Hoje tenho plena convicção que evoluímos assustadoramente no item criação de cavalos de corrida e decaímos, a olhos vistos, em outro, o da corrida de cavalos. Por que? Existem controvérsias. Outrossim, penso que o problema está em nós turfístas. Esta eterna impotência para com a supremacia, o tédio que banha as almas para com o não ainda tentado, a anestesia coletiva se defrontar com certas adversidades E tudo isto somado, evidencia um desinteresse que nos leva para trás.
O turfista, seja do Rio de Janeiro, de New york, ou até de Tegucigalpa vive de idéias fixas. Eles as concebe e com elas morre. Logo cabe a imprensa especializada implanta-las da melhor maneira possível, primeiro para atrair a aquele que ainda não veio e depois, manter aquele que se deu ao trabalho de vir. Mas a imprensa, como os carros, funcionam devido a uma força de energia a eles induzida. Que pode ser um gas, uma gasolina ou até elétrica. A imprensa também. Sem patrocinador, não tem imprensa que se mexa.
Assisti a meu primeiro Kentucky Derby em 1977, numa época em que nós no Brasil, não tínhamos a menor noção da importância desta carreira e eles os norte-americanos, em contra partida, ainda achavam que a nossa capital era Buenos Aires. A bem da verdade, confesso que naquela década, eu não achei mal, pois, Buenos Aires era um charme. Uma cidade com um toque europeu, civilizada, cordial e pacifica. Com hipódromos magnificos, uma vida noturna soberba, restaurantes onde se comia bem e de uma segurança acima de qualquer suspeita. Hoje, não acredito que seja a mesma. Mas, lembro-me exatamente deste detalhe, pois, foi exatamente na sala de imprensa de Churchill Downs, após a vitória de Seattle Slew, que um jornalista da Blood Horse - que um dia viria a ser seu editor - me perguntou se tínhamos hipódromos no Brasil.
Como todo nacionalista, de origem sul-americana, a minha primeira reação foi de sugerir ao ilustre desvairado, a fazer uma visita a senhora sua mãe na Zona. Mas contive-me e brinquei, que realmente não os tínhamos e que treinávamos na praia. Anos depois, com o sucesso estrondoso de Bayakoa e Paseana, num jantar em Paris - o da imprensa no Arco - sentei-me ao lado deste mesmo jornalista e confidenciei a ele, que aquelas duas treinavam as margens do rio, já que Buenos Aires não tinha praia, quem tinha era o Rio de Janeiro, que de há muito deixara de ser a capital do Brasil. E ele desculpou-se pela gafe cometida anos antes. Mas para mim, havia ainda uma dúvida em sua cabeça, sobre qual era a capital do Brasil, já que naquele momento lhe passara um número excessivo de informações em um exíguo espaço de tempo.
Este era o turfe dos anos 70. Não havia uma verdadeira interação entre os continentes. As informações eram poucas. cada um vivia seu mundo. Com caríssimas exceções. Apenas o grupo de Sangster havia acabado de descobrir a Ámerica e lá ia para adquirir cavalos que desenvolvidos nas pistas europeias, voltavam sindicalizados para os campos de Lexington, em Kentucky. Sheikh Mohammed, que imediatamente captou a nova mensagem, tentou fazer o mesmo, mas teve que se sujeitar ao vexame de ter recusado seu primeiro pedido de assentos em Keeneland. Enquanto isto, nas terras descobertas por acaso por Cabral, o turfe do Brasil, era ainda visto como um acontecimento social de alto vulto, tanto que o serviço municipal de transito carioca, tinha que queimar as pestanas para fazê-lo fluir em dia de Grande Prêmio Brasil. Diria que hoje, isto não é mais necessário. Dá para contar o número de moscas no hipódromo da Gávea, no dia de sua festa máxima. E olha que as coisas do turfe, no Rio de Janeiro, parecem estar indo melhor que Cidade Jardim. Mas vamos ao que interessa.
Algo me diz, que Bal a Bali é melhor cavalo que California Chrome. Não há como compara-los, principalmente por que correm em pistas distintas. Mas existe dentro de cada um de nós, uma sensibilidade que sempre nos leva a este tipo de comparações. Concordo, que nem sempre estaremos certos e estas comparações nunca podem ser consideradas acuradas se não analisadas tendo como base uma mesma carreira. Mas vai lá. Paciência, eu acho que Bal a Bali - mesmo com a dúvida que tenho sobre sendo a sua melhor capacidade locomotora a milha e meia - melhor que California Chrome - do qual igualmente tenho sérias dúvidas sobre sua capacidade stamina. Outrossim, pelo ritmo da carruagem, pode ser que ambos venham a ser os únicos tríplices coroados da temporada de 2014. Muito em função da inexistência de grandes adversários.
