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quarta-feira, 19 de março de 2014

PEQUENO PAPO DE BOTEQUIM: O DIA QUE VI MARCEL BOUSSAC



A curiosidade me fez ser um sujeito estudioso, daqueles que se tornavam-se até chatos, na ânsia de desvendar o por quê? Mas graças a resposta que consegui por cada por que, eu fui montando minha base de conhecimentos. E desta forma Tesio, Boussac, Lord Derby e Aga Khan, passaram a ser os três mosqueteiros de meu reino de sonhos. Apenas um conheci pessoalmente e diria que em condições não muito agradáveis.

Foi no King george de 1978 e a sensação que tive deve ter sido a mesma daquele que revê seu antigo grande amor de adolescência, quarenta anos depois. Choca! Não que a outra parte não fique igualmente chocada, mas você acostuma a olhar-se no espelho todos os dias e isto, pelo menos, o faz acostumar-se melhor, com as suas mudanças.

Eu tinha em minha cabeça a imagem de Boussac, apresentada nas revistas especializadas, altivo, exalando segurança, a mesma do invasor de hipódromos ingleses que conquistou tudo aquilo que sentia ser de seu direito. Não consigo, por exemplo, apagar de minha mente, as imagens das revistas British Racehorse -  de 1950, onde os pupilos de Boussac, fizeram uma limpa geral: O Derby com Galcador, o Oaks com Asmena e o St. Leger com Scratch III. E se isto por si só não lhe bastasse, igualmente levantou a Poule d'Essai des Pouliches e o Irish Oaks com Corejada e foi segundo para Vattel, com Floriados, no na época importantíssimo, Grand Prix de Paris. Neste ano ele conseguiu o inédito feito de liderar as estatísticas de criador, em ambos os lados do Canal da Mancha. 


Porém, naquela tarde em Ascot, a figura pequena de Marcel Boussac era de um homem derrotado pela vida. Sua última grande obra Acamas, já vendido, como homenagem correria com as suas cores, a grande prova inglesa. Mas ele era um homem sem dinheiro e sem vontade de viver. O homem que tivera sob seu domínio 55 fábricas, mais de 25,000 empregados e que em sessenta anos de turfe ganhara mais de 1800 provas, 140 das quais hoje seriam consideradas de graduação máxima, sendo 12 derbies de seu pais, cinco Dianes, seis Arcos e nove Grand Criterium, então a mais importante carreira para os dois anos na França, era um homem definitivamente sem horizontes, que se arrastava pelo paddock, com a indiferença da grande maioria dos presentes. Como imaginar Boussac nesta situação? Um altamente bem sucedido auto didata que colocava seu dedo em tudo.

Abro um parênteses. Um dia em um jantar que tive o privilégio de encontrar-se a frente do Conde François de Brignac, que fora racing manager de Boussac, perguntei, que era trabalhar com um homem como ele. Seu sorriso foi cínico e sua resposta ácida: "o patrão, no final, fazia tudo, excetuando-se cobrir as éguas". Seria esta uma das razões para seu rápido declínio na atividade que um dia dominara?  Fecho parênteses.



Fora-se o dinheiro, a fama, a glória e consequentemente a entourage. Ficaram apenas as lembranças e quando estas são excepcionais, pesam. e na solidão, pesam ainda mais. Aproximei-me daquele homem, que ganhara 19 estatísticas de proprietários e 17 de criadores em seu pais, apresentei-me e apertei sua mão. Fria, sem força, quase inanimada, como o fundo de seus olhos. Faltava-lhe qualquer resquício de satisfação. As mudanças de seu semblante não eram apenas produto da idade ou de um possível estado de saúde. Para mim, refletiam nitidamente, o cataclismo que foram os últimos anos de sua vida, com a perda de sua fortuna e o forçado abandono, daquela atividade em que um dia sua dominância fora incontestável.

Afastei-me dele e em minha mente imediatamente vieram palavras suas que lera em uma Course e Élèvage, quando um de seus discursos na Societé d'Encouragement, que dizia mais ou menos isto: "... é importante não se esquecer que quando alguém alcança o topo de uma atividade, cair para o segundo lugar, é um sintoma de decadência"... Era o exato retrato que ele transmitia naquela tarde.