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domingo, 28 de outubro de 2012

RESPOSTA A UM CORRENTISTA: COMO COMPARAR DIVINDADES

Renato,

Você poderia dizer que Frankel foi o maior cavalo que viu correr? E se não foi, quem seria?

Montenegro


Caro Montenegro,

Você e suas perguntas do tipo Morro do Alemão: a queima roupa.

Existe um lei no turfe. Todo que nele participa pode ser derrotado. Ai quando aparecem cavalos como Frankel, Ribot, Black Caviar, Nearco, que se recusam a cumpri-la, a gente tem que tirar o chapéu e se vergar à sua majestade.

Acho que Frankel foi estupendo, principalmente na milha e olha que eu vi grandes cavalos nestas distância. Lure, Da Hoss, Miesque, Goldikova, Zafonic enfim um grande número deles. Mas nenhum deles chegou aos 2,000 metros da forma que ele chegou.  Nenhum deles ganhou da maneira como ele ganhava. Com absoluta supremacia em toda e qualquer corrida que disputou. Outrossim, não acredito que tenha sido isto que fez Frankel ser Frankel. Desde Nijinsky e Secretariat, creio eu, que nenhum outro cavalo tinha o allure de Frankel. Aquela chamada que faz as pessoas marcarem em seus calendários, quando ele estará de volta. Barbaro aqui nos Estados Unidos e Shergar na Europa, deram indícios, mas mesmo em suas respectivas desgraças, não foram capazes de marcar a mente de todos, de forma tão indelével, como Frankel o fez.

Contudo, com todo o respeito aos citados, nada pode ser comparado a forma como Frankel veio a ser "marqueteado", desde o seu aparecimento. A começar por seu nome. Um tiro certo, inapelável dado pelo Prince Khaled Abdullah. Ele queria fazer uma homenagem a um de seus grandes treinadores, que havia recentemente nos deixado, e parece que acertou em cheio. Na mosca. Com precisão milimétrica. Imaginem um Frankel, quatro anos sem vitória, correndo páreos de claimings?

Segundo que ele se tornou um mito. Não apenas um grande cavalo. Ele era mito. Qualquer turfista que ouvia o simples mencionar de seu nome em uma conversa na mesa ao lado, interessava-se e aproximava-se. Todos se sentiam no direito de tecer uma opinião sobre ele. Até, o bêbado, o detrator do óbvio, a dona Maria que vendia cocadas na esquina. Todos queriam dizer algo sobre ele.

Os cães abanavam seus rabos ao simples mencionar daquele nome que parecia mágico. As vacas paravam de ruminar. Os ursos acordavam de suas hibernações. Os gatos aprendiam a uivar, pois, mito é coisa que todos procuram e admiram e todos os animais sentiam-se em êxtase, ao saber que um ser irracional como eles, era tão reverenciado pelos chamados racionais humanos.

Cada ser humano carrega dentro de si, desde garotinho, seu Julio Cezar, seu Ricardo Coração de Leão, seu Napoleão Bonaparte e até alguns o Lula, pois, cada um tem o mito que merece. Ai o defensor do óbvio, rosna em sua ácida objetividade, mas por que? Por que? Cigar ganhou mais provas em sequência. Black Caviar, ainda está aí vivinha da Silva?  Não importa. Basta a obra, para se tornar um mito. Não uma obra, eu disse a obra! Mas voltemos aos trilhos. Todos nós no íntimo, gostaríamos de ser algo maior do que realmente somos. Não importa o número de batalhas ganhas, sinfonias criadas ou livros escritos. Admiração é algo que não se explica. E a forma como você escolhe o seu admirado, muito menos. Afinal tem gente que torce até pelo Canto do Rio.



No meu caso, a glória antecipou-se ao feito. Antes de Frankel o fazer, eu sentia, que ele iria faze-lo. Como? Não sei. Talvez pela forma como deslizava pela pista. Quem sabe, por seu nome escorrer pelos cantos de meus lábios, como a baba de uma criança que acabara de mamar. Exagero? Provavelmente. Mas diria que apenas os lorpas, os pacáscios, os ovinos, e os detratores do óbvio, têm medo do ridículo de se mostrar errado. Errar me parece humano. Admitir o erro, coisa que deveria ser item prioritário para futuras canonizações. Só o que erra, merece o paraíso... Agora ter medo de errar, é a desculpa dos ineptos. Dos descartáveis. daqueles capazes de fazer apenas um strike, em seu grande dia de sorte. Até Satanás errou quando ainda anjo. Seu erro o fez famoso e criou uma legião de adeptos.

Nelson Rodrigues descrevia muito bem, aquilo que considerava um deslumbramento alvar. Não terei como explicar aqui. Apenas, senti. Foi este deslumbramento que senti ao vislumbrar pela primeira vez a Frankel. Em minha visão quase doentia, cheguei a pensar que apenas eu o havia notado. No mais,  o Prince Khaled na Inglaterra e Bobby aonde estivesse, naquele exato momento.

A cada corrida me sentia roubado, a cada comentário que alguém fazia sobre Frankel, sentia-me traído. Aquela minha doentia impressão de propriedade, causava-me náuseas internas, pois, Frankel, não pode ser de quem quer que seja. Como Pele, Mohamed Ali, Michael Jordan, Beethoven, Einstein, ele igualmente não pertencia sequer a um pais. Ele é propriedade de toda a uma humanidade. 

No próximo diskette que uma nave leva a outro planeta, como apresentação do nosso, deverá conter as corridas de Frankel. Eu incluiria também as de Ribot... Ambos eram Poetry in Motion.



A beleza do turfe é que você ter o melhor cavalo do mundo independentemente de seu saldo bancário. Só que no caso de Frankel se juntou a fome com a vontade de comer. Paciência. Hoje tenho sérias suspeitas, diria que mais do que palpáveis, que o "Profeta" olha mais para seus pupilos que o nosso "Senhor". Pelo menos em termos turfísticos...

Me parece humilhante os demais amantes do turfe, não sentirem por Frankel aquilo que sinto. Logo, afirmaria com os pés juntos, qual um defunto ilustre, que ele passou em meu modo de ver, do estágio equino para o divinal. E como não se comparam divindades, creio que não possa responder a sua pergunta. Ou quem sabe a tenha respondido...