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sexta-feira, 9 de maio de 2014
PAPO DE BOTEQUIM: UMA IDÉIA MALUCA
Não existe sensação mais sublime do que se encontrar com um saudosista. Para mim, o saudosista é aquele elemento que vive o presente, mas sempre que pode mergulha com prazer no passado. Principalmente aquele passado que lhe trás grandes recordações. Sei que existe muita gente que não dá valor ao passado, mas a estes gostaria de lembrar, que se o presente muitas vezes é dúbio e o futuro sempre incerto, o passado é aquele que em qualquer situação, tem razão. Ele não muda.
Dentro deste prisma, acredito que o alvar honesto de uma lembrança, é algo que nunca abandona a sua mente. Pode ficar enclausurado por muito tempo em algum ponto de seu cérebro, outrossim, quando chamado a memória, vem correndo que nem aquele cachorrinho de estimação abanando seu rabo, a espera de seu dono à porta de casa.
Muita gente tem na realidade medo de repassar o passado. Compreendo que as boas lembranças são fáceis de serem trazidas ao presente. Outrossim as ruins, muitas vezes nem Freud tem a capacidade de extraí-las.
No turfe o passado não é apenas importante. Diria ser essencial. Afinal pedigree nada mais é, do que um mapa do passado assim como o retrospecto de uma campanha, é o currículo do pretendente a alguma ação do presente. Sem estas duas informações, os resultados de todas as corridas, seriam verdadeiras loterias.
O turfísta brasileiro é formado de um lado por uma pequena flora briosa, que acredita que as coisas não acontecem por acaso e de outro de uma imensa fauna luxuriante que acredita que tudo é uma questão de sorte e saldo bancário. Um dia Nelson Rodrigues escreveu, em uma de suas peças teatrais, que a virtude pode ser muito bonita, mas exala um tédio homicida e além disto causa úlceras imortais.
O problema do passado é saber distingui-lo com exatidão, pois, a distância não só desumaniza como igualmente confunde fatos. A memória recente, é a mais perigosa, pois, muitas vezes não está ainda devidamente assentada em seu cérebro e quando trazida ao presente, perde de maneira inexequível certas minúcias, que só o tempo é capaz de sedimentar ao fato em si. E jura-se, de pés juntos, sobre algo, que na verdade não é a verdade vivida e sim idealizada.
Respeitar o passado, e viver o presente, é e sempre será uma virtude. O passo maior para um melhor futuro. Viver apenas do passado, certamente é um retrocesso de dramaticidade pânica. Não é isto que defendo.
Mas voltando ao saudosista, poucos são os que conheço no Brasil. Mas aqui nos Estados Unidos, existem muitos e alguns dos que conheço mantém um perfeito equilíbrio sobre as mudanças que o turfe viveu nestas últimas décadas. Mas todos, sem exceção, não têm dúvidas, que a criação norte-americana decaiu. A década que vivemos, indo mais longe ainda, o século que vivemos, carece de grandes nomes como as décadas de 50, 60, 70, e 80 por aqui. Tem gente que atribui isto a medicação. Não consigo conter minha incoercível gargalhada, principalmente depois do que está sendo recentemente descoberto em solo britânico. Imaginem se forem a fundo na França, onde a maioria dos remédios são fabricados...
Creio que o maior fator de queda, é a tendência norte-americana de se criar hoje mais para o Tattersall do que propriamente para a pista. Criar cavalos de corrida e os vender em Keeneland, Fasig-Tipton e OBS, se transformou num grande negócio. Talvez o melhor do momento na atividade. Ai, o atleta é esquecido e o artista de palco endeusado. Todos que aqui militar tem consciência deste fato. E mesmo assim, nos Estados Unidos, o movimento de apostas e a tendência nos hipódromos consegue crescer, embora na pista, os cavalos tem andado visivelmente, menos.
Logo o marketing está funcionando. O espetáculo, já não tem os grandes atores de outrora, mas mesmo assim a peça continua em cartaz e não sai da Broadway. Pela simples constatação do que apresentei a dois dias atrás, da queda frenética e constante do Byeres Speeds nas últimas disputas do Kentucky derby, imagina-se à que ponto está chegando a queda da qualidade, do cavalo norte-americano. Isto não é uma verdade absoluta. Diria até que longe de ser bíblica. Isto é apenas um fato palpável em medições, que podem não ser a razão da essência de todas as verdades, mas que pelo menos servem para se dar idéia à um nível de comparação. Dai, permito-me a confirmar não poderem ser vistas como medições de esplendorosas nulidades.
