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quarta-feira, 7 de maio de 2014

INSIPIDO, INCOLOR E INODORO


Na série, Acorda Brasil, confesso que não existe esporte algum que resista o passar dos anos, sem emoção, sem superação, sem imaginação, resumindo sem aquilo que distingue-o do dia a dia da vida comum: a sua capacidade de tira-lo do mundo real, por um determinado espaço de tempo, e traze-lo ao mundo dos sonhos.

O turfe não é diferente. É apenas ainda mais complicado.

E por que seria mais complicado? Diria que por dois motivos: primeiro por seus atores principals - os cavalos - serem irracionais e segundo por aqueles que dirigem o espetáculo - criadores e proprietários - as vezes serem mais irracionais do que aqueles que criam e dominam. Tentarei me explicar melhor.

Desde o inicio do século passado, quando os bigodes do Kaiser eram moda, o sexo era reconhecido ainda pelo uso espartilhos e  anáguas, suspensórios e ceroulas, e a obesidade era símbolo de fartura e riqueza, que o turfe vem passando por metamorfoses constantes. E sinto-as caminharem paralelas a outros esportes, como o futebol. Imaginem que da mesma forma que da cisão do mais sofisticado clube, o Fluminense criou o mais popular, o Flamengo e dai nasceu o maior espetáculo da terra, o Fla-Flu, que o futebol modifica-se. Houve um tempo que cada jogador era um especialista em sua posição. Um virtuoso. Hoje, aquele que o for, estará fadado a sentar a maior parte do tempo no no banco, pois, as necessidades modernas, exigem que cada um seja um elemento de sete instrumentos. O atletismo suplantou o virtuosismo. A chamada saúde de vaca premiada, está hoje em voga. Igualmente isto verificou-se na criação de cavalos de corrida, onde, por exemplo o rei dos stayers - Son-in-Law - e o rei da velocidade - The Tetrarch - hoje apenas fazem parte da história, como Friendereich ou Leonidas da Silva, um dia fizeram.

O mundo se mantém redondo, outrossim as idéias daqueles que o habitam, muitas vezes se mantém quadrada. E a estes, o veredicto da vida é implacável: off broadway!

Vejam a versatilidade daqueles que um dia se chamaram laterais. Hoje os alas, são peças importantes não apenas na defesa das laterais, como nos ataques ao time adversário. Qual a função dos pontas? Nenhuma, pelo simples fato que até abolidos do mapa, como os stayers, foram.  O mesmo acontece com os sprinters, um dia vistos  apenas como elementos limitados em sua capacidade staminica e incapazes de formar cavalos com maior capacidade de vencer em distâncias maiores. Hoje são capazes de produzir ganhadores do derby. E no caso do turfe, por uma razão bastante simples. Uma razão que a imensa barriga do velho Khan, nunca o fez esquecer: velocidade, velocidade e mais velocidade. Estes três requisitos que His Highness, definou no tempo em que as ancas e os peitos da mulheres eram protuberantes, como os três principais atributos em um bom cavalo de corrida, vigoram até hoje. São a base da atividade. Quem assim não o reconhecer, terá seu sucesso limitado a uma ínfima fatia do imenso bolo oferecido pela atividade.

Danzig é o maior exemplo disto a níveis mundiais. Seattle Slew a níveis nacionais. Ambos possuíam velocidades consideradas irracionais, para os parâmetros de suas respectivas épocas. O que se viu no Kentucky derby, onde Seattle Slew foi a seus joelhos, ergueu-se, e jaá passou no espelho pela primeira vez, liderando o grupo, é uma síntese, de quão velos ele era. Danzig não resistiu a seus joelhos. Mas até onde iria? Ninguém em sã consciência há de precisar. E ambos descendiam de elementos que chegaram a distância, mas eram igualmente dotados de grande velocidade, Northern Dancer e Bold Ruler. Assim sendo creio que os parâmetros são claros.