E a dias da disputa das duas provas, de um lado, - qualquer que seja o meio de comunicação - se lê e se escuta o nome de California Chrome a cada segundo e de outro, um amplo e sepulcral silêncio. O noite-americano tem uma frase que considero importante. Aquela que diz: a legend on his making. Um legenda se fazendo ou coisa semelhante. Pois bem, aqui, não se perde tempo. Se a figura escolhida é um campeão ou não, pouco importa, eles iniciam uma tremenda badalação e todos faturam em cima. Do vendedor de cachorro quente, ao patrocinador da prova. Bastam sentir o cheiro que o amparam, imediatamente. No Brasil, torce-se contra.
Eu queria ter a certeza da stamina de Bal a Bali, para ter ainda mais vontade de torcer por ele. Virar fã de carteirinha, com direito a tietagem. Como o fui de Itajara, Much Better, Duplex, Immensity e outros. Agora vejam como as coisas funcionam de forma distinta, nestes dois centros. Frankel, é considerado hoje o maior timeform da história das corridas de cavalo. Ninguém duvida do fato. Porém, talvez ele o seja, por não arriscar-se na milha e meia. Por ter levado mais de dois anos, para sequer experimentar os 2,000 metros. É o cuidado do profissional para com a imagem de seu comandado.
Não seria pela falta de adversários que Frankel seria obrigado a um esforço inútil e diria até desnecessário, que penso eu, não condizia com o que seu treinador imaginava em relação a seu limite staminico. Imaginem se Sir Henry Cecil e o Prince Khaled Abdullah, não gostariam de ver Frankel no King George e no Arco. Se não arriscaram, é por que tiveram suas razões.
Abro um parênteses. Tive o privilégio de conhecer pessoalmente Henry Cecil, e em uma oportunidade, até entrevista-lo. E embora não seja psicólogo ou psicanalista, arriscaria a afirmar, que medo e covardia, não podem ser a ele atribuídos. Pelo contrário. Durante toda a sua brilhante carreira, Cecil sempre foi visto como um treinador que ousava. Para muitos ousava até demais. Principalmente com as fêmeas, cujo seu sucesso foi sem precedentes. Fecho o parênteses.
Guignoni é um treinador ousado. Acredito que poucos pensem ao contrário. Hoje se mantém numa posição impar, alcançada por esforço próprio, mesmo com uma saída inesperada e até hoje por muitos não entendida - no qual me incluo - do centro de treinamento que o levou a fama. Pois bem, teve que reiniciar quase do zero. Em meses já estava de pé e ganhando. E o que mais chama a atenção, é o fato de que independentemente do centro de treinamento que exerceu sua função, luziu de maneira indiscutível. Logo, o centro era apenas um detalhe. Ele a razão. Guignoni tem sucesso principalmente nas distâncias clássicas. este é um detalhe que não deveria passar a desapercebido. Desta forma conhecimento e experiência neste setor não lhe faltam. Assim sendo, creio que deve estar sabendo o que faz.
Sei que se Bal a Bali perder, muita gente no Brasil irá comemorar. O que é uma pena. Ou melhor, uma pobreza sem limites. Imediatamente muitos irão clamar, com a baba da inveja escorrendo-lhes pelos lábios, que sabiam de antemão. Que era um suicídio consentido. Que Bal a Bali havia ganho suas duas últimas carreiras com as calças na mão. Que seu treinador é um débil mental. Que ele é um cavalinho. Que parati, patatá! Paciência, isto ainda é o Brasil. Um pais que tem vergonha de dar certo!
Aqui se California Chrome, perder em Belmont Park, a choradeira irá ser nacional. Aliás já vi este filme com os doze últimos ganhadores das duas primeiras provas da tríplice coroa, que fracassaram no Belmont Stakes. E por que esta diferença? Estudem as condições de vida, de serviços e de trabalho nestes dois países e talvez descubram o por que.
Eu apenas vou torcer por Bal a Bali.
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