Por mais cabotinismo frenético, por menor que seja a fé franciscana, há de se convir, que o tempo é, na pior das hipóteses, uma forma de medição, ainda confiável. Não uma torva e atra forma de querer se embalsamar o que quer que seja. Ademais, até que me possam provar ao contrário, corridas de cavalos, são decididas por aqueles que fazem o menor tempo em uma mesma disputa. Não quero com isto carateriza-lo como o perfeito e eficaz nivelador de classe entre cavalos.
Abro um parênteses filosófico. Em uma incisiva e inefável lição dada pela vida, descobriremos com o passar dos anos, que só o medo nivela tudo. Nem a alegria é o capaz de fazê-lo. Fecho-o impressionado comigo mesmo.
Por isto, não consigo imaginar, por que não possamos fazer o mesmo no Brasil. Onde está o nosso marketing? Pergunto-me, com a mesma aflição de Noé, de Lázaro ou mesmo de um Moisés! Em um país que consegue se vender dona Dilma como estadista e não Bal a Bali como algo a ser visto e aplaudido até pelos leigos, necessita-se então do milagre. Desculpem, mas para mim, é mais fácil caracterizar Bal a Bali como um ícone, do que California Chrome. Que Dona Dilma, nem se diga... Mas apenas o norte-americano, é hoje idolatrado e capaz de trazer legiões de turistas ao hipódromo. E isto com um final de 61"1, e o sexagésimo sexto tempo dos últimos 100 anos do Kentucky derby. Enquanto o recorde de Bal a Bali na milha e meia, também em um Derby, tem o valor internacional de uma mariola e duas cocadas. Culpa de quem? Exclusivamente nossa!
Tínhamos que colocar a boca no mundo. Anuncios nos principais veios internacionais. Defender o nosso mito, já que cria-lo, o Sta. Maria de Araras o fez e difundi-lo o Stud Alvarenga, o está fazendo.
Este fim de semana, teremos o grande potro brasileiro novamente em ação. A nebulosa transação que o levaria aos exterior, dissipou-se no ar. De súbito, o inexorável abismo abriu-se à frente dos incredulos. Houve ou não uma proposta? Passou ou não ele pelos exames clínicos? Qualquer que seja a dúvida, ela é o fator menor. O importante é que ela teria que ser imediatamente substituída pela certeza, que Bal a Bali poderá nos dar, este fim de semana, outra demonstração de potencialidade locomotora. E isto é o que realmente deveria importar. Legiões deveriam comparecer ao hipódromo da Gávea, pois acredito que seja mais fácil de se acreditar numa apresentação de luxo, do que alguém ser capaz de abrir as águas do mar vermelho. E olha que Moisés teve mais público...
Zenyatta, foi o último grande caso de um corredor que se tornou maior do que o próprio espetáculo nos Estados Unidos. Frankel, fez o mesmo em território britânico. Seria como Maria Callas, fosse cantar em um trio elétrico do carnaval da Bahia, e Frank Sinatra apresentar-se como calouro no Faustão. Eles seriam maiores que o próprio evento. E mesmo aqueles que não tivessem conhecimento de quem eles poderiam ser, acabariam de ir na onda daqueles que conheciam e os reverenciavam. Temos que não só reverenciar nossos grandes nomes, como botar a boca no mundo e gritar a plenos pulmões, de nossas qualidades. Bal a bali é maior do que as corridas que deve correr nestas próximas semanas.
Penso que todos deveriam convidar amigos para o grande Premio Brasil deste ano e lembrar, que uma estrela está pronta para surgir na mesma constelação que bojem residem Itajara, Much Better, Pico Central, Duplex, Immensity, Cacique Negro, Quari Bravo e companhia. Afinal, é um programa, tem seu charme particular e creio que não há ninguém que não aprecie participar de um momento histórico.
Pode parecer uma idéia maluca. Não importa. Disseram o mesmo a Albert, quando este falou de uma tal teoria da relatividade... Mas ele felizmente não deu ouvidos...