Não existe o menor resquício de dúvida, nem  naqueles que duvidavam do busto unilateral de Mata Hari, que Nijinsky tenha sido o maior dos Northern Dancers que viram a luz do dia. Mas como não tinha a velocidade de um Danzig e mesmo de um Sadlers Wells, hoje está relegado a um lugar de muito menor destaque que seus irmãos. E existem probabilidades de extinção, como o já quase acontecido com The Minstrel e tantos outros grandes elementos produzidos por este pequeno notável canadense.

Isto poderia chamar-se de adaptação as necessidades modernas. Mas, em se tratando de corridas de cavalos, na realidade a velocidade nunca o foi. Pensando seriamente sobre o assunto, constataremos que a velocidade nunca foi uma adaptação e sim a própria necessidade. Os criadores de cavalos de corrida é que custaram a notar. Lord Derby e Tesio, sem dúvida alguma foram os primeiros a perceber, e creio eu, que esta foi a razão de suas respectivas dominâncias. Hoje 95% dos grandes cavalos de corrida descendem de elementos que tiveram seus inícios, com estes dois criadores. O que fez eles, terem esta percepção e os outros não? Não sei. Como não sei por que a histeria e o amor pelo turfe, abandonou a comunidade brasileira - de uma hora para outra - e proliferou-se em países, considerados de maior equilíbrio emocional. Hoje matámo-nos uns aos outros dentro e fora dos estádios de futebol, com perceptível frequência. Enquanto em nosso turfe, mesmo no dia de suas grandes festas, são as moscas que mais povoam nossos hipódromos.

Talvez exista uma explicação para isto: nossa evidente falta de velocidade. Itajara, Bal a Bali, El Santarém, Rhiadhis, Clackson, Boticão de Ouro, Grão de Bico, Pico Central, Siphon, named, independentemente de seus feitos, foram heróis que trouxeram massas ao hipódromos. E vocês sabem por que? Por que eram dotados de velocidade e as esbanjavam em pista.

O correntista Cláudio Pragana, me disse durante as vendas de Cidade Jardim, que me achou amargurado em alguns de meus comentários. E talvez ele tenha razão. E creio que se haja uma razão, éela é decorrente, do simples fato de eu sentir muita potencialidade na criação do cavalo de corrida no brasil, e pouca objetividade em tentar alcarçar um vôo maior. Estabilizei-me nos estados Unidos em 1987, e de lá para cá, tenho ido ao Brasil, com uma frequência nunca menor que duas vezes por ano. E creio que posso afirmar, sem medo de estar cometendo um exagero, que cada vez mais gosto do que examino em nossos haras e menos do que observo em nossos hipódromos. Parece haver um hiato entre estas duas áreas de ação da atividade. Ousamos nos campos, e nos sentimos menores no palco. Nelson Rodrigues definiria, como aquele nosso eterno complexo de viralata. Daqueles bem simpáticos, que abanam o rabo, mas seguem qualquer banda de música, sem sequer pestanejar.
Reservo-me a este comentário. Acho que nosso horizontes não são o que deveriam ser, mas longe de estarmos no meio do oceano sem ver a praia. Eu, prefiro ver a banda passar. Somos capazes de ver a praia, mas poucos são aqueles, que se sentem capazes de nadar até ela. Eu já nadei, em mais de uma dúzia de vezes, e garanto, vale a pena, No dia que acreditar-mos que existem em nossas gerações, a cada ano, pelo menos dois ou três Einsteins, saíremos em campo, indo diretamente aos grandes centros e provando nossos pontos.

Infelizmente o nosso turfe perdeu a sua anterior capacidade de tirar o público do mundo real, por um determinado espaço de tempo, e trazê-lo ao mundo dos sonhos. A mágia, tão forte até a anti penúltima década do século passado, simplesmente dissipou-se. Razões? Imagino. Este ano, tivemos um GP. São Paulo insípido e creio que veremos um GP. Brasil inodoro a não ser que Bal a Bali de outra demonstração de imensa superioridade. E complemento, longe de estar amargurado, complementaria que esta temporada está dando toda a pinta de se manter, como a todas deste século, incolor. Esta é a grande verdade.


ACORDA BRASIL !