os filhos de Sadlers Wells para aqui trazidos de forma definitiva. Tem uma linha baixa, que considero das mais poderosas, e por isto mesmo acredito que poderá ser um elemento diferenciado em termos reprodutivos. Tem equilíbrio e foi mais do que um descente cavalo de corrida. Mas voltemos momentaneamente aos trilhos principais desta nossa jornada.

A Austrália, para onde se destinam os reprodutores de prezumivel maior potencial, capta imediatamente aquele que possa preencher suas necessidades e quando não acredita que fulano ou cicrano o possa fazer, imediatamente abre mão dos serviços prestados e este reprodutor vem cair na África ou América do sul. O que me viabiliza pensar, que na maioria dos casos, temos que nos contentar com o osso já roido ou a carne que os Australianos consideram de segunda. Ai eu pergunto,em quais situações deveríamos nos encaixar?

O que não deu na Austrália e Nova Zelândia, até aqui não tem dado em outro qualquer ponto do hemisfério sul. Isto infelizmente não é uma opinião. Isto é um fato. Consultem as estatísticas e me desmitam. Por que será? Não tenho a minima ideia, pois, pelo que conheço, do turfe da Oceania, ele possui caracteristicas de criação e corridas, mais de hemisfério norte, do que do hemisfério a que pertence. Mas como disse sou daqueles que procuro por soluções, não por problemas.

A exceção da morte, eu ainda sou daqueles que acredito que para cada problema que se antepõe á sua frente, existirá uma solução. Pelo menos era assim que vó Adelina me ensinou. O que a Austrália considera como carne de segunda, muitas vezes pode passar por uma razoável alcatra para nós sul-americanos, principalmente brasileiros que podem se dar ainda ao luxo de pensar, não maioria das vezes ou mesmo tão somente, em stamina. Logo acredito na validade de se trazer um Shirocco e um Manduro. Eles dificilmente colariam na Austrália, mas podem muito se sair bem no Brasil, o centro criatório que os acolheu. Defende-los como uma necessidade de abrir os nossos pedigrees, é que é de uma imbecilidade inimaginável. Eles foram excelentes cavalos em pista, possuem pedigrees descentes, possuem a rara capacidade staminica e fisicamente agradam. Como não agradam ao paladar - extremamente comercial - de australianos, argentinos e sul-africanos, aqui aportaram. Creio que o tempo provará que foi sorte nossa. 

Existem hoje alguns dogmas, praticados mesmo por gente que respeito no mercado. Um deles o que ainda versa, a respeito dos cavalos considerados sprinters. Ora,  mesmo os australianos, a quem considero hoje os maiores detentores de velocidade no planeta, tem uma certa reticência, pois, ainda acreditam que do milheiro poderá advir o melhor velocista, meio fundo e até o elemento extremamente clássico. Não obrigatoriamente, do próprio sprinter. Fico tonto com esta forma de pensar, pois, o que foram Danehill, Oasis Dream, Encosta de Lago e Cape Cross? Desta forma, que me desculpem os puristas da stamina para com os sprinters, mas vejo a inclusão nesta temporada de um Eclipse Award Sprinter winner e um ganhador da Breeders Cup de velocidade, como bons fluídos. Assim como a precocidade demonstrada, por dois elementos europeus, filhos de dois dos mais importantes reprodutores da era contemporânea, Danehill e Galileo, e que foram incapazes de vencer acima da milha.


JEUNE-TURC

Diz o ditado, que cavalo dado não se olha os dentes. Bom ditado, mas para mim, que sei que cavalos não são mais dados, principalmente os últimos citados que para aqui vieram a peso de ouro, quando se compra, tem que se olhar tudo. E por que? Para que depois não venham a ser sujeitos a chacotas por seu tamanho e as vezes conformações. Outrossim, creio que o que as pessoas se esquecem é que todo cavalo de qualidade, a demonstrou, dentro de um desenho fisico, que possui certamente um centro de gravidade, como também um equilíbrio próprio. Foi assim que ele se tornou craque. Se não houver impedimento algum criado por um defeito, qual o problema? Ser pequeno? Um cavalo pode não ter o tamanho e o peso de seus sonhos. Paciência, mas ele se provou craque com as condições físicas que o possuía. Mas no Brasil, isto é duro de se pregar. Quanto mais convencer. 


FLUKE

Vivemos em um mercado, que em nossas vendas, o peso dos cavalos é ainda ponto de exultação. Os leiloeiros gritam pelos pesos, quando um elemento avantajado entra em pista, como Átila o faria, após estuprar e degolar o sacerdote de uma vila européia! Logo, posso garantir, que tem gente que ainda adquire cavalo a quilo.  Nunca tive nada contra o cavalo pequeno e não creio que alguém possa ter algo contra Hyperion e Northern Dancer. Acho eu que o cavalo tem que ter equilibrio e desenvoltura. Estes são os meus parâmetros básicos. Seu tamanho pode variar dentro destes dois atributos e depois de aprovados, aí então ter somado a ele, correção, expressão e evidentemente pedigree. Pois, querendo ou não, cavalos de corrida não são carros que tem moldes e são montados em séries. Cavalos de corrida são seres individuais. São criados, nunca produtos de uma montagem em série. Logo, aqueles que compram sem ver, mesmo assim não se podem sentir vexados pelas criticas que alguns possam a ter por ele não ser um Nijinsky ou um Secretariat em termos fisicos. No Brasil, muitos poucos se utilizariam de um Rahy, de um Oasis Dream, de um Lyphard, de um Nureyev e quando muito de um Galileo, de um Hyperion e de um Northern Dancer. E eles são hoje, chefes de raça. Pois, quando você trás Danehill e Galileo, está sujeito a chuvas e trovoadas daqueles criticos da balança e adoradores do grande e pesado. E creio que errarão mais ainda, aqueles que por cruzamento tentem modificar o centro de gravidade de quem foi fisicamente assim, um craque, pois, até que provem ao contrário, cavalo de corrida não é produto de um média aritmética. Está sim mais, para uma superposição de qualidades.

Digo, pelo que examinei, que os Shiroccos, são elementos dotados de extrema qualidade fisica, e que devem funcionar bem para as retas longas do turfe brasileiro. Não me parecem cavalos precoces, outrossim, seu temperamento e a forma como se portam andando, denotam que podem melhorar muito com a idade e a distância. Suas fêmeas, me agradaram mais. Os Manduros, são ainda pequenos. Os vi, aos pés de suas mães. Mas já se pode notar, que nasceram mais “racer” e com um tonus nervoso bem mais acentudo. Seus ossos, a primeira vista parecem mais finos, mas agradam, como um todo, em um simples piscar de olhos. E, até que me provem ao contrário, como cavalos de corrida estes dois elementos, ambos de origem alemã, foram melhores corredores no âmbito internacional, que New Colony, Known Heights, Brush Rambler, Nedawi e mesmo nosso Thignon Lafré, que dominaram pelos últimos anos, as provas de fundo no cenário brasileiro. os dois alemães foram em pista superiores a Nedawi, equiparam-se em tipo e creio que até em pedigree, embora ressalve-se que Dahlia, sempre será Dahlia. Isto são apenas uma opiniões, mas que tenho certeza que um dia se tornarão fatos irrefutáveis.



Abro um pequeno parentêses, para não perder a prática. Holy Roman Emperor e Roderic O’Connor (fotos acima), são cavalos limitados em altura, mas nunca o foram em qualidade em pista. Ambos perderam aos dois anos para super cavalos, do naipe de Teofilo e Frankel. Ambos foram, os que chegaram mais perto deles. Logo, desculpem-me, mas a ambos há de ser dado o devido respeito. Não creio que nem Romarim e muito menos Redattore, dois excepcionais reprodutores de origem nacional, pudessem correr o que Holy Roman Emperor e Roderic O’Connor, corriam. E assim fecho este parênteses.


Redatora

E aproveito a menção que Redattore vem a todo vapor. Por onde passei, posso afirmar, que seus filhos destacam-se fisicamente. Ele em cruzamento com éguas superiores em pedigree - como vi muitas no Old Friends - sobra na turma. Vovê os distingue num piscar de olhos. Arriscaria a afirmar que são soberbos. O mesmo pode ser dito dos Acteon Mans, um reprodutor esquecido mesmo na lista dos experts, cuja primeira produção acima de 10 animais, sendo a grande maioria deles em reprodutoras importados, simplesmente agrada até o mais ferrenho dos críticos. Como com oito, em éguas inferiores, ele já foi capaz de produzir a um vencedor do Grande Prêmio Brasil... 

Vou profetizar. A geração de 2012 destes dois reprodutores, junto com as de Manduro, acredito que irão fazer história dentro do reduto criatório de Bagé. Quem viver, verá.

Nedawi está num estado esplendoroso, assim como Jeune-Turc, Voando Baixo e Fluke, que de mim têm todo o meu respeito, pois, como Redattore e Hard Buck, provou-se no hemisfério norte em sua mais alta distinção. Quatro elementos que respeito. Uns pelo que já produziram e outros pelo que fizeram em pista, pois, ganhar Brasil e São Paulo é coisa para muito poucos, Much Better, Grimaldi e Jeune-Turc que o digam. E ganhar na mais alta esfera norte-americana, mais ainda.

E terminando esta análise sobre o que o shuttle pode nos proporcionar, diria que bons velocistas aflorarão do Paraná e do Rio Grande do Sul, já que tando Benny the Bull quanto Silver Train, foram mais cavalos em pista e possuem mais pedigree, que Light Horse Harry, Gaiano e Flying Boy, um dia considerados os reis das canchas retas. E contra o bom senso, apenas o suicidio consentido.


Acteon